José Carlos Peixoto, ou simplesmente “Zé Carlos”, é uma das principais autoridades quando o assunto é regra de poker na região Nordeste. Não é por menos que o potiguar é Diretor de Torneios do maior evento da região, o Nordeste Poker Series.

Apesar do grande prestígio no esporte, José Carlos possui apenas 27 anos. Sua trajetória como profissional que trabalha com o poker começou em 2013, mas foi em 2014 que a carreira começou a dar os primeiros passos. “Em Mossoró tinha um circuito bem pequeno, mas no ano seguinte tinha um projeto de aumentar o garantido deste evento. O dono sempre contratava um Diretor de Torneios, mas ele falou comigo que queria lançar um circuito maior e me colocar na função, então, eu comecei a estudar as regras”, contou.

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O profissional recorda com carinho de um dos primeiros grandes eventos que comandou. “Por meio de meu antigo chefe, fui convidado pelo Gleidibe Brito, o ‘Nenê Brito’, para comandar um torneio beneficente. Ele tinha a entrada de R$ 300, com rebuy e Add-On. O torneio tinha R$ 30 mil e distribuiu mais de R$ 80 mil, foi um estouro. Foi uma loucura muito grande, porque eu comandava torneio com três ou quatro mesas, neste já foram doze. Nessa época, eu não sabia o que era floor, comandei tudo sozinho”.

José Carlos – NPS Recife

Mesmo sem experiência em comandar um evento de poker, o potiguar aceitou a missão e passou por diversas dificuldades, como recordou. “Nunca havia tido a experiência com um evento, era apenas dealer de cash game. Eu li o livro da ADTP e não entendi metade do conteúdo, não sabia o que era chip race e outros termos próprios do meio. Mesmo assim, eu assumi essa responsabilidade, ainda me lembro do nervosismo e o receio pela inexperiência, mas as coisas deram certo. Foi neste evento que tive meu primeiro contato com Ytarõ Segabinazzi. Pedi a oportunidade de ser dealer do estadual cearense e ele me deu”.

Foi a primeira vez que o jovem deixava o estado natal a trabalho. Com muita dedicação a atividade, José Carlos foi convidado para seguir trabalhando no evento e, logo depois, promovido a floor. “A partir desta porta, outras se abriram. Fui trabalhar na Paraíba, Rio Grande, não só nessa função como também de diretor”.

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Neste momento da vida, Zé Carlos já conhecia o poker há cinco anos e era o “dealer oficial” do home game dos amigos. Logo no começo da trajetória, o jovem já possuía uma difícil decisão: seguir na gerência de um restaurante ou trilhar os caminhos no jogo de cartas mais popular do mundo. “Nessa época eu também fazia faculdade. Vi que ia ganhar algo parecido ou até mais que no meu atual emprego e também ia sobrar mais tempo para estudar, então, não tive muitas dúvidas”, relembrou.

No final de 2015, tentou a sua primeira experiência no maior circuito de poker do hemisfério sul, o BSOP (Brazilian Series Of Poker), o Campeonato Brasileiro de Poker. Ainda dividindo a atividade com a faculdade, não obteve sucesso, pois a última etapa do circuito, o BSOP Millions, maior evento do esporte na América Latina, foi realizado na mesma data das provas finais.

José Carlos Peixoto – Nordeste Poker Seris

Em 2016, o circuito realizou uma etapa em Natal e ele concretizou mais um sonho na carreira, trabalhar no BSOP. Mas esse ano foi de mais realizações. “Nessa época surgiu o projeto do Nordeste Poker Series. Além de trabalhar no circuito, fui contrato para ser Diretor de Torneios e também fui para o Millions”.

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Mesmo com tantas realizações em tão pouco tempo, José Carlos não se acomodou e buscou mais um objetivo na carreira. Zé trabalhou em todas as etapas do Campeonato Brasileiro de Poker de 2017 e, no final da temporada, foi eleito entre os 20 melhores