Os desafios de poker heads-up voltaram a ganhar destaque nos últimos tempos, carregados pela popularidade do Galfond Challenge e da disputa entre Doug Polk e Daniel Negreanu. No entanto, dificilmente um deles conseguirá superar a história de Andy Beal contra “A Corporação”, tanto pelos nomes quanto pelos valores envolvidos.

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De um lado, um time de diversos dos principais nomes do poker como Phil Ivey, Chip Reese, Gus Hansen, Barry Greenstein, Doyle Brunson, Todd Brunson, Jennifer Harman, entre outros, batizado de “A Corporação”. Do outro, o banqueiro, empresário e matemático Andy Beal, cujos investimentos acumularam um patrimônio de US$ 8 bilhões, segundo a revista Forbes.

Presidente do Beal Bank, o americano era fascinado pelo poker, especialmente pelo Limit Hold’em, mas gostava de jogar caro e enfrentar os melhores. Em 2001, esse desejo deu início a um desafio contra “A Corporação”. Os profissionais juntaram seus bankrolls e colocaram US$ 10 milhões contra os US$ 20 milhões do bilionário.

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Como o jogo foi privado e não contou com nenhum tipo de cobertura oficial, o que se sabe são através de relatos de pessoas que acompanharam e estavam envolvidas no duelo. A disputa teria começado com limites de US$ 50.000/US$ 100.000 (blinds de US$ 25.000/US$ 50.000), mas durante os três primeiros anos chegaram até US$ 100.000/US$ 200.000.

Placa indicando a mesa especial do desafio (Reprodução/Twitter Michael Craig)

Os profissionais se revezavam nos jogos contra Andy quando o empresário visitava Las Vegas, e sofreram com swings milionários na disputa. Ao fim, o recreativo saiu vitorioso, levando os US$ 10 milhões dos jogadores. O duelo teria incluído um pote de US$ 11,7 milhões vencido pelo bilionário.

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Dois anos depois, em 2006, Andy aceitou uma revanche dos profissionais, que somaram mais US$ 6 milhões e escolheram Phil Ivey para a batalha. Em três dias intensos no Wynn Casino, em Las Vegas, em jogos com limites chegando até US$ 50.000/US$ 100.000, Ivey saiu com lucro de US$ 16,5 milhões. Assim, recuperou o bankroll inicial e ainda garantiu um lucro de US$ 6,5 milhões para “A Corporação”.

Em 2006, o americano Michael Craig, uma das pessoas que acompanhou o duelo, escreveu o livro “O Professor, o Banqueiro e o Rei Suicida” (em tradução livre). Nele, conta os bastidores do duelo e as emoções dos milionários potes disputados.

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