Para 2017, ao invés de apenas um evento, a WSOP criou o Summer Grind Tour 2017, aumentando para três o número de torneios online que dão ao campeão o bracelete. Os buy-ins são de US$ 333, US$ 3.333 e US$ 1.000, com os campeões sendo Joseph Mitchel, Thomas Cannuli e Nipun Java respectivamente.
O crescimento de torneios online dentro da grade da Copa do Mundo do Poker parece ser algo natural, visto que a própria WSOP se beneficiou muito do crescimento do poker online e de satélites que dão vaga para diversos de seus eventos. No entanto, argumentos também podem ser apresentados contra a ideia de que os campeões desses torneios devam entrar para o grupo de vencedores de bracelete.
Craques brasileiros e estrangeiros opinaram sobre o tema. O brasileiro Thiago Decano, que conquistou seu bracelete em 2015, acredita que os eventos online devem contar como os live. “Eu acredito que sim, são torneios que a WSOP.com tem que promover, então acho bem tranquilo fazer um evento online de bracelete”, disse Decano. “O que não pode é exagerar, três torneios está tranquilo, mas se passar muito disso acho que perde o sentido.”
No entanto, o outro brasileiro campeão mundial, André Akkari, tem uma opinião diferente. “Acho que não, acho que é diferente”, explicou. “O live é mais importante nesse caso da World Series, deveriam dar mais valor pro live do que fazer isso para promover o online. Acho que o live deveria ter um peso maior.”
Entre os estrangeiros, o tema também divide opiniões. Para Joe Cada, campeão do Main Event de 2009, a iniciativa é válida. “Eu acho que é justo”, contou. “Você ajuda a promover o jogo, faz as pessoas jogarem online, eu entendo que é uma forma da WSOP promover a sua marca WSOP.com no território. Acho legal, é só um formato diferente. Nem todo mundo é bom no online e nem todo mundo é bom no live, então dá aos grinders online uma chance melhor.”
Paul Volpe, por outro lado, acredita que os torneios online não deveriam ter o mesmo peso, destacando que não há como ter certeza da integridade da disputa. “Eu acho que não, porque existem muitas pessoas que tem a namorada ou o irmão jogando, e estão todos na mesma casa”, explicou. “Eu estava em uma casa, jogando com cinco amigos, todos sendo honestos e jogando cada um por si, mas quem garante que algum grande jogador não colocou pessoas para jogar para ele e assumir o controle caso cheguem na reta final? Não há como impedir isso. Então não acho que deveriam dar braceletes ‘às cegas’.”