Marco Cheida, mais conhecido na comunidade como “Chacal”, é uma figura bastante querida do poker brasileiro e presença constante no circuito há quase duas décadas. Disputando o BSOP São Paulo, o recreativo relembrou ao SuperPoker a experiência na qual se apaixonou pelo esporte da mente ao conhecer o No-Limit Hold’em.
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O momento aconteceu no Casino Iguazu em outubro de 2008, em uma viagem de férias para Foz do Iguaçu com a família. “Meus filhos voltaram antes e eu fui jantar com a minha esposa no cassino”, relembrou Chacal. “E lá tinha uma placa Texas Hold’em US$ 300.000 garantidos, na época era shootout. Eu conheci uma pessoa que é muito meu amigo até hoje, que é o Caetano Ferreira, me explicou o que era. Isso foi numa sexta-feira, o Dia 1A era no mesmo dia, e eu sem saber o que era, só conhecia o poker fechado [5-card Draw].”
As regras foram explicadas para Chacal ali mesmo, e a primeira participação na modalidade já terminou com um terceiro lugar. “Recebi uma injeção no braço né?! (risos), o bichinho do poker me picou”, contou o jogador. “Depois disso, eu perguntei aonde tinha poker no Brasil, indicaram o Zahle pra mim. Voltei da viagem, parei no aeroporto de São Paulo e fui direto pra lá. Conheci o Robigol [Robinson Quiroga], que já trabalha lá, o [André] Akkari. Desse momento em diante, fui embora.”
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No ano seguinte, veio a primeira participação no BSOP, circuito que Chacal acompanha até hoje. Apesar do momento vivido há 16 anos, o primeiro contato com o jogo aconteceu há cinco décadas. “O poker fechado eu conhecia desde criança, na brincadeira com os amigos, quando eu tinha 16 anos”, relembrou. “Isso foi em 1974, era apenas brincadeira, nunca joguei valendo dinheiro, era só em encontro de família e amigos. Joguei pouquíssimas vezes.”
Desde o primeiro contato, Chacal conta que percebe as muitas mudanças ocorridas no cenário do poker, principalmente na parte técnica. “Houve várias evoluções, estudo, assistir vídeos e por aí em diante”, explicou. “Antigamente, a parte técnica poucos tinham, foi evoluindo essa parte. Até 2015, acredito eu, existia aquelas jogadas de fazer três vezes, quatro vezes [os blinds], rolava uma 4bet e as pessoas respeitavam. Hoje é um metagame, que veio do online. Tanto que, pra mim, pra ser campeão, a porcentagem de técnica e sorte mudou, com a sorte um pouco maior.”
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Ainda que exalte aspectos positivos das mudanças no poker nas últimas décadas, Chacal também vê uma piora em outra área. Para o recreativo, a possibilidade de reentrar várias vezes em torneios, comparada com o maior número de eventos freezeout de antigamente, é negativo. “O jogo com reentrada ilimitada mudou muito o estilo, pois o jogador sabe que se ele perder pode reentrar”, opinou. “O poder aquisitivo está influenciando muito.”
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