A partir das 8h (horário de Brasília) de amanhã (15), Brunno Botteon estará disputando a mesa final do Main Event da WSOP. A decisão contará com apenas oito jogadores, que estão de olho no prêmio de US$ 1.550.968,58. A trajetória até a FT, mesmo fora das mesas, foi complicada.
Desde a classificação para a mesa final, o craque brasileiro teve uma longa jornada até chegar ao King’s Casino na República Tcheca, local que será realizada a decisão. “Os dias após a classificação foram de um pouco de tensão, porque estava preocupado em como chegar, se eu ia jogar ou não”, contou o finalista.
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Contando com a ajuda de muitas pessoas, que o auxiliaram com informações, o passo a passo foi mais tranquilo que o imaginado. “Eu consegui uma carta do cassino que iria para lá a trabalho, depois o teste do COVID deu negativo, isso ajudou muito”, explicou o profissional.
Entretanto, o dia da viagem não foi nada fácil para Botteon. Sua maior dificuldade foi no primeiro embarque, que o levaria de Maceió até Recife. “Por incrível que pareça, eu tive dificuldade para embarcar logo no Brasil, na companhia Azul. Mostrei a carta e eles ficaram uma hora, não queriam me embarcar, sendo que isso seria de responsabilidade da companhia internacional, não deles”.
Após assinar uma carta, alegando que ia arcar com todos os custos, caso a viagem não desse certo, conseguiu a autorização. Porém, após embarcar, o voo para Recife foi cancelado e Brunno precisava estar em Recife para pegar um voo para Lisboa. “Não tinha voo de Maceió para Recife e o outro voo era à noite. Na correria, peguei um táxi e fiz uma viagem de três horas e meia de carro”, recordou o jogador.
O brasileiro conseguiu chegar na capital pernambucana e voar para Lisboa. Tanto o embarque para Portugal, quanto para República Tcheca não tiveram nenhum empecilho das companhias ou de autoridades locais. “A sensação de ter chego no cassino foi sensacional, um alívio tremendo de que eu posso jogar o torneio da minha vida, realizar meu sonho”.
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Com tantas preocupações off poker para chegar até a mesa final, Botteon revelou que conseguiu pensar apenas em algumas coisas para amanhã. “Pensei apenas em algumas estratégias básicas de como jogar, nada muito complexo”.
Porém, a jornada até a República Tcheca motivou muito Botteon. “Era uma coisa bem duvidosa, se eu ia conseguir ou não, ter passado por isso foi um sonho, pois estou acostumado a jogar, vou fazer aquilo que sei, mas agora vou jogar com ainda mais vontade. Agora, eles vão ter que me segurar”.
Sobre a ausência adversário chinês, que já antecipou que não estará na decisão de amanhã, o jogador não vê uma grande mudança no jogo. “É uma pena ele não estar presente, mas em questão de estratégia, talvez mude um pouco, já que ele era um dos shorts e eu possa pressionar mais os demais pelos próximos payjumps. Talvez até melhore, já que as premiações ficam ainda melhores, acaba ficando pior de cair”.
Na WSOP Online, o profissional brasileiro alcançou dois heads-ups. Ter chegado duas vezes tão perto do bracelete pode ser um fator importante para mais uma reta final importante. “Dá uma tranquilidade maior, é uma experiência que eu adquiri. A grande questão não é apenas jogar os HU’s, mas ter jogado toda a série, foi uma experiência muito boa, acaba dando uma tranquilidade”.
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“Não tenho expectativa nenhuma para a decisão para ser sincero”, adiantou o jogador. “Estou bem tranquilo, não estou pensando se vou ganhar ou perder, tanto faz o que vai acontecer. Só vou fazer o que sei, pode ser o melhor ali na hora, se der tudo certo vou ficar muito feliz, mas se der errado, está tudo bem, não vou estar mais, mas às vezes faz parte dar errado”.
Brunno Botteon explicou melhor esse pensamento. “Costumo não criar expectativas, independente do número de fichas, é uma coisa que eu aprendi ao longo da minha carreira. Até porque nessa jornada você se decepciona às vezes e isso vai te ensinando a não criar expectativa, sabe que tudo pode acontecer. As minhas chances são boas nessa mesa final? Teoricamente sim, mas tudo pode acontecer, espero que sim, mas não crio nada”.
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