Enquanto para vários jogadores brasileiros a vinda para Las Vegas é uma tradição há muitos anos, para Alexandre Mantovani a WSOP 2018 representa a estreia na Copa do Mundo do Poker. O primeiro torneio foi o Millionaire Maker, mas o “Cavalito” do online não conseguiu se classificar para o Dia 2.
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Há cerca de um ano, o profissional começou a se preparar para esse momento, participando de várias etapas do BSOP e outros torneios ao vivo. No momento, o brasileiro está inscrito no Marathon, buscando seu primeiro Dia 2. Em entrevista ao SuperPoker, Mantovani falou sobre a preparação para a série, a emoção de estrear na WSOP, a alegria pelo título de Roberly e mais.
Qual é a sensação de entrar nos salões da WSOP pela primeira vez?
Eu estou me sentindo uma criança, estou muito animado o tempo inteiro, vejo os grandes jogadores passando do meu lado e eu penso “estou aqui”, sabe? É um privilégio conseguir estar aqui nesse momento e pensar que três anos atrás eu jogava torneios de até US$ 20 e nesses últimos três anos aconteceu o que aconteceu comigo, é muito legal.
Como foi segurar a emoção no primeiro torneio?
Eu fiz uma preparação muito forte para o primeiro dia especificamente. Cheguei um dia antes, deixei tudo pronto em casa, acordei, fiz uma prática bem longa do método DeRose, fiz várias técnicas respiratórias e de meditação, justamente para tranquilizar, chegar no ambiente não deixar a euforia tomar conta, para eu gerenciar minhas emoções. Então acabei chegando na mesa já me sentindo muito bem, mas é uma sensação diferente, eu joguei com muita alegria, eu não estava eufórico, ansioso, estava muito feliz, só isso.
Para você, que está acostumado a jogar várias mesas ao mesmo tempo online, como é manter o foco jogando só um torneio?
É um desafio, uma adaptação. Essa minha vinda para Vegas ia acontecer de qualquer forma, então de um ano para cá eu comecei a me dedicar bastante ao live. Joguei boa parte das etapas do BSOP, fui para Macau jogar, joguei o máximo de live que consegui, então hoje em dia já estou adaptado ao live. Mas não recomendo que alguém do online, por mais que destrua lá, saia direto para uma série como a WSOP, acho que cabe esse período da adaptação.
Qual a sensação de ficar cara a cara com os maiores nomes do poker mundial?
Eu já vi o Olivier Busquet várias vezes, vi o Hellmuth sentado, me sinto como um adolescente vendo o ídolo. Fiquei com vontade de tirar foto com todos, mas eles estavam jogando e eu não queria ser inconveniente. É aquela coisa, é mais pela emoção de ver na minha frente as pessoas que eu vi tantas vezes na TV, internet, etc, mas eu sei que quando sentar na mesa são só outros jogadores, seres humanos falíves, e eu vou dar o meu melhor independente de quem estiver na minha frente.
A vitória do Roberly e a conquista do bracelete para o Brasil dão uma motivação ainda maior para a série?
Com certeza, eu fiquei muito feliz pelo Roberly! Quando ele tava 4-handed na mesa final, eu entrei no avião para vir pra cá, acompanhei o máximo que eu pude. Quando eu pousei aqui, quem me contou que ele tinha ganhado o bracelete foi a minha namorada, que ficou lá em Curitiba, e fiquei feliz demais. Acho que é muito importante para o esporte no Brasil, que está cada vez ficando mais forte. Já tivemos algumas retas, não só o bracelete, e é muito bom também o fato de o jogador que ganhou o bracelete não ser um regular do online, que está jogando todo dia e tal, um cara que não está tanto na mídia, para os pessoas verem que é possível. Essa é a beleza do poker, a meritocracia existe nele, se você se dedicar você vai chegar lá, e é para todo mundo. Por exemplo, se fosse na natação, não seria possível eu entrar em uma piscina com o Michael Phelps e ganhar dele, mas no poker isso é possível, desde que eu me dedique o suficiente para isso.
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