João Simão fez história na madrugada desta segunda-feira (27), conquistando o título do Evento #53 ($5.000 Mixed No-Limit Hold’em/Pot-Limit Omaha) da WSOP. Além de faturar um prêmio generoso de mais de US$ 686 mil, o craque mineiro também se tornou o segundo brasileiro bicampeão da Copa do Mundo do Poker, igualando o feito de Yuri Martins. Em entrevista para o SuperPoker após a vitória, Simão revelou duas mãos que considerou cruciais no caminho até o título.
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Em ambas, o adversário foi o finlandês Joni Jouhkimainen, amigo do brasileiro. Na primeira, Simão acertou um hero fold incrível. “Eu tinha AA, faltava uns 25 jogadores se não me engano, contra um cara que é amigo meu e excelente jogador, o Joni [Jouhkimainen], um finlandês muito bom”, contou o profissional. “Eu era o maior da mesa, ele o segundo, e eu tinha 3betado ele uma mão com K5 de copas no botão. Ele foldou e fez algum comentário de que ainda não tinha tomado o café dele, então não ia 4betar e acabou foldando (risos).”
Duas mãos depois, João recebeu AA e abriu no big blind do finlandês. “Ele defende, o flop bate 222”, relembrou Simão. “Ele dá check, eu aposto, ele paga, vira um T, segunda de copas. Ele dá check, eu aposto de novo e ele paga. No river, bate um 5 de copas, a terceira [do naipe], mas eu tenho full house. Ele dá check, eu aposto de novo, acho que uns 350.000, ele voltou 850.000, então mais 500.000. Pensei muito, até pediram o clock, mas acabei foldando.”
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Pouco depois, em uma mão de Omaha, novamente Simão enfrentou Jouhkimainen. “Peguei AAKQ no Omaha, e para mim ele é um dos melhores do mundo no Omaha. Ele abriu no meu big, ele estava no botão, e eu dei só call para controlar o pote contra um cara que considero melhor. Acabou virando T86, com duas de copas, eu fiquei flush draw nuts. No flop, eu apostei e ele pagou. Virou um A, trinquei, fiquei na broca do J e flush draw. No turn apostei de novo, e ele me deu um raise bem grande. Eu fiquei com muita dúvida do que fazer, não queria dobrar um adversário que considero melhor. Dei call e acabou dobrando o 6, eu fiz full.”
No river, o brasileiro fez uma aposta forte, de 1.200.000, e o finlandês foldou, em um pote fundamental para Simão se manter entre os líderes. “Eu mostrei para ele, e ele me falou que realmente tinha um 2 na mão do AA”, explicou o mineiro. “Na hora, eu mostrei só KQ, ele achou que eu tinha blefado, mas depois contei pra ele a verdade e ele me contou também, como amigos. Foi uma mão bem importante, porque se pago [na outra mão] com AA e ele vira chip leader, ele que iria pressionar. Poder ter foldado uma mão dessas dá uma confiança, depois daquilo consegui continuar pressionando como o maior da mesa, pressionando os payjumps. Então foi uma mão muito crucial que eu não conseguiria dormir sem saber o que tinha acontecido.”
Como se não bastassem os dois duelos citados por Simão, o brasileiro ainda foi o responsável pela eliminação do finlandês na nona colocação. Em all in pré-flop, o TT do mineiro se manteve à frente do 88 de Jouhkimainen no board A65KQ, deixando o finlandês com o prêmio de US$ 54.313.
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