Mesmo não sendo jogador profissional, Paulo Gini está fazendo uma grande temporada no BSOP. Com grandes resultados nos torneios paralelos, ele ocupa a terceira posição no ranking geral da série, e veio para o BSOP Curitiba tendo como principal objetivo diminuir a distância para o líder Marcelo Mesqueu.
No entanto, ao contrário de Mesqueu, que contou não estar preocupado com o cansaço, Gini está sentindo o desgaste. Além das longas horas de jogo, estar na briga pelo ranking adiciona ainda mais pressão no jogador. Por outro lado, Gini conta que vai focado para o BSOP Millions, onde o grande número de torneios pode mudar o cenário da disputa.
Em entrevista ao SuperPoker, ele falou sobre a acirrada competição e comentou sua programação para o Millions. Confira.
Como você se sente chegando à penúltima etapa na terceira posição do ranking?
No começo do ano, a gente sempre imagina e quer estar brigando pelo ranking. Primeiro você pensa em estar Top 10, depois Top 5 e agora chegar na última etapa Top 3, só monstro, Affif, Garrido, Mesqueu runnando a vida. Eu me sinto felizão, mas é cansativo, eu vejo porque que os jogadores quase nunca repetem o desempenho no ano seguinte, é estranho, você não joga igual jogaria. Eu passei pro Start-Up, o Affif caiu logo de cara, então só restava eu e precisava ir bem, acabei foldando uma mão que não foldaria e caí na bolha quase. Daí fiquei bravo, cheguei no Main Event já pensando “perdi 40 pontos”, é difícil cara.
O Mesqueu contou não se preocupar com o cansaço. E você, como lida com isso?
Isso me preocupa. Eu não estou muito bem fisicamente, estou com uns probleminhas, estou preocupado. Não estou com a saúde 100%, na verdade.
Como está sua preparação para o BSOP Millions?
Não tem muito mistério, é jogar tudo. Já vi outros falando o que vão jogar, mas eu vou jogar tudo, tentar fazer um multitable, normal, igual venho fazendo nas últimas etapas. Só que a grade é muito grande, já vi pessoal falando em abrir três telas, e acho que isso é um pouco demais, não sei até que ponto vale a pena você desfocar de um torneio grande.
Com os jogadores sabendo que você está disputando o ranking, eles te apertam mais na bolha?
Ano passado eu brinquei que estava treinando para o dia que estiver participando do ranking, então, quando eu encontrava o Kelvin ou o Affif na mesa, e sabia que os pontos eram importantes para eles, eu acabava apertando, como eu estou sendo apertado. No Start-Up, os caras falavam “o Paulo não pode pagar porque está no ranking”, mas se você mudar seu jogo nunca é bom. Acho que precisa fazer seu jogo e se cair, caiu, fazer o quê?
E estar perseguindo um cara como o Mesqueu, que joga tudo, torna a tarefa ainda mais difícil?
Torna, mas eu brinquei com ele que eu venho crescendo. Eu falei “vou tirar 200 pontos em São Paulo, 200 pontos em Foz, 200 em Curitiba, daí eu quero ver a pressão (risos)”. Porque eu jogo sem pressão, não sou profissional, quero muito ser campeão, como todos querem. Acho que no Millions ainda vai ter um ou dois caras que vão aparecer de última hora, porque é muito ponto. Ano passado acho que fiz 900 pontos no Millions, qualquer um que estiver Top 10 e for bem pode chegar.
Você acredita que podemos ter surpresas no Millions?
Claro, você olha o ano passado e quem falava que o Kamei seria vice, que o Kelvin não ia ficar no Top 3? A última etapa é cruel demais e pesa, eu vi o Kelvin ano passado, começou a não runnar bem nos primeiros eventos e isso pesa para os outros, você acaba indo com pressão. Eu vou jogar focado, é o que posso falar. Dar o meu máximo e se der bom, ótimo, já estou felizão de estar no Top 3 e brigando pelo ranking.