A quarta etapa do CPH começou com o brilho de uma figurinha repetida nos feltros do H2 Club. O craque Ivan Ban Martins começou a semana com o pé direito ao cravar o High Roller do circuito paulista. O profissional bateu um field complicado que contabilizou 85 entradas, repleto de competidores experiente e acostumados a esse tipo de decisão.

Ban vive um grande momento. Além de fazer parte da equipe de comentaristas do SuperPoker, ele voltou a jogar poker online diariamente – algo que deixou de lado há algum tempo. O jogador disse estar muito motivado com os estudos e que a volta ao grind tem total relação com a vitória no High Roller do CPH.

Um dos pontos interessantes da entrevista foi que Ban revelou ter estudado muito diferentes possibilidades do que poderia acontecer no Dia Final do High Roller, que voltaria com 20 jogadores. Desse montante, o paulistano era quem tinha o menor stack. Outro ponto marcante na vitória que rendeu R$ 65.000.

O resultado de Ban também prova a boa fase da equipe SuperPoker. Na semana passada, Victor Marques e Vini Marques fizeram bonito no PokerStars Live Experience e terminaram respectivamente em segundo (R$ 8.000) e sétimo lugar (R$ 2.000).

Ivan Ban Martins

Confira o bate-papo com Ivan Ban Martins:

SuperPoker: Qual a satisfação da vitória e a sensação desse resultado?

IBM: É uma alegria imensa, junto com essa alegria vem a sensação de alívio. Eu coloco uma cobrança grande em cima de mim e vou continuar colocando. Estou muito motivado, e junto vem a cobrança por resultados. E é exatamente esse tipo de resultado que vou ficar buscando. Não parou por aí. Vou comemorar hoje, óbvio, e voltar a focar bastante no Main Event, no BSOP e no online. O trabalho continua e vem muita coisa por aí.

SuperPoker: Você era o short stack entre os 20 jogadores que voltaram para o Dia Final. Como que foi essa arrancada até o título?

IBM: Eu comecei o dia entre os 20 com menos fichas, eu não era o último porque o torneio não tinha acabado (risos). Eu era o short stack, estava com 13 blinds e a galera falando “tá short, tem que fazer alguma coisa”. O que tem que fazer são as mesmas jogadas dessa faixa de stack e foi isso o que fiz. Cheguei em casa às 5 da manhã até as 9 da manhã, peguei o MeBeliska e fiquei fazendo cenários da mesa final. Como eu deveria jogar, qual seria meus ranges de push, meus ranges de fold. Fiquei colocando range de todo mundo. Fiquei estudando das 5 da manhã às 9 da manhã. Isso ninguém vê e foi muito importante. Eu já sabia tudo o que fazer, já estava muito bem definido e isso dá muita confiança.

SuperPoker: Você voltou a grindar online com frequência depois de um tempo. Esse fator tem ajudado?

IBM: Ajudou bastante. Eu joguei quase 3.000 torneios em um mês meio contando todos os sites que eu jogo. Eu tive muitos coaches, muito conteúdo novo, estou muito focado em estudar. Isso com certeza fez a diferença e, com certeza, vai fazer diferença em todos os torneios live, seja no Main Event do CPH ou no BSOP. Ajudou também na minha motivação, porque eu tava jogando online e fazia tempo que não jogava live. Eu estava amarradão querendo jogar o High Roller, eu não estava saturado, a sensação era de “voltei a jogar a live, quero voltar a ganhar”.

SuperPoker: Quem foi o principal adversário da FT? Como você se portou?

IBM: Não dá para colocar um adversário principal assim porque tinha o Pimenta, o Giordano e várias outras pessoas que tinham potencial, que jogam bem e estão acostumados com a dinâmica do live. Eu converso com o Giordano e com o Pimenta em todo break de torneio, a gente sempre bate um papo. Se eu fosse destacar alguém seria eles. Me comportei tentando lembrar de todas as conversas que já tivemos para lembrar as linhas que eles poderiam adotar. No Dia 1 teve mãos que joguei contra eles que eu cheguei em casa depois e não conseguia dormir até.