Durante as duas últimas semanas, um dos principais destaques do poker brasileiro, tanto nos torneios live como nos feltros virtuais, é o craque Fabiano Kovalski. Em nove dias, o jogador alcançou o maior resultado da carreira nas mesas e na tela do computador.

No dia 1 de setembro, o craque alcançou a 11ª colocação no Main Event do EPT Barcelona e recebeu o prêmio de € 98.900. Ontem, foi a vez de conquistar uma grande marca nos torneios online, após conquistar o título do Evento #31-High do WCOOP. Com a vitória, o jogador somou US$ 282.545,21 ao bankroll, após um acordo no heads-up.

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O título teve um gosto especial por diversos motivos. Foi a primeira vitória do Brasil na versão mais cara do WCOOP e o confronto final foi contra o companheiro de Samba Team Éder Campana.

No dia seguinte a vitória, Kovalski concedeu entrevista para o SuperPoker e falou sobre a semana magnífica, mais este grande feito na carreira e sobre a situação envolvendo Éder Campana no heads-up. Confira.

Fabiano Kovalski - BSOP Millions

Fabiano Kovalski – BSOP Millions

Em uma semana, você conquistou o maior resultado no ao vivo e nos feltros virtuais. Você já parou para pensar neste feito?

Desde que aconteceu o resultado em Barcelona, as duas semanas foram muito intensas, com muito torneio live e, agora, no WCOOP. E é engraçado parar e pensar que o 11º lugar foi o meu melhor resultado. Aquele Main Event era gigantesco.

Como foi fazer o heads-up com um companheiro de time?

Foi sensacional! O Éder é um cara muito legal, que está muito presente dentro do time. Há pouco tempo ele começou a trabalhar com a gente como coach também. Foi muito bacana chegar em um torneio tão grande, com buy-in alto e fazer o heads-up com ele, foi surreal. O Campana é um cara extremamente dedicado, estuda muito o jogo, é um dos jogadores mais técnicos do Brasil e que eu mais respeito.

Como é conquistar o título do WCOOP?

É irado. Só de pensar nisso já me arrepio. É o sonho de todo jogador de poker eu acho, pelo menos daqueles que jogam torneio. Ter um título mundial em um evento tão grande, com buy-in de US$ 1.050, US$ 1,5 milhão garantido e fazer o heads-up com o Éder foi surreal, é um sentimento bom demais.

Fabiano Kovalski - EPT Barcelona

Fabiano Kovalski – EPT Barcelona

Ontem, foi um dia especial para o Samba Team, somando o seu prêmio, do Éder Campana e do João Fera supera os US$ 500 mil, como vocês enxergam isso?

Foi um resultado de um trabalho contínuo. Dentro do time, nós variamos um período em que jogamos mais e outros que focamos nos estudos. Durante o WCOOP o foco é no grind e tivemos uma primeira semana bem dura na série, ficando break even ou talvez perdendo um pouco, mas logo no domingo já tivemos bons resultados e na segunda-feira veio o estouro (risos). E agora que embalou, a gente tem certeza que vai vir muito mais coisa boa por aí, pois essa segunda parte do WCOOP é boa demais.

Como foi a repercussão dos resultados internamente?

Com certeza foi um dia inesquecível pro time. O Samba Team é uma comunidade muito unida, além de todo mundo ajudar todo mundo na parte técnica, torcemos muito um pelo outro e funciona como uma família mesmo. Tanto é que quem entra para a equipe dificilmente sai e a gente tem muito orgulho de todo mundo que está ali, dessa união da galera.

Normalmente, vocês já possuem um cronograma de eventos. Mas você ganhou um prêmio expressivo, existe a possibilidade de alteração e a inserção de eventos mais caros na reta?

Não, na verdade fazemos uma grade personalizada para cada jogador, em que colocamos os eventos que o competidor tem uma vantagem sobre o field. Não é porque você é um jogador que bate o Big US$ 55 e você ganha este torneio e ganha US$ 30 mil, que no dia seguinte você vai engatar no Big US$ 109 porque seu bankroll está maior. Não, se você não batia esse torneio antes, não é porque você está mais confiante, que isso vá fazer uma diferença significativa. Então, não tem motivo para eu jogar um torneio mais caro do que eu jogava normalmente.

Fabiano Kovalski - Evento 65C - WSOP 2018

Fabiano Kovalski – Evento 65C – WSOP 2018

Para quem você quer oferecer esse título?

Com certeza para a galera do Samba. Para as pessoas que estão ali no dia-a-dia comigo, dividindo as alegrias, tristezas, dificuldades e tudo mais. Muito mais alegria que os demais (risos), esse time é inexplicável, então é para essa turma que eu ofereço, pois estão vibrando e torcendo e eu também por eles. Com certeza o título é do time!

No heads-up, você e o Éder Campana concordaram em flipar, mas depois o seu companheiro de time acabou desistindo e muita gente o criticou. Vocês conversaram sobre isso? O que achou da atitude dele?

Fiquei bem triste com a galera xingando o Campana por causa disso. Ele é um cara sensacional, jamais faria algo de errado em nenhuma situação, muito menos naquilo ali. O que aconteceu foi que como nós dois somos brasileiros e a maioria dos jogadores daqui jogam em times de poker, tinha um pessoal desconfiado de collusion e, obviamente, não fizemos nada de errado. Jogamos o poker que tínhamos que jogar ali, inclusive jogando bem agressivamente um contra o outro em alguns momentos. E para não correr risco e não ter nenhum problema em flipar a mão final, nós resolvemos jogar. Ele foldou aquela mão que era lucrativa ao longo prazo comigo shovando any two cards por esse motivo. Concordei com ele depois e jogamos normalmente, pois era a melhor forma para evitar conflito. O Éder é um cara muito do bem, é um dos caras mais legais do poker, jamais faria nada de errado. Nada haver essa galera que está criticando ele e pensando a respeito dele.

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