Daniel Freitas já é conhecido no circuito live do poker brasileiro pelo incrível feito de ser o único tetracampeão do Main Event do CPH, o principal torneio regional do país. Entretanto, na noite dessa terça-feira (28), o recreativo também mostrou o seu talento nos feltros virtuais. Enfrentando o gigantesco field de 64.622 inscritos do GGMasters Overlay Edition, o atleticano alcançou o segundo lugar e embolsou a generosa forra de US$ 572.777. Logo após o feito, o jogador marcou presença na Torcida SuperPoker, onde Alan Ferreira transmitiu toda a reta final.

Assim como virou marca registrada no circuito live, Daniel também estava com a camisa do Atlético-MG disputando a grande reta final. O competidor contou foi disputar uma competição com números tão expressivos. “É uma premiação fora da curva em um field fora da curva, muita gente não está acostumada ver essas premiações. Acabei não dando muita importância a isso e explorei os adversários”.

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O vice-campeão comentou que a grande forra vem em um momento de mudança na relação com o jogo. “Eu jogo muito pouco online. Não sou profissional e jogo mais o circuito live, por acaso, no começo desse ano, resolvi mudar um pouco e me dedicar mais, evoluir no jogo”.

Formado em Ciência da Computação, o competidor trabalha com TI desde a sua formação. Após muitos anos trabalhando em um cargo executivo, Daniel optou por deixar a empresa e escolheu desligar do trabalho nos primeiros meses de 2023. “Coloquei que ia tentar pagar as minhas contas com o poker, vai que eu consigo me manter e ser feliz. Nunca tinha vívido do jogo, era um hobby, em que trabalhava para pagar as contas e jogava para tomar cerveja e viajar”.

Daniel Freitas comentou sobre a complicada jornada até o heads-up

Daniel Freitas comentou sobre a complicada jornada até o heads-up

O jogador seguiu explicando a relação. “Nunca me senti qualificado para viver apenas de poker, não é falsa modéstia. Para você ter uma ideia, comecei a estudar um pouco mais agora, primeira vez na vida, e a quantidade de ajustes e correções que é necessário fazer. Tenho bastante para evoluir e, claro, essa variância positiva de acertar um torneio desse tamanho”.

A jornada até o heads-up não foi nada fácil. O recreativo disputou o classificatório no domingo, mas não conseguiu avançar para o Dia 2. Como estava disputando mais torneios simultaneamente, terminou a sessão muito tarde e foi dormir às 4h, sendo que o último classificatório era 9h na segunda-feira. “Pensei comigo, vou colocar para despertar e se eu tiver descanso, engato”, recordou.

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Porém, ao celular tocar a história foi diferente. “Quando despertou, ainda estava muito cansado. Desliguei o telefone e virei para o lado. Acordei, já havia começado e engatei no celular, joguei o primeiro dia inteiro dele. Tomei banho, fui comer, fiz serviços domésticos jogando do celular”.

Apesar de não jogar da forma convencional pelo computador, o competidor revelou que a jornada foi muito boa. Apesar disso, acabou perdendo uma mão, que lhe custou valiosas fichas. “u fui tirar um café e ao invés de dar call no river, eu acabo dando raise, que é o all in do adversário e perco mais fichas que precisava”.

Daniel decidiu soltar o jogo após o equívoco. Os 15 blinds se tornaram 90 e avançou entre os líderes do último classificatório. O segundo dia foi bem diferente, jogando do computador e mais focado, o brasileiro foi sobrevivendo na disputa, até o momento em que ficou entre as menores pilhas. “Quando restavam cerca de 80 jogadores, eu era o 87º de 87 jogadores, cheguei a ficar com menos de quatro blinds”, recordou.

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A sequência positiva foi tão impressionante, que o tupiniquim encerrou o dia com o terceiro maior stack entre os 15 classificados para o Dia Final. Repetindo o que aconteceu no Dia 1, o começo da disputa do dia decisivo foi difícil pelo aspecto fora das mesas, ficando sitting out. “Eu fiquei sem energia em casa. Inclusive é uma mão em que o cara shova 1,9 blind e estou no big. Já ia dar o call, mas caiu. Sai correndo, coloquei na internet do celular, mas o software acusava que a conexão não era boa o suficiente. Então, peguei o aparelho da minha esposa para jogar do meu celular até o próximo break”.

O jogador revelou detalhes de como foi a noite anterior ao grande Dia Final. “Eu estava bem pilhado no final do Dia 2. Dormi pouco, não dormi bem. Parecia uma barata tonta em casa, aí decidi fazer alguma coisa, fui para o clube, treinei natação e exagerei de propósito para cansar. Voltei pra casa melhor e já pensando na reta final, em estudar os adversários”.

Entre os adversários no Dia Final estava o compatriota Thom Goldfinger, que Daniel revelou extrema admiração dentro e fora das mesas, além de terem iniciado a jornada no poker juntos. “A gente não tem tanto contato, mas tenho um carinho e admiração enorme. Ele é um musico fenomenal, com formação profissional, toca absurdo. Foi muito bacana, dez anos depois, a gente se encontrar na maior mesa final das nossas vidas. Queria deixar um abraço para ele, tive o desprazer de eliminá-lo”.

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O oponente no duelo final foi um nome bem conhecido do cenário mundial, o alemão Philipp Gruissem. Durante o embate, o europeu acusou o brasileiro de ghost, além de outras falinhas nada educadas. O tupiniquim comentou a atitude. “Eu não quis ser mal educado, mas o último heads-up que eu fiz foi contra um campeão mundial, mas não quis ser desrespeitoso com o Decano. Quando ele começou a falar as coisas, foi no momento que eu comecei a virar o heads-up. Eu pensei, que bom, pois ele está focado nisso e eu nas mãos. Até pensei em dar alguma falinha e bloquear o chat, mas era muita gente torcendo e a precisamos ser o mais educado e elegante possível, pois é o exemplo que a gente tem que dar”.

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