Ricardo Rocha chegou perto de colocar o Brasil pela primeira vez no topo de um Main Event do circuito europeu de poker. Infelizmente, o profissional de Rio Pardo (RS) foi eliminado na terceira colocação, mas o resultado não deixou de ser histórico, marcando o primeiro big hit do gaúcho, que começou no poker em meados de 2013.
Em 2016, Ricardo chegou a cogitar largar o poker para se dedicar à faculdade de engenharia de produção após perder cerca de 60% do bankroll em uma downswing. O apoio do irmão foi fundamental para que o jogador se mantivesse na busca pela carreira de jogador, culminando em um ótimo 2017.
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“Consegui consolidar meus resultados, mesmo sem ter um big hit”, explicou. “Isso de não ter um big hit foi ótimo para a minha carreira, porque nunca subi no salto de que era melhor do que os outros, de que não precisava estudar. Acho que tudo acontece na hora certa, ter essa caminhada culminado com esse terceiro lugar incrível.”
Foi nessa época que Ricardo conheceu Renan Bruschi, com quem construiu uma grande amizade. Renan foi, inclusive, um dos responsáveis pela presença de Ricardo em Praga. “Em outubro ele me convidou pra vir pro EPT, o que foi incrível da parte dele, porque eu não tinha nada de resultado no live”, explicou.
Em entrevista ao SuperPoker, além de falar sobre o belo resultado, Ricardo explicou seu raciocínio no polêmico call dado durante o 3-handed do torneio. Confira.
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Para você, mais acostumado ao jogo online, o que representou esse resultado de peso live?
Esse resultado é gigante para mim. Como eu construí toda minha carreira no online, sempre jogando sozinho, sempre tive um pouco desse estigma de só ganhar no online, até por não rodar muito no live. Cheguei ali com US$ 3 mil em ganhos ao vivo, então ter conseguido esse resultado é gigante. Isso me dá uma confiança absurda, fantástica.
Fica alguma frustração de não ter saído com o título?
Óbvio que chegando na mesa final você sempre quer ganhar, ficar em primeiro, mas não sei se a palavra é frustração. Meu primeiro EPT, meu quinto evento live, ter um resultado desses… não tem como falar que fiquei frustrado, é gratidão mesmo por esse resultado.
Sentiu nervosismo em algum momento?
Eu acho que senti mais nervosismo no primeiro e segundo dia do que no quinto e no sexto. Talvez por eu ter ido mal nos primeiros eventos, então eu carreguei um pouco a pressão pro Main Event. No primeiro momento que entrei na mesa da TV, faltando uns 25 left, na primeira hora eu tava um pouco mais nervoso, cauteloso, mas depois fui conseguindo desenvolver tudo que queria.
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O que você pode falar sobre o call de Q7? Foi bastante comentado nas redes sociais…
Eu daria aquele call 8 em 10 vezes, do jeito que eu joguei a mão. Eu já rodei tanto a mão na minha cabeça, em vários cenários, e em todos eu acabo perdendo muita ficha. Chegando ali naquele river, dando lead turn, que eu acho bem bom naquela carta, contra aquele cara, que estava pressionando bastante… Como eu falei, eu era mais inexperiente no live do que eles, estava esperando que eles me pressionassem. Ele está abrindo 50% do botão ali, um range gigantesco. Quem falar que ele não tem blefe ali no range, está mentindo, tem muita coisa naquele river que poderia blefar. Infelizmente peguei ele no topo do range, ainda não me vejo foldando. Faz parte, dei o call e bola pra frente.
Como foi receber a torcida e mensagens de tantas pessoas?
Foi incrível todo o carinho que eu recebi e continuo recebendo todos os dias. Total gratidão ao pessoal de Rio Pardo e da região pelo apoio e pela torcida, nada que eu escreva aqui é suficiente pra agradecer, muito obrigado pelo carinho a todos!
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