O poker online é roubado, manipulado ou armado? Segundo Phil Galfond, não. Recentemente, um tweet do norte-americano movimentou a comunidade do poker nas redes sociais. O craque defendeu que grandes salas online do esporte da mente não equipavam seus softwares para gerar mais ação, como muitas pessoas acreditam. Baseado na repercussão, ele decidiu elencar alguns fatores que provam seu ponto, argumentando em favor da lisura dos sites mais populares em atividade.

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Segundo o que creem os “teóricos da conspiração”, como chamou Galfond, os RNGs (Random Number Generators, em português “Geradores de números aleatórios”) estariam sendo manipulados para gerar mais ação nas mesas. Contudo, o primeiro fator elencado pelo profissional diz respeito à ética das empresas, que “teriam que ser idiotas” para se submeterem a tal atitude.

Isso porque, de acordo com ele, “a teoria predominante é que os sites aumentam o número de bad beats e coolers, para que mais potes grandes sejam jogados, gerando mais rake”. O rake é a porcentagem coletada pelo site em cima de cada pote jogado nos cash games ou no prize pool arrecadado em torneios, como exemplifica ele. “No US$ 100 NLH, eles podem levar 5% do pote, até um total de 3 big blinds, significando que, uma vez que o pote tem 60 bbs, eles não levam mais à medida que a ele cresce”. Assim, não faria sentido crescer o pote de forma forçada.

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Para ele, “mesmo que eles [os sites] empurrassem alguns potes para 100 bbs em vez de 25 bbs, isso não teria um impacto enorme em seus resultados”, pois causaria alguns impactos negativos. De acordo com o profissional, que já foi dono de um site de poker (Run it Once), a sala precisa ter seus jogadores sempre ativos, visto que, quanto mais players, mais mãos jogadas e, consequentemente, mais rake.

A liquidez (“o número de jogadores e jogos disponíveis”) é, obviamente, de extrema importância para uma sala de poker, e os usuários regulares precisam de dinheiro. “Quando os jogadores ganham dinheiro, eles geralmente sacam. Quando os jogadores quebram, alguns vão embora”, escreveu o craque. Dessa forma, aumentar o rake deixando os potes maiores não seria lucrativo, uma vez que os usuários sacariam o dinheiro ganhado ou deixariam de jogar no site ao quebrarem.

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Nessa mesma linha, Galfond escreveu que “as despesas de depósitos e saques em comparação com o rake gerado provavelmente” deixariam os mais crentes na manipulação de dados de cabelos em pé. Não seria inteligente por parte dos sites de poker online aumentar o fluxo de saques/depósitos. Para Phil Galfond, “o ideal de um site seria que todas as mãos vissem um flop”, com o dinheiro indo e vindo para todos os jogadores, sem que ninguém “ganhasse ou perdesse muito.”

Dono de 3 braceletes da WSOP, o campeão mundial encerrou sua argumentação dizendo acreditar que as grandes empresas até podem estar dispostas a correrem riscos para lucrar mais, mas não por esse caminho. Não só “a complexidade de codificar um RNG para ver os flops e passar dinheiro (e não ser pego) é absurda”, como essa ideia nunca foi sequer levantada por quem acredita em uma possível trapaça.

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