A última vez que o BSOP foi realizado em Brasília, o mundo do poker se emocionou com a história de João Paulo Trindade. Para quem não acostumava acompanhar o noticiário ou não está lembrado, o brasiliense é portador de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), doença que ficou mundialmente conhecida com o físico Stephen Hawking, também portador.

Na oportunidade, foi a primeira vez que o jogador disputou o maior evento de poker do hemisfério sul. “Ele ficou extasiado! Porque a principal atividade dele era em home game e online. Ele adorou tanto que ficou ansioso para a próxima oportunidade”, contou Yara Prado, esposa de João.

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A esposa continuou falando do sentimento do marido por todo carinho recebido na ocasião. “Ele ficou feliz desde o primeiro contato, pois a organização é sempre muito receptiva. O contato do Sérgio Prado, da Lara Bruno e do Devanir Campos, foi sempre muito carinhoso e disposto para facilitar que ele viesse”.

Quando ficou sabendo do retorno do maior circuito de poker do hemisfério sul à cidade, João já se programou para vir. “Ele adorou quando soube que ia voltar. Me falou para separar na agenda que tal dia a gente ia vir, para participar, já contando que vinha” e seguiu falando. “Os eventos presenciais o estimulam muito e incentiva. Estava comentando com a minha cunhada, que o barulho das fichas já é mágico para gente, imagina para ele”.

Joao Paulo Trindade – BSOP Brasília

Apesar de não ser profissional, João se dedica para sempre seguir evoluindo no jogo. Quando não tem a oportunidade de vir para eventos live, ele está grindando no poker online. “Cada vez ele está se dedicando mais. Além de jogar online, ele faz coachs, tem mentoria, tem aula ao vivo e online. Já teve diversos jogadores que foram até em casa para estudar as jogadas com ele”, contou a esposa.

“O poker o ajuda a manter ativo, cabeça ativa. Ele leva isso muito a sério, como um trabalho mesmo. Nossos filhos sabem que ele está online jogando e trabalhando. É uma maneira de estar vivo, ativo e participando das coisas. Os amigos o requisitam muito para ir nos jogos, isso é vida”, falou sobre a importância do esporte na vida de João.

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Para poder se comunicar com os demais adversários e funcionários, o jogador conta com a ajuda do sobrinho João Vitor, que executa as ações nas mesas de acordo com o piscar dos olhos de João. “Eu aprendi a jogar poker com ele. É muito emocionante estar junto com ele, eu não tomo as decisões, mas a gente também sente a emoção, vibra e torce.”, contou o jovem.

João Vitor mostrando a foto para o tio João Paulo Trindade – BSOP Brasília

Paulo Gini, jogador experiente no circuito, contou como está o duelo com o João. “É uma experiência bem diferente e emocionante, mostra como o poker é muito inclusivo. Mostra que qualquer um pode jogar, tira esse preconceito com o joguinho que a gente tanto gosta, dá pra todo mundo vir, participar e se divertir”

Mostrando que o poker é para todos, João não emocionou o salão apenas por sua presença nas mesas, mas também conseguiu ficar entre os finalistas do torneio. João foi eliminado na oitava colocação, levando um prêmio de R$ 1.760.

A esposa encerrou falando da torcida para o marido. “O estomago fica se revirando. Eu até procuro não ficar tão perto, pois eu não quero desconcentrá-lo. Minha cunhada e eu ficamos aqui aflitas torcendo, super ansiosas. A gente sabe que o quão longe ele for, melhor, pois ele vai ficar muito feliz, mas pra gente o fato de estar aqui já é uma grande vitória”.

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