Ueltom Lima é um dos homens fortes do poker na América Latina. Presidente da CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em) e CEO do H2 Online, é uma das principais autoridades quando o assunto é o possível retorno do poker ao vivo e os efeitos da pandemia de Covid-19 no cenário como um todo. Por isso, seguindo a série de matérias que o SuperPoker está produzindo sobre o coronavírus, Ueltom foi o mais recente entrevistado e falou com propriedade sobre o momento difícil atravessado e a perspectiva para o futuro. Mas, afinal, quando o H2 Club voltará a abrir suas portas para os fãs de poker?
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“Essa é disparada a pergunta que eu mais recebo, todo mundo quer saber quando as atividades do poker live irão retornar”, contou Ueltom. “O que temos feito é nos preparar para esse retorno, tem que estar tudo pronto. Essa é a nossa missão, o que está ao nosso alcance, estar pronto para quando for possível. Criamos um comitê de crise no início da pandemia para poder atravessar esse período do melhor jeito possível, e agora mudamos para um comitê de retorno. É um grupo de trabalho de protocolos de jogo, de regras de convívio, assepsia, saúde, limpeza do clube, entre outros aspectos, para se preparar para o momento de retorno.”
Ueltom admite que não é possível estabelecer uma data exata para reabrir as portas, mas está otimista que os fãs de poker possam voltar a praticar o poker ao vivo em breve. “Sei que a maioria das pessoas gostaria que eu desse uma resposta pronta, mas ela ainda não existe”, explicou. “Esse momento parece que está se aproximando. Acreditamos que nas próximas semanas é bem possível que isso aconteça, mas é importante dizer que, se tem algo que aprendemos nesses últimos meses, é ter humildade frente a uma coisa que é desconhecida. Nesse momento, nossa missão é estar prontos para quando as atividades retornarem. Acreditamos que está próximo, pelo movimento que está sendo feito, pelos números que São Paulo vem apresentando, pelo clima no conjunto da sociedade também. Acredito que o retorno se dê nas próximas semanas, mas é uma resposta que ainda temos certeza”.
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Uma coisa é certa: o retorno, quando acontecer, será feito atendendo a novos protocolos de segurança e seguindo as recomendações dos órgãos competentes. “Sabemos que a principal preocupação é com o uso da máscara, o distanciamento entre as pessoas, a assepsia constante das mãos, mas no nosso caso existem alguns protocolos que são importantes, por conta da especificidade do nosso mercado”, disse Ueltom. “Por exemplo, a troca de dealers nas mesas e quantas vezes isso acontece, as trocas de baralhos e fichas, a limpeza de todo esse material. Durante esse período, serão colocados procedimentos novos em prática para mitigar ao máximo o risco de contágio e transmissão.”
Além de se preparar para um possível retorno, o cuidado com os funcionários foi prioridade para o clube após o início da crise. “Falamos várias vezes que ninguém ficaria para trás, e as pessoas, mesmo em um momento como esse, se colocaram à disposição para ajudar”, contou. “No começo, fizemos questão de segurar a barra de todo mundo, mesmo com o clube fechado, mesmo para os freelancers, pessoas que não eram do quadro fixo de funcionários. Aos poucos, adotamos medidas do governo também para nos auxiliar, fizemos doações, enfim fizemos o possível para estar do lado dessas pessoas, que são uma das razões de estarmos trabalhando com isso. Esse é um dos pontos que mais nos deixou orgulhosos nesse período tão conturbado.”
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Apesar do óbvio baque sofrido pelos clubes do Brasil e pelo cenário ao vivo como um todo, Ueltom acredita que o poker pode sair fortalecido desse período, considerando a explosão vivida pelo jogo online. “A sensação que tenho é que o poker cresceu”, comentou. “Você tem o fechamento das atividades ao vivo, mas se você procurar os dados de buscas na internet, há um crescimento gigantesco das pesquisas sobre poker. Muita gente teve tempo livre e disposição para praticar uma nova atividade, estava buscando algum lazer e passou a jogar poker. Com a volta das atividades, já é possível enxergar uma queda nesse volume, mas acredito que queda nunca mais voltará à estaca anterior, pré-pandemia. Agora precisamos saber se o poker ao vivo vai voltar a ser o que era, e eu não tenho dúvida que isso vai acontecer ao longo do tempo. A experiência ao vivo é muito difícil de ser substituída, então acho que aos poucos o ao vivo vai retornar e haverá um online maior do que era antes.”