Há pouco menos de um mês, Gabriel Tavares foi destaque entre os brasileiros que grindaram no PokerStars, conquistando o pódio no US$ 1.050 Fast Friday. Mais recentemente, o craque do Samba Team analisou um call de Q-high no canal do time no Youtube, jogada que aconteceu no último Sunday Million.

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Pilotando sua conta “gtavares10”, o profissional abriu 2.800 nos blinds 700/1.400 bb ante, segurando Q4s de paus no botão. O big blind optou por defender após fold do small, e o flop trouxe T82 com duas de copas. “Aqui eu tenho uma mão com boas propriedades para barrelar, consigo fazer várias mãos melhores foldarem”, disse ele antes de apostar 5.082, sendo pago pelo oponente.

“Sempre que tiver uma decisão sobre size, o seu norte são sempre as mãos de valor”, continuou. O turn foi um 2 de paus, dando um flush draw ao sócio do Samba. Segundo ele, quando as dobras de low cards acontecem “em cenário onde representamos um range forte, temos que tomar cuidado”. Para o jogador, no range de fold pré-flop do vilão estariam mãos off suited com 2, o que tornaria o turn uma carta boa para seu range.

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“Essa mão se beneficia muito de betar, já que, primeiro eu tenho equidade contra as mãos fortes que ele possa ter, segundo que eu faço mãos diretamente melhores foldarem como KQ, Q9, QJ, 33, 44, 55, 66, e outro ponto é que dificilmente ele vai all in”, explicou. Assim, Gabriel Tavares foi para uma aposta de 15.400 em um pote de 17.86, vendo o adversário fazer tudo 42.170.

“Eu barrelo alto, de novo é o size que minhas mãos de valor vão querer fazer”, disse Tavares. Com uma decisão diante da 3-bet do oponente, o brasileiro contou que “dificilmente ele tem flush draws com mãos que tem mais valor de showdown” do que a dele, já que nessa situação ele poderia jogar de check/call.

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“Considerando que ele obviamente pode ter blefes como broca, duas pontas, e eu tenho uma equidade para realizar, eu opto por dar o call”. Assim, o board fica completo com um 3 de espadas no river e, para a surpresa de Gabriel, o vilão não foi all in, apostando 30.660 em um pote de 102.200. “Todas as mãos de valor dele, que são os 2x, quere ir all in, querem tirar todas as minhas fichas e pegar meu bounty”, falou. Desconfiado com a ação, Tavares decidiu pagar e viu que seu adversário tinha 96o para uma broca que não bateu.

“Eu gostaria de passar dois conceitos nessa mão”, começou a conclusão. “O primeiro é que sempre quando você está blefando, tem que tentar representar suas mãos de valor, representar como essas mãos jogariam para que a história fique mais bem contada. O segundo é que quando estamos jogando contra recreativos, não precisamos nos importar tanto com assim com nosso range, e mais com as mãos mesmo. Agora contra regulares, precisamos representar bem os ranges, senão os regs vão conseguir ver claramente que não faz sentido nossas mãos de valor jogarem assim e vão efetuar mais hero calls”.

Veja o vídeo com a análise de Gabriel Tavares

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