O Omaha 5 cartas talvez seja a modalidade em maior ascendência do momento. Virou uma febre aqui no Brasil depois da invenção dos aplicativos de celular. Uma modalidade amada por alguns e odiada por muitos. Mas por que essa modalidade virou tão popular?
Porque é uma modalidade extremamente dinâmica e divertida. Fazemos combinações de jogos fortes o tempo todo, e o jogador recreativo tem mais chances de vencer um profissional no curto prazo, devido às equidades das mãos serem tão próximas.
Por isso, se você for do tipo que não sabe aceitar a variância de curto prazo, esse não é um jogo para você. Digo isso não só para aqueles que tiltam quando perdem, mas também para os que ficam mais felizes do que deveriam com vitórias no curto prazo.
Nesse ponto, esse é um jogo que exige muita consciência do praticante, pois é muito fácil achar que encontrou o jogo dos sonhos mesmo sem ter estudado nem mesmo o básico. Acredito que vários leitores já tiveram experiências negativas relacionadas a isso. Começaram ganhando muito dinheiro, acharam que estavam no topo do mundo e ficariam ricos. Meses depois passaram por períodos difíceis e o amor se transformou em ódio.
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Fica aqui uma dica do seu amigo Nerd: se você quer ser realmente ótimo no Omaha 5 cartas, você precisa trabalhar no seu jogo e na sua mente. Tipo poker, sabe?
Existem pessoas que vencem sem ter estudado uma vírgula? Óbvio que sim. Mas em toda modalidade de poker existem os jogadores péssimos, ruins, médios, bons e ótimos. Se você quer ser um jogador ótimo, você terá que trabalhar duro para isso. Posso lhe garantir que será uma grande satisfação jogar esses jogos entendendo os erros de cada tipo de jogador, inclusive dos jogadores “médios” e “bons” que nunca estudaram. Isso pode lhe render muito dinheiro.
O “bom” ganha dinheiro dos jogadores recreativos fracos, o “ótimo” ganha de todos, tem variâncias menores, não liga para os resultados de curto prazo, e certamente tem uma vida mais saudável e feliz. Ao longo dos próximos meses e anos vou adquirir mais experiência no assunto e compartilhar insights com vocês.
Para finalizar, vou analisar duas mãos de PLO5 que joguei ontem (16) nas mesas de Heads-Up. Uma mão que ganhei e outra que perdi. Quero deixar claro que não sou um expert no assunto. Meu conhecimento veio todo do Omaha 4 cartas e tento adaptar para o Omaha 5 cartas. Espero que curtam.
Mão nº 1 do Omaha 5 Cartas: Fazer uma armadilha (trap) ou apostar com full house?
Pré-flop: Abrimos raise de 3x, oponente paga.
Flop: Apostamos 4.5 big blinds, oponente paga.Turn: Turn dos sonhos, certo? Agora tenho a decisão de apostar ou fazer uma trap.
Na minha opinião, esse é o momento perfeito para fazer uma trap devido às cartas que acompanham meu full house. Eu tenho muitas cartas que bloqueiam a gama de mãos que meu oponente continua quando eu faço mais uma aposta. São elas:
Ás de espada bloqueando os top pairs com flush draw.
K e Q bloqueando os possíveis AK e AQ que ele TALVEZ continuaria.
Conseguem enxergar o porque uma trap aqui seria uma boa ideia? Então vamos lá, dei check.
River: Oponente aposta 75% do pote, dou raise pote, ele paga.
Não vejo outro tamanho de aposta a não ser pote com o meu range POLARIZADO. O que polarizado significa? Polos, extremos, ou eu tenho nada ou tenho tudo. Nessas situações, apostas muito grandes são as mais corretas teoricamente.
Mão nº 2 do Omaha 5 Cartas: Acharam que eu só ia postar mãos ganhando né? Aqui vai o maior pote que perdi no grind de ontem.
Pré-flop: Dou raise para 3x. É a jogada mais correta a se fazer? Depende do oponente. Esse oponente era um jogador recreativo e passivo. Contra esse perfil uso uma estratégia mais agressiva no botão. Oponente raise baixo, eu pago.
Flop: Oponente check, aposto 66%, ele dá mini raise.
Gosto de apostar no flop com essa mão específica por ser uma mão fraca, com a qual eu não ligo de tomar check raise e largar, por ter um As bloqueando metade dos AA, e com aquela broquinha inesperada (risos). Obviamente que para um mini raise eu não largaria, mas paguei com um certo desconforto. Ter quatro cartas de copas na minha mão é bom quando bate um flush. Afinal temos 13 cartas de copas no baralho e eu terei muitas delas, fazendo com que meu oponente tenha flush em uma frequência menor.
Turn: Oponente aposta aproximadamente 9 bbs em um pote de 58 bbs.
Ainda temos 103bbs para trás e o range dele aqui também é POLARIZADO, certo? Não existe outra mão que ele tenha incentivo de apostar por valor que não seja o flush, correto? Definitivamente ele deve fazer uma aposta maior aqui, independente do que ele tenha. Especialmente para construir um tamanho de pot que consiga dar all in no river. Enfim, fiquei muito feliz com essa aposta. Porque mesmo se ele tiver flush maior, eu não perderei todas as minhas fichas.
River: Oponente aposta 70bbs em um pot de 76bbs, eu pago.
Temos que pagar com todos os flushes nesse river? Certamente não. Mas poker é um jogo de informação. Juntando as informações que tenho, estou vendo 7 cartas de copas, são 13 cartas no baralho, e meu oponente tem que ter duas cartas de copas com uma delas sendo um K ou A, tenho um call fácil na TEORIA. Especialmente quando o oponente é um jogador recreativo e provavelmente teria medo de apostar quase pot com o flush em K.
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Eu preciso ganhar essa mão apenas cerca de 33% das vezes para ser lucrativo. Tenho que pagar 70bbs para um pot de 216bbs. Isso significa que posso errar o call, aproximadamente, 65% das vezes.
A leitura contra um jogador recreativo acaba sendo um pouco complexa, pois é mais imprevisível e poderia estar tanto jogando a força da mão dele, com uma mão extremamente forte querendo me “pescar”, como inventando um bluff maluco. Isso acontece com uma frequência alta contra esse perfil. Por isso, sem informações suficientes sobre o jogador, juntei apenas as informações que tinha e dei call. Ele realmente tinha o flush NUTS.
É isso pessoal! Espero que tenham curtido essa coluna sobre Omaha 5 Cartas.
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Grande abraço!