Quando um torneio se aproxima de seu desfecho, diversos motivos podem levar os jogadores envolvidos a discutirem um acordo para redefinir os prêmios restantes. Recentemente, Matt Savage, diretor de torneios do WPT e um dos mais famosos do mundo na função, iniciou um debate nas redes sociais sobre o deal, trazendo à tona alguns pontos nem sempre ressaltados sobre o assunto.

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A discussão começou quando Savage recebeu uma mensagem de um seguidor propondo uma base – no caso, levando em consideração o ICM – para que os acordos fossem feitos. Assim, jogadores com menos experiência não teriam chance de serem prejudicados por um possível adversário mais acostumado com esse tipo de situação e que pudesse tirar vantagem da negociação.

“Isso sempre foi um dilema”, confessou Savage. “Jogadores acham que saber fazer um deal é uma habilidade, e eles devem ter a chance de aproveitar a negociação com os menos experientes. Eu nunca gostei disso, mas são muitos os contrários à mudança”, continuou o diretor. Muitos seguidores responderam, com diversos posicionamentos, e um deles foi Eric Nathan. “Tenho pensado muito nisso também. Os mais experientes devem ter vantagem por serem melhor em intimidar os menos experientes e levá-los a acordos ruins? Isso é parte do poker ou significa outra coisa?”, escreveu ele.

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Savage respondeu. “Exatamente o meu argumento. Esse assunto sempre está presente, e você sempre vai ver jogadores menos experientes sendo explorados. Mas como diz Matt Clark, ‘que pena'”, afirmou o diretor. Muitos membros da comunidade, nas respostas, fizeram questão de ressaltar uma linha de pensamento diferente. “Os menos experientes também ‘são explorados’ durante as mãos, certo? É a habilidade que faz o melhor jogador extrair do adversário seja em uma mão, seja negociando um acordo”, opinou Elron Steele.

Greg Himmelbrand também se posicionou no debate. “Não acho que fazer acordos deva ser uma habilidade, e não acho que pessoas devam ser enganadas para receber uma quantia injusta. Porém, os números do ICM podem não ser justos sempre, também. No fim das contas, segue sendo uma escolha do jogador, na minha opinião”, disse. Vale ressaltar que, em diversos circuitos live do mundo, incluindo alguns dos mais aclamados, acordos só são permitidos com um valor mínimo reservado ao campeão.

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Sobre essa divisão dos prêmios, Savage também opinou. “Algo que eu acredito é que o ‘vencedor’ do torneio deve ser sempre o jogador que leva o maior prêmio em dinheiro. Já vi muitas vezes jogadores que não levaram a maior cifra saindo com o troféu. Isso soa errado para mim”, falou. Geralmente, quando o evento prevê um valor mínimo reservado ao campeão, ele é calculado de acordo com uma porcentagem do prêmio original.

Foto capa: Imagem de Ralph por Pixabay

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