Devanir Campos, muito mais conhecido como “DC”, não é uma das figuras mais conhecidas do fã de poker brasileiro, ainda mais considerando o grande número de jogadores de elite do país. No entanto, poucas pessoas tiveram uma participação tão relevante no crescimento e organização do poker ao vivo no Brasil quanto o campineiro. Na terça-feira que vem (16), ele estará junto com Rafael Moraes no Flow Podcast, falando muito mais sobre essa trajetória.

Quem vê DC de terno e gravata por salões do BSOP (Brazilian Series of Poker), como maestro da maior série de poker da América Latina, talvez não imagine que aos 20 e poucos anos de idade Devanir tinha longos cabelos e tocava bateria em uma banda de rock. Naquela época, o curso de Física na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) dividia espaço com os ensaios e shows da banda “Reckless”. No repertório, músicas próprias e sucessos de lendas como Guns N’ Roses, Metallica e Aerosmith.

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O interesse pelo poker surgiu ainda em Campinas, ao aprender as regras durante uma partida de truco, e também acompanhar o jogo na TV. Pelo Orkut, DC encontrou um home game entre amigos na cidade, onde conheceu Leandro Brasa, que viria a ser um dos criadores do CPH e do BSOP. “Jogávamos com R$ 10 cada, era mais uma desculpa para aqueles 7 ou 8 caras se reunirem numa segunda-feira à noite para darem risada e tomarem cerveja”, conta DC. Com o nascimento do CPH, Devanir esteve presente em várias das primeiras etapas iniciais. Em certo momento, topou ficar responsável por organizar alguns aspectos do torneio, até então realizado de forma bem mais amadora do que hoje.

Tininho e Devanir Campos - BSOP100 (Créditos: Carlos Monti)

Devanir Campos comanda uma equipe gigante entre dealers, floors e staff em geral

Mal sabia ele que a organização de torneios se tornaria uma carreira bem sucedida. A graduação ficou de lado, e DC fez parte do grupo que desenvolveu a ideia do BSOP. Desde então, a sigla nunca olhou para trás. São 15 anos de crescimento e evolução, muitos milhões distribuídos em prêmios e a consolidação da marca no cenário. “É difícil dizer exatamente em qual ponto nasceu o BSOP. A gente veio desenvolvendo a ideia ao longo de uns 4, 5 meses em 2005. No começo de 2006, resolvemos botar em prática”, conta DC. “E o resto virou história.”

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Além de diretor e um dos sócios do circuito, DC também deu um passo importante no sentido de profissionalizar o cenário do poker no país. Em 2007, ele foi um dos criadores da ADTP (Associação de Diretores de Torneios de Poker), inspirado na TDA (Tournament Directors’ Association), organização americana criada em 2001. A intenção foi padronizar regras e regulamentos pelo país, de forma a garantir a melhor experiência aos jogadores e também fornecer a organizadores de torneio um caminho bem definido para resolver disputas nas mesas.

Alberoni Castro e Devanir Campos - ADTP 2019

Alberoni Castro e Devanir Campos durante encontro da ADTP  em 2019

Com toda essa experiência, Devanir pode ser considerado, sem exagero, um dos maiores especialistas em regras de torneios de poker do mundo. Hoje, no BSOP, ele é responsável por coordenar uma grande equipe de floors (supervisores), dealers e staff em geral, garantindo que as regras sejam cumpridas. No entanto, mais do que isso, busca que os jogadores criem memórias agradáveis. “O que eu quero é que o jogador que está no BSOP saia extremamente satisfeito, e que ele seja bem tratado e tenha uma experiência boa”, comentou. “Eu acho que se eu sair de um BSOP e quase 100% das pessoas saírem satisfeitas, vou estar muito bem sucedido naquele momento.”

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