Yuri Martins é o principal nome do poker brasileiro na atualidade. Com uma grande performance na Triton Super High Roller Series, o jogador ficou muito próximo de ser o primeiro brasileiro a alcançar a impressionante marca de US$ 5 milhões em premiações no circuito live.

Se no circuito live o currículo impressiona, no online os números são ainda mais imponentes. Recentemente, o craque liberou as suas informações no PocketFives, site que registra os resultados nos feltros virtuais, e a comunidade pode ver que o craque acumula mais de US$ 18 milhões em prize.

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Apesar de tudo isso, Yuri revelou que os rankings não são um objetivo. “Eu jogo todos os torneios pensando na lucratividade deles, em jogar o meu melhor e não penso muito em marcas, de querer ganhar mais, de ser o primeiro do Brasil, por exemplo”, e revelou o que te motiva no dia-a-dia. “Na verdade, eu quero ser o melhor do mundo o tempo inteiro, só que sei que isso leva tempo e estou focado no processo, não nesses marcos, mas sim torneio a torneio e só isso”.

Mesmo não tendo conquistado um bracelete, o bicampeão mundial também falou que foi a melhor WSOP da carreira e revelou os motivos. “Foi a que eu joguei melhor, estava mais preparado, a que eu mais fiz mesa final, que eu mais ganhei dinheiro somando tudo. Só faltou mesmo o bracelete para coroar, mas como eu sempre falo, é meu trabalho, foco, em primeiro lugar, é vencer”.

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O craque também confirmou presença no Super High Roller do BSOP Millions. “Vou jogar. Provavelmente será só ele, mas quero muito ir para encontrar a galera, o BSOP Millions é muito especial, por isso, quero estar lá”.

Além de tudo isso, Yuri Martins também falou do show do Ninetales, do calendário 2023 e de uma possível aposta envolvendo séries online. Confira:

Desde o início do Ninetales, vocês tinham o intuito de grindar os principais torneios, incluindo os lives. Com o fim da pandemia, vocês vieram para o circuito ao vivo e empilharam conquistas. Como está sendo essa fase?

É a nossa meta se tornando realidade, até mais rápido do que eu esperava. É fruto do nosso trabalho, nós fomos bem privilegiados dentro do poker, pois a pandemia fortaleceu o nosso trabalho. Como a gente ficou muito tempo dentro de casa, focado no trabalho, deu para estudar muito, jogar muito, criar estratégias e bankroll necessário para disputar os eventos live.

Yuri Martins falou do sucesso do Ninetales (Foto: Diego Ribas/PxImages)

Yuri Martins falou do sucesso do Ninetales (Foto: Diego Ribas/PxImages)

Óbvio que teve sorte envolvida também. Acertei torneios muitos grandes, que me ajudaram. Sem sorte não tem como, às vezes poderia ter acertado. Poderia ter saído ganhando nesses dois anos, mas tive vários resultados que ajudaram, que é parte da variância.

Por que mais rápido do que você esperava?

Porque precisa de um bankroll muito grande para jogar esses torneios. Realmente exigia que para eu começar a disputar esses eventos muito rápido, exigia que eu acertasse os grandes e acertei. Poderia não acontecer e também estava tudo certo.

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Você conquistou grandes resultados, mas todos os integrantes também somaram diversas conquistas. Como você avalia tudo isso?

A gente fica muito mais feliz vendo os amigos vencendo, assim como eles ficaram felizes me vendo vencer. Isso é fruto de estudo mesmo, trabalho. Era inevitável isso acontecer e foi legal que aconteceu cedo. A variância realmente estava do nosso lado em muitos momentos.

Jogando mais caro as premiações acabam sendo mais generosas. Porém, você imaginava atingir a marca de brasileiro mais premiado da história tão rápido?

Eu jogo todos os torneios pensando na lucratividade deles, em jogar o meu melhor e não penso muito em marcas, de querer ganhar mais, de ser o primeiro do Brasil, por exemplo. Na verdade, eu quero ser o melhor do mundo o tempo inteiro, só que sei que isso leva tempo e estou focado no processo, não nesses marcos, mas sim torneio a torneio e só isso.

