Grande Campeão Paulista de 2022, Fabio Murakami conquistou o título ao manter uma regularidade impressionante, terminando a temporada com uma diferença de mais de 5.000 para a segunda colocação. Em entrevista ao SuperPoker, o jogador comentou o significado do título, trajetória e estratégia ao longo das etapas, organização do evento, principais adversários, intenção para 2023 e dedicatória.

VEJA MAIS: Ricardo Mateus recebe carinho em post emotivo após 888poker LIVE Madrid

– O que significa para você se tornar Campeão Paulista de Poker?

Se eu te falasse que era um sonho, seria mentira, porque para mim não era nem sonho, era uma coisa tão distante que eu nem sonhava em ser Campeão Paulista, até porque foi a primeira vez que eu tentei um ranking paulista. A minha carreira no poker começou recentemente, eu jogo poker há 15 anos, mas, regularmente, eu comecei a jogar em novembro de 2020, então é muito curta, e eu não participei do Ranking Paulista de 2020. Em 2021 eu joguei só as duas últimas etapas, ainda consegui ficar ali em sexto ou sétimo lugar, se não me engano, mas não era nem um sonho, acho que é mais um objetivo mesmo. Quando foi no final de 2021, eu conversei com o Norson e falei ‘pô, Norson, ano que vem eu vou tentar o ranking. Eu sei que é uma coisa difícil pra caramba, tem muitos jogadores regulares, muitos jogadores bons, mas eu vou tentar’. Então logo na primeira etapa para mim já era um objetivo, se eu puder te falar o que significa, é um objetivo atingido porque foi um algo que eu coloquei no ano, foi minha prioridade, então desde o início eu foquei nele e mandei bala.

– Sua trajetória durante a temporada foi marcada pela constância. Você mudou de alguma forma sua estratégia pensando nos pontos do ranking?

Acabou mudando um pouco a minha estratégia. Acho que muita gente gosta de jogar o Main Event, só que, como o Main Event dava 1.800 pontos, e eu teria que jogar quatro dias sem jogar os paralelos, sendo que poderia fazer mais pontos só jogando os paralelos, tiveram duas etapas que eu não joguei o Main, eu abri mão de jogá-lo para jogar somente os paralelos e correr atrás de ponto. A estratégia deu certo, foi na segunda etapa em que não joguei o Main Event e acabei cravando alguns torneios paralelos e fiz mais pontos do que se tivesse cravado o Main Event. Outra coisa que muda quando você corre atrás de ranking é que você acaba fazendo um pouco mais de rebuys do que o normal, então as vezes você joga um pouco mais agressivo para tentar fazer fichas e chegar em uma pontuação antes do late, então você acaba fazendo mais rebuys do que o normal.

VEJA MAIS: Wagner Pereira vence o 20K Monster do H2 Club São Paulo

– Como você avalia a organização do CPH e a estrutura do H2 Club?

Sobre a estrutura do H2 Club eu sou meio suspeito para falar né, eu falo que estou jogando em casa. Gosto demais da casa, gosto de mais dos organizadores, acho que é tudo muito bem organizado. O clube tem uma estrutura muito bacana, acho que uma das melhores que temos hoje para torneios estaduais, e os jogadores são regulares. Sobre estruturas de torneios, acho que tem algumas ressalvas sobre um torneio ou outro, mas na grande maioria são excelentes.

– O que você pode dizer sobre seus principais adversários no ranking, Bruno Porto e Norson Saho?

Na quinta etapa o pessoal falava ‘você já ganhou, esse ranking é teu’, porque eu abri uma distância confortável. Eu falei ‘se tivesse uns cavalos paraguaios atrás de mim, eu ficaria bem tranquilo, não ia nem jogar essa última etapa, mas só tem fera’. O Norson é de tirar o chapéu, a disciplina e o conhecimento que ele tem são impressionantes. Bruno Porto eu acho que é um dos jogadores que tem uma das bases teóricas mais sólidas dali. Eu acho ele um baita jogador e acho que ele conseguiu adaptar bem o conhecimento que ele tem do online para o live, porque são jogos diferentes. As vezes você pega muita gente que joga muito online, aí chega no live e acaba não se saindo muito bem, então o Bruno é um dos que se adapta bem. São duas feras.

VEJA MAIS: Carlos Lungareze assume a ponta do Big Chance do H2 Club São Paulo

– Pretende buscar o bicampeonato nesta temporada 2023?

Com certeza vou tentar buscar o bicampeonato. Nesta temporada de 2023 serão seis etapas, com 30, 40 torneios por etapa. É uma maratona que começa agora e tem que estar bem preparado fisicamente, mentalmente, emocionalmente para encarar isso aí. E financeiramente também né, porque é uma grade que não sai muito barato. Quando se vai em busca do ranking, em cada etapa você tem que investir no mínimo R$ 20 mil, então tem que estar preparado.

– Gostaria de dedicar essa conquista para alguém?

Sobre desempenho, sempre nos meus posts quando eu chego em alguma mesa final ou cravo algum torneio, o pessoal sabe que eu sempre coloco um louvor. Então toda honra e glória sempre para Deus em primeiro lugar, mas dedicar também à minha família, que suportou minha ausência. Gostaria de dedicar principalmente à minha esposa, pois eu sei que sem ela, com certeza nada disso teria acontecido. Ela me deu uma boa base, cuidou de casa enquanto eu estava fora, então dedicar a vitória à família. Além deles, aos meus irmãos Marcos e André que, assim como eu, amam o joguinho também e estão se empenhando em evoluir, e ao meu amigo Márcio Yutaka, parceiro para todas as horas. Por fim gostaria de agradecer a toda equipe da organização, que trabalha para o que o evento aconteça. Isso inclui dealers, floor, garçons, pessoal da limpeza, SuperPoker, Mebeliska, gostaria de agradecer a todos, acho que foi uma temporada muito bacana.

Clique aqui para abrir sua conta no 888poker e buscar a forra.

Confira o último episódio do Pokercast: