O mês de janeiro é sempre decisivo na NFL, a Liga Profissional de Futebol Americano dos EUA. É neste período do ano que acontecem os playoffs, o mata-mata que decidirá os times participantes do Super Bowl, a grande final da bola oval que acontece em fevereiro. Um dos postulantes em 2024 é o Buffalo Bills, que há alguns anos figura entre as grandes forças da liga. E além do talento e do trabalho no campo, o poker tem uma função importante nesse sucesso.
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O Buffalo Bills, equipe do norte do estado de Nova York, não possui nenhum título de Super Bowl em sua história. Nos anos 1990, chegou quatro vezes consecutivas à decisão, mas foi derrotado em todas. Durante praticamente duas décadas, a equipe não conseguia formar times competitivos, mas a partir de 2020, essa realidade mudou. O time agora é forte, e além do seu principal jogador, o quarterback Josh Allen, o recebedor Gabriel Davis também faz parte dessa nova era.
E foi Davis que introduziu o poker ao elenco. Segundo uma matéria do blog do WPT, o jogador conheceu o esporte da mente quando tinha 17 anos, em um home game na casa de um amigo. Ele foi rapidamente instigado pelo jogo, e passou horas estudando e assistindo. O ídolo dele é Phil Ivey. “Ele nunca teve medo de colocar o dinheiro no centro da mesa. Eu assistia e pensava ‘vou tentar ser que nem ele'”, declarou Davis.
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Depois de ir para a faculdade, o futebol americano e os estudos tomaram o tempo de Davis, e quando chegou na NFL, o poker já não fazia mais parte de sua rotina. Porém, depois de ir ao teatro com alguns companheiros de time em Buffalo em um certo dia, ele convidou-os para sua casa, e eles jogaram. Quando todos foram treinar, os que estavam no home game de Davis comentaram com outros colegas sobre a noite, e alguns demonstraram interesse.
Então, os companheiros de time começaram a perguntar quando teria um novo home game. O recebedor realizou o jogo na semana seguinte, e continuou reunindo os amigos nas mesas de sua casa periodicamente. Ele comprou uma luxuosa mesa de poker, 12 cadeiras e quatro TVs, contratou um chef para fazer as refeições dos jogadores, e ainda foi apresentado por um antigo amigo de escola a um dealer profissional, que também passou a prestar serviços no home game.
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Com o passar do tempo, o home game de Davis virou rotina para muitos do elenco do Buffalo Bills, e logo se mostrou algo além de apenas um passa-tempo. O recebedor acredita que o poker ajuda no sucesso do time em campo, mesmo que seja apenas um pouco. “No meu caso, eu posso ter um jogo de 10 bolas recebidas, ou um jogo de nenhuma. Eu tenho que ter paciência e jogar bem sempre que possível, porque sei que aquela exata jogada pode ser a mais importante, a que vence o jogo”, falou Davis, fazendo um paralelo do futebol americano com o poker.
Ele ainda ressaltou um outro ponto em que as duas modalidades conversam. “Alguns adversários você precisa tirar do jogo, ou entrar na mente deles. Você tem que forçar eles a cometerem um erro que geralmente não cometem. Se conseguir isso, ele pode te dar uma pancada depois que a jogada terminar e ceder uma falta, e isso é uma vantagem para nós. E eu definitivamente falaria algo para alguém se eu soubesse que conseguiria entrar na mente dela e atrapalhá-la durante o jogo”, falou Davis.
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Mas, para Davis, a principal função das noites de poker para o time é confirmar a amizade e a proximidade entre cada um deles. Quando comentou sobre o assunto no programa do ex-jogador Pat McAfee, na ESPN, o apresentador se surpreendeu. “É raro você ver kicker, recebedores, atacantes e defensores reunidos nos dias de folga. Isso não acontece em qualquer lugar. Espero que vocês saibam que esses são momentos especiais”, ressaltou McAfee. “Nós estamos longe das nossas famílias praticamente toda semana, o futebol americano nos toma muito tempo. Então, poder estar junto com os caras que você vai para a guerra, dando risadas em uma segunda a noite, é relevante”, falou Davis.
Foto capa: Bills_8/Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic
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