Quero ser melhor que eu mesmo todos os dias, se isso, um dia, me levar a ser o melhor do mundo em todos os âmbitos, rankings, que assim seja. Realmente, eu gosto de colocar meus padrões bem altos e se eu for melhor que eu mesmo, sei que terei sucesso, porém, esses marcos não são a meta a principal.

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Não tinha ideia do quanto eu precisava para ser o maior vencedor do Brasil ou da América Latina, ou sei lá. É óbvio que jogando torneios mais caros, como você falou, fica mais fácil, pois não tem ninguém jogando esses torneios, além do pessoal do Ninetales, e fica um pouco mais fácil. Vou continuar jogando o meu melhor, torneio a torneio, só pensando em ganhar o máximo que eu puder.

Apesar de você não se importar, dá um sentimento diferente se tornar o número 1 do país, tanto no live quanto no online?

Com certeza. É que todo esse sistema que eu criei, essa minha paixão pelo jogo, tiveram frutos maravilhosos, óbvio que é uma honra, não vou falar que não. Afinal, como falei, quero ser melhor que eu mesmo em todos os âmbitos e quero vencer, é meu vício mesmo. Eu sou competitivo e por isso tem o seu valor.

Após um longo período como número 1 do mundo, você desativou o seu perfil no PocketFives, mas recentemente reativou. É um novo objetivo? Buscar a liderança novamente?

Eu já deletei de novo. Falei com a minha esposa, eu coloquei para ver em que lugar eu estaria atualmente, já que tenho jogado muito pouco online e muitos torneios que eu jogo, nem pega, a maioria na verdade. Coloquei de curiosidade, vi que estaria em 14º e já desativei.

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Apesar de não ter conquistado um bracelete nesta edição, você classificou como a melhor WSOP da sua carreira. O que se deve esse pensamento?

Envolve tudo. Foi a que eu joguei melhor, estava mais preparado, a que eu mais fiz mesa final, que eu mais ganhei dinheiro, somando tudo. Só faltou mesmo o bracelete para coroar, mas como eu sempre falo, é meu trabalho, foco, em primeiro lugar, é vencer. Depois, é claro, ficam essas memórias, as boas lembranças e eu tive várias.

Yuri Martins comentou o feito de se tornar o brasileiro com mais premiações Yuri Martins também falou de como escolhe os torneios para jogar no live (Foto: Diego Ribas/PxImages)

Yuri Martins comentou o feito de se tornar o brasileiro com mais premiações Yuri Martins também falou de como escolhe os torneios para jogar no live (Foto: Diego Ribas/PxImages)

Uma coisa que eu levo muito em consideração também é em relação ao meu nível perante ao field, e nessa foi a que eu mais distanciei, estando no momento do poker com muita informação e que está tudo mais avançado, acho que esse ano, foi o que eu mais distanciei. Era o que eu sentia, sabia que estava muito melhor, estudei mais do que nunca e estou melhor que eles que eu era, comparado nos outros anos.

Em relação a mesa final do Poker Players Championship? Já viu alguma coisa?

Assisti a mesa final inteira já. Estou em um período em que estou resolvendo todas as mãos da mesa final e estou bem satisfeito. É algo que jogar sete ou oito horas de heads-up também não é muito fácil, com certeza vão ter erros ali no meio.

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O Bruno Volkmann foi o primeiro brasileiro a ficar ITM em um torneio da Triton. Na etapa seguinte, você, Pedro Garagnani também fizeram bonito. Como foi a experiência no Chipre?

Foi o melhor evento live que já joguei, desde a estrutura a conforto, eles pensam muito no cliente. Pra mim, foi muito especial e jogar uma série de torneios dentro do buy-in que estou jogando agora também é especial. Por exemplo, em Las Vegas tem torneio no valor que eu jogo, mas tem vários dias que você joga muito mais barato.

