No último sábado (28), Rodrigo Selouan alcançou o maior resultado da carreira ao vencer o Main Event do Battle Of Malta no Natural8 e faturar a bela bagatela de US$ 636.477. O que a maioria não sabe, é que uma mão ainda no 6-handed poderia ter mudado completamente a jornada do profissional brasileiro. “Foi a mão mais valiosa que já joguei na vida, até fizemos os cálculos depois e valia uns US$ 330 mil por ICM”, resumiu o jogador.
A mão foi jogada contra o uruguaio Fabrizio Gonzalez. Os profissionais se envolveram em all in com o curitibano tendo QQ contra A5. “Se perdesse caía em sexto e se ganhasse virava chip leader”, destacou o jogador. “O flop foi QT5 para dar aquela tranquilizada e não enfartamos”, brincou.
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Com a vantagem em fichas, Selouan não deu chance para os concorrentes e confirmou o título instantes depois. “Agora a ficha começou a cair sim, mas no dia parecia mentira (risos)”, comemorou o jogador.
Selouan seguiu destacando a importância do resultado. “Esse prêmio é dez vezes maior que o terceiro da minha carreira. O sentimento é incrível, difícil até descrever a sensação. Me cobrava muito por resultados expressivos esse ano que vinha jogando um ABI alto e quando acontece é simplesmente surreal, feliz demais”.
Apesar de ter assumido a liderança no 6-handed, a jornada não foi nada fácil, com Rodrigo iniciando a mesa final com o terceiro menor stack. Entretanto, a mesa final formada cinco dias antes do Dia Final do torneio, dando um longo período para o jogador estudar. “Passei a semana toda fazendo simulações que foram bem úteis durante a mesa final. Ontem assisti o replay com as cartas abertas e pelo menos uns cinco adversários claramente não faziam ideia do que fazer, mesmo em spots simples”.
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Selouan é um dos oito jogadores que compõe o projeto do 9tales. O profissional destacou a importância dos amigos para a vitória. “Importante demais! O 9Tales mudou minha carreira e a vida em muitos sentidos, só agradecer cada um ali. Poder compartilhar essa conquista com eles é demais, sempre rola uma live logo após os grandes resultados, esses momentos vão ficar pra sempre na memória”.
Porém, o craque também apontou que nem de grandes resultados vivem um profissional de poker. “Esse ano eu passei por uma downswing longa, jogando ABI muito alto e não é fácil, cada dia de grind é uma guerra mental pra manter a calma, conseguir focar naquilo que estudamos e aplicar da melhor forma”. O paranaense continuou dando um conselho para quem está passando por esse momento. “Aconselharia procurar ajuda de profissionais, eles vão saber como ajudar, acredito que cada caso seja único, mesmo que tenham pontos em comum, o que funciona pra mim pode não funcionar para outras pessoas e um profissional vai saber direcionar onde trabalhar. Caso não tenha condição de pagar por essa ajuda, tente se aproximar e conversar sobre com jogadores mais experientes também ajuda muito”.
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Questionado se a downswing a parte mental sofre mais danos que a técnica ele respondeu. “Acredito que as duas sempre são afetadas, jogadores mentalmente fortes devem conseguir minimizar os efeitos que a downswing tem em ambas, mas ainda sim dificilmente vão estar jogando tudo que sabem e 100% em paz” e também agradeceu. “Aproveitar inclusive e agradecer ao Guizão e ao Scipiao, meu psicólogo, que me ajudaram muito em todo esse período e também na preparação pra essa FT”.
Diferente da maioria dos jogadores, Selouan é um jogador que não tem as redes sociais muito ativas e explicou o motivo. “Tenho uma rotina de estudos muito intensa, acredito que os minutos ou horas em redes sociais fariam bastante falta e poderiam me tirar o foco em alguns momentos”, explicou.
“Queria dedicar essa conquista para minha vó Cida, que recentemente descansou em paz!”, encerrou o jogador.
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