Calvin Anderson busca energias positivas, acredita que o tempo é uma ilusão e afirma estar entre os 10 melhores jogadores de Razz do mundo. Esses são apenas alguns destaques da entrevista que a lenda do online, sob o nick “cal42688”, concedeu ao SuperPoker nos corredores da WSOP 2018.

Com mais de US$ 7,2 milhões em premiações nos feltros virtuais, segundo o PocketFives, incluindo dez títulos de SCOOP, recorde da série, Calvin é muito respeitado no poker online. No entanto, isso não significa que o americano também não tenha sucesso em torneios ao vivo.

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Nesta WSOP, Calvin conquistou seu segundo bracelete na série ao vencer o Evento #56 (US$ 10.000 Razz Championship) e faturar US$ 309.220, chegando a US$ 2.159.765 em premiações live, segundo o HendonMob. A primeira joia foi conquistada em 2014, com a vitória no Evento #30 (US$ 1.500 Seven Card Stud Hi/Lo), que rendeu US$ 190.538.

Confira a interessante entrevista que o profissional concedeu ao SuperPoker.

Como foi conquistar seu segundo bracelete na WSOP?
Foi legal, é bem divertido jogar os torneios de US$ 10 mil porque tem muitos apostadores no field, então a gente fez apostas last longer, você pode criar outras apostas, e você não consegue esse tipo de ação em torneios normais. O field é melhor, mas são menos pessoas, mas é legal jogar contra alguns dos melhores, apenas estar ao redor de pessoas assim já é uma experiência divertida.

Calvin Anderson – WSOP 2018

Calvin Anderson – WSOP 2018

Na entrevista do título, você falou sobre a importância de se manter positivo. Pode elaborar mais sobre isso?
Basicamente, coisas boas atraem coisas boas, qualquer coisa que você seja, atrai exatamente aquilo que você recebe. Então, se você quer coisas positivas, vai atrair coisas positivas, acho que é assim que funciona. Por isso é bom você se manter com a moral alta. Em qualquer situação, você pode pensar em coisas negativas, por exemplo eu estava brincando na mesa sobre como algumas pessoas são tão negativas que reclamam quando têm que colocar o ‘bring in’ [aposta obrigatória em jogos Stud] por exemplo, ou quando perdem um pote. Você pode transformar as situações em algo que seja melhor, que você não se veja como uma vítima de como as coisas acontecem. Se você levar a vida assim, ela é muito mais leve, porque ser negativo consome muita energia, e nesses dias longos, se você é negativo, o tempo passa mais devagar.

É assim que o tempo funciona. O tempo é uma ilusão, então dependendo da sua atitude, vai definir quão longo cada momento parece. Pense assim: se você vai assistir um filme e está se divertindo, parece que o tempo passa rápido, mas se você está estudando, fazendo algo que não gosta, nosso corpo interpreta o tempo de outra forma e você está literalmente morrendo mais rápido. Então se você quer viver mais, apenas seja feliz, é o que eu penso.

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Hoje, você se sente mais confortável jogando live ou online?
Eu diria online, mas é difícil. Quando você joga live, sabe quem está enfrentando, ninguém vai parar atrás de um oponente e dizer a ele como jogar (risos), como acontece às vezes online. Mesmo assim, fico mais confortável online porque eu conheço bastante e já fiz tudo tantas vezes que tenho uma confiança inconsciente. Mas hoje eu também me sinto bem confortável nas mesas ao vivo, tenho jogado por alguns anos, não me sinto intimidado por outros na mesa e, na verdade, gosto de confrontar, saber como as pessoas pensam e tudo mais. Resumindo, gosto de ambos (risos).

Você foi campeão no Razz, é uma das suas modalidades favoritas?
Em uma época, eu era praticamente a única pessoa nas mesas online de Razz $100/$200 heads-up. Se você quisesse jogar nesses limites, tinha que passar por mim. Eu era “o cara” em Razz heads-up por um longo tempo e muitas pessoas não sabem disso, então eu sei como jogar short-handed muito bem, ganhei alguns SCOOPs ou WCOOPs no jogo, não lembro. Eu tive muito sucesso no Razz, entendo o jogo em um nível profundo, muito mais do que a maioria das pessoas pensa, porque muitos me conhecem como um jogador de Hold’em. Razz é um jogo em que eu me vejo como um dos 10 melhores do mundo, tenho uma capacidade grande de leitura, além da experiência. São todas decisões simples, mas é gostoso ganhar um torneio de algo que você sabe jogar bem. A minha definição de diversão na mesa é que, se você sabe onde está na maioria das situações e não fica se estressando, então o jogo é divertido, não importa qual seja.

Rankings de Jogador da Série, Global Poker Index, etc, te motivam ou você não pensa nisso?
Em séries como o SCOOP, por exemplo, o que faço normalmente é começar jogando o máximo nos primeiros dias ou algo assim, e se eu for bem e tiver oportunidade para ganhar o ranking, então eu busco o topo. No último SCOOP eu achei que fosse ganhar, acabei em segundo por alguns pontos, mas acabei dormindo e perdendo alguns eventos, por isso fiquei decepcionado. Então isso me motiva, mas é uma motivação interna, se eu fizesse uma aposta não me motivaria tanto quanto provar para mim mesmo que consigo.

Em alguns rankings, do jeito que são estruturados, te forçam a jogar demais, voar para um lado e para o outro, então não acho que vale a pena. Eu me motivo quando tenho chance de ganhar, mas se não tenho, eu não me importo.

A cobertura do SuperPoker na WSOP é patrocinada pelo Bodog e conta com o apoio do H2 Club e do BSOP. Clique aqui para abrir sua conta no Bodog.