Jogar o US$ 200 mil foi uma honra, ser convidado. Não teve diferença de como eu joguei e me senti. Fiquei super seguro, até revisei a mão que eu cai no segundo buy-in, gosto da mão, mas não do size. Sempre tem o que aprender, tem erros pequenos, mas a maior parte de acertos, dentro do meu conhecimento, é claro. Então, estou feliz.

Fiquei feliz por não ter sentido a pressão do buy-in, é obvio, quando estava subindo os buy-ins, US$ 10 mil, US$ 25 mil, claro que eu senti, todo mundo sente, é normal, só que agora estou bem acostumado e não tem essa pressão, o US$ 100 mil, US$ 200 mil é a mesma coisa, mas é muito gratificante estar lá.

Já tinha recebido um convite em um momento tão inusitado?

Pois é, recebi o convite no banheiro. Foi interessante [risos].

Você foi totalmente surpreendido? Ou chegou a imaginar que seria convidado?

Teve uma oportunidade antes de conversar com um businessman, mas eu fui sem esperança de jogar, pra falar a verdade. Até conversei com alguns amigos, que me perguntaram, e eu já tinha dito que não. Então, eu não esperava, realmente foi uma surpresa. Eu nem sabia que tinham vários businessman que não tinham jogadores, achava que todos já tinham feito seus convites.

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No circuito live, você chegou a estar entre os 15 melhores do mundo em 2022 no principal ranking, o GPI. Pensa em disputar mais eventos ao vivo e escalar essa classificação?

Pra ser sincero, eu nem sabia. Talvez, eu vá para Praga, mas a chance é de 10%. Tem muita coisa acontecendo na minha vida pessoal, que eu quero ficar tranquilo agora e voltar para o live só o ano que vem, no PCA.

Yuri Martins também falou de como escolhe os torneios para jogar no live (Foto: Diego Ribas/PxImages)

Yuri Martins também falou de como escolhe os torneios para jogar no live (Foto: Diego Ribas/PxImages)

No ano que vem, eu pretendo jogar umas quatro ou cinco paradas live e é isso. Fico grato, honrado de estar nas cabeças, como falei, é fruto de vários resultados, mas não é o foco, e sim vencer. Se isso me deixar na liderança dos rankings, melhor.

Em relação a ranking, até pensei em uma coisa. Ano que vem, talvez, em um SCOOP ou WCOOP, talvez eu jogue por ranking, mas por causa de um desafio pessoal. O que quero fazer também é pegar jogadores para fazer side bet, para tornar aquilo mais atrativo financeiramente. Pegar jogadores que costumam jogar pra ranking e desafiar eles por algum valor, mas ainda não é nada certo, tudo depende da minha agenda do live.

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Eu tenho família e eu prezo muito por isso, ficar com eles, além de outras coisas da minha vida. Então, tudo depende de como vai estar, se tiver espaço para jogar uma série inteira, de casa, bem focado em ranking, eu vou fazer isso.

Com um calendário que promete ser tão intenso em 2023, como faz para escolher onde vai jogar?

Pelos valores dos buy-ins. Por exemplo, Triton seria o ideal, pois tem torneios todos os dias com os valores que estou jogando, provavelmente, eu escolherei torneios assim. PCA, em janeiro, eu já vou com certeza, já compramos tudo, pois talvez seja um dos maiores lives do ano, em relação a buy-ins, e é um lugar que quero estar.

Os outros vão ser assim. Ainda não saíram grade de vários torneios. Vou pegar no início do ano, quando sair as grades e estudar, em relação a EV mesmo, pois se a viagem for muito cara, se for muito curta, tem que contar. Geralmente, vou para os torneios mais caros, que tem uma duração um pouco maior.

Vai jogar o Super High Roller do BSOP Millions?

Vou jogar. Provavelmente será só ele, mas quero muito ir para encontrar a galera, o BSOP Millions é muito especial, por isso, quero estar lá.

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