Bruno Desimoni foi eliminado no Dia 5 do Main Event da WSOP. Durante a trajetória no quinto dia de competição, o craque do 4bet Poker Team foi movido para a mesa da TV e logo na sua primeira mão o jogador teve uma difícil decisão.
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Nos blinds 15.000/30.000 com big blind ante, o UTG deu raise para 60.000 fichas, recebendo call do brasileiro em middle position e do big blind. Após o flop Q54, rainbow, o agressor c-betou 75.000 fichas e recebeu apenas um call.
O turn foi um 5, sendo a segunda de espadas. O norte-americano William Nuley foi de check e Bruno apostou 200.000 fichas em um pote de 370.000. Foi pago e um 7, sendo a terceira do naipe, completou o board.
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Mais uma vez o adversário optou por um check e viu o brasileiro colocar 600.000 em um pote com 770.000. Tendo um maior stack, Nuley vai all in com o maior stack e o profissional começa a pensar. Após um período, um jogador chama o clock para Desimoni, que acaba não encontrando uma ação e sua mão é foldada pelo tempo, deixando o jogador com 1.300.000.
Na transmissão com as cartas reveladas, foi possível ver que o tupiniquim segurava 44 tendo um full house. Caso pagasse a aposta do vilão, era bom, pois o adversário segurava A8s com o nut flush.
Bruno Desimoni usou as redes sociais para explicar o seu pensamento. Confira:
“Estou jogando há 4 dias, 10 por dia. Nesse momento eram 4h e meia de jogo do Dia 5. Estou vendo como a galera joga e valoriza o Main Event e do que são capazes ou não.
Existem jogadores mais agressivos e que vão “overplayar” mãos ou dar blefes malucos, mas é uma porcentagem muito pequena do field. E essa porcentagem vai diminuindo conforme os dias vão avançando.
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Dito isso, eu sou movido para a mesa da TV. É exatamente a minha primeira mão, a única informação que eu tinha era que o oriental a minha direita estava jogando bem pra frente, não tinha mais nenhuma informação de ninguém. Ainda estava terminando de arrumar minhas fichas quando acontece a primeira mão”.
Após contar como a mão foi jogada, Bruno Dessimoni continua:
“Se eu pago e tenho a pior mão, GG Main Event. Se pago e tenho a melhor mão, vou para mais de 5 milhões de fichas. Se foldo, sigo no jogo com 1,3 milhão de fichas no blind 30.000
Depois que estava pensando alguns minutos, um indivíduo pediu tempo, tive mais 30 segundos para pensar e não consegui decidir o que fazer. Minha mão acabou sendo fold por tempo.
Eu acredito que essa mão não seja uma decisão simples pra ambos os lados. Penso que o call e o fold podem ser opções válidas, de acordo com a capacidade do adversário e a leitura da mesa.
O problema é que nesse momento eu não tinha nenhuma informação do jogador. Só tinha em mente como eu via a maior parte do field jogando nos últimos quatro dias e meio de torneio.
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Uma parcela muito pequena do field vai ter a capacidade e coragem de shovar river com mãos piores que a minha. É claro que depois que você vê o showdown fica com aquele gosto de m… na boca por ter foldado. É muito difícil de não ser resulted oriented.
Mas tenho certeza que se dou o call e o vilão apresenta QQ ou 55 eu também seria condenado. ‘Nossa, primeira mão, sem informação vai um call desses para cair do torneio, nunca tem blefe nessa linha, poderia continuar tranquilo com mais de 30 blinds numa estrutura de duas horas de blind’.
Acredito que a maior parte do field não dá check com QQ e 55 no turn também. Mas ainda vão ter alguns, com certeza. Mas acredito que não vai ter frequência alta de check/shove river em bet de quase pote, com mãos piores, e a relevância disso é maior, na minha opinião.
Então, com as informações que tinha no momento, acredito que o fold seja a melhor decisão mesmo”.
E você? Após conferir o pensamento do craque e com todos os elementos disponíveis, o que você faria?
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