Logo no segundo evento da WSOP Online, o Brasil alcançou mais um bracelete em sua história. Vinicius Steves foi o responsável por trazer o 26º bracelete para o país, após superou a grandiosa concorrência de 9.488 inscritos no Gladiator Of Poker Opener e embolsou US$ 234.707. Profissional do 4bet Poker Team há cinco anos, o mineiro, que vive em João Pessoa, conheceu o poker em 2014. Seu primeiro mentor foi o brasileiro recordista de pulseiras douradas, Yuri Martins. “Ele montou um time na época, comecei jogando para ele, foram cerca de três anos”.
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No dia seguinte ao título, o jogador marcou presença na Twitch do SuperPoker e comentou sobre o triunfo. Questionado se a ficha tinha caído a respeito da conquista da cobiçada joia dourada, o competidor esbanjou sinceridade. “Quando acabou, comecei a tomar uma cerveja em casa e sai com a minha esposa, a gente estava comemorando aniversário de casamento. Nós comemoramos todo dia 22, nós saímos para jantar e fiquei brincando com ela a respeito de ter ganho o bracelete. Como eu não jogo live, eu não esperava. Estava mais preocupado em ganhar por causa do prêmio, estava em uma downswing de um ano e era um valor bem próximo do que eu ganhei, mas estou muito feliz”.
O campeão falou da importância do título ser logo no início da série. “Um resultado deste muda bastante a confiança. Era algo que estava precisando, tinha dia que estava outros nem tanto. O principal foi neste aspecto, da confiança. Estava incomodado, nunca tinha pego uma downswing tão grande”.
Vinicius Steves falou mais a respeito do momento complicado na carreira. “A parte mais difícil do poker. Às vezes, pelo financeiro, mas também a confiança diminui, você fica estressado e parece que nada está dando certo. Passei por todos esses momentos, além da ansiedade e dormir pouco”.
Assista à mão que garantiu o título de Vinicius Steves:
O jogador continuou falando sobre o que fez para recuperar o bom momento. “O que estava fazendo é: jogar mais e estudar mais. É o único jeito de voltar a confiança e voltar a vencer”, e ressaltou a importância do time no momento adverso. “Depois do título, eu mandei uma mensagem em um grupo com os donos agradecendo, pois fiquei um ano em uma downswing, não me cobraram nada nem baixaram minha reta, não tive nenhuma preocupação. Foi uma coisa que me ajudava a não perder totalmente a confiança, pois se eles que estão há tanto tempo não se incomodaram, se eles acreditam que eu vou buscar, não tinha porque eu pensar diferente”.
Perguntado se pensou em parar de jogar em algum momento da fase ruim, o jogador foi categórico. “Nunca. Eu sabia que ia buscar, mas não sabia quando. É a segunda vez que eu tenho uma down desse período, mas a outra foi bem menor. Sabia que ia recuperar, o questionamento era apenas quando, jamais imaginei que seria em um único torneio”.
A trajetória até o título foi cheia de altos e baixos e com uma similaridade no final dos dois dias: uma dolorosa bad beat e uma grande fatiada no stack. O começo do Dia 1 foi muito bom, alavancando as fichas, porém o andamento do torneio não foi nada fácil. Nas últimas mãos, o jogador perdeu um pote com QQ contra AT e ficou com apenas dez blinds. “Antes de começar a mesa final, eu fui ver os nomes e também tem a opção de ver o gráfico de fichas e fui ver o meu. Eu fiquei abaixo da média quase todo o torneio, cheguei a ter apenas três blinds no Dia 2. Fiquei maior parte do torneio só sobrevivendo”.
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Com a dificuldade em alavancar o stack, o jogador fez uma revelação. “Eu não estava com muitas expectativas, estava até mais focado em outros torneios”. Porém, com as coisas mudando, o foco também foi outro. “Quando o torneio começou a afunilar, eu comecei a acreditar”.
Vinícius também compartilhou uma mão marcante na trajetória. “Eu abri um QJs com 25 blinds e tomo uma 3-bet e ele fica comitado com dois que tinha dez blinds e outro cinco. Não era um spot tão simples, não jogaria de flat, era fold ou shove. Por ter as informações, eu acabei shovando e tomando call de AQ. Mas veio o J no river, creio que isso era 70 left. Depois dessa mão eu pensei, ‘É, o jogo tá querendo’ [risos]”.
Apesar de conseguir alavancar o stack, novamente, no final do dia, o jogador viu o baralho dar aquela castigada. O profissional brasileiro sofreu outra bad beat e foi para a mesa final com a segunda menor pilha. “Aquela mesa final não estava difícil. Tinha os brasileiros, mas os outros eu não sabia quem era, os jogadores que tinham o SharkScope liberado, reparei que jogavam average bem barato. Então, se eu passo em segundo, a chance de ficar entre os três primeiros é grande, mas quando passa em penúltimo, tudo pode acontecer. Fiquei chateado, mas logo lembrei do QJ, que já era para eu ter caído”, falou sobre o sentimento de encerrar o dia perdendo boa parte das fichas.
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Mesmo com uma curta pilha, a ansiedade antes da decisão foi grande. “Era seis horas da manhã e eu já estava de pé. Eu devo ter dormido cinco horas de domingo pra segunda e a mesma coisa na noite passada. A adrenalina tomou conta”, revelou o jogador.
O mineiro comentou como foi a preparação para a grande decisão. “Eu gosto de assistir replay de mesas finais de jogadores que eu admiro como o “Naza” [João Vieira], “Lena900” [Niklas Astedt” e o Yuri [Martins]. Antes dos caras tomarem as decisões, eu penso o que ele vão fazer, tipo, ‘essa mão joga melhor de 3-bet, flat, fold’. Cada replay tem uma hora e quinze, eu gasto cerca de uma hora e meia para rever. Pra mim, diminui a ansiedade e me deixa com a mente afiada para entrar na mesa final”.
Questionado sobre a escolha do assento, Vinícius comentou a única coisa que não queria para o desenrolar da mesa final. “O Iago [Savino] era o jogador que eu não queria que ficasse na minha esquerda. Eu joguei bastante tempo com ele no Dia 2 e ele é extremamente agressivo. Foi justamente o que aconteceu, sabia que ia complicar um pouco, por isso resolvi jogar bem mais tight”.
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Apesar de começar com a segunda menor pilha, o tupiniquim conseguiu um bom começo e alavancou as fichas. Sabendo administrar a ficha, chegou ao duelo final contra o tunisiano Maher Achou e a disputa não foi nada fácil. “Foi uma surpresa. No 3-handed, se fosse para escolher alguém para enfrentar no heads-up, seria ele. Mas ele tava jogando bem, agressivo e não tinha entendido como seria a dinâmica. Veio aquele 44 que salvou e depois o A9. Confesso que se não vem aquela mão crucial, não sei como seria, pois estava bem difícil. Uma surpresa bem desagradável. Durante a mesa final, não achei que ele tinha feito algo, mas no HU ele foi muito bem. Ainda estava mixando entre limp e mini raise do button, para ver onde ele ia cometer mais erros, mas ainda não tinha identificado”.
Assista ao cooler a favorável para Vinicius Steves:
A mão que praticamente confirma a vitória de Vinícius foi em um grande cooler, em que o jogador acerta um full house maior que o adversário. O profissional explicou o pensamento na mão e a razão de não ter ido all in. “Por ser ranges tão grandes, eu não consigo falar que ele tem 3, mas acho que ele não vai foldar nenhum par, o próprio K que ficou flush draw turn, o A. O river cabia um all in, mas quando você faz isso, fica muito entre o 9 ou nada. Fiz aquela size para tentar tomar call do K, mas a mão que ele tinha não foldaria nada”.
Vinicius Steves encerrou agradecendo a torcida. “Agradeço a todo mundo pela torcida. Geralmente, quando estou em mesa final, eu abro [a Twitch] pra acompanhar, acho bem legal, mas desta vez estava bem focado, pois cada payjump era importante. Muito obrigado pelo carinho e pela torcida”.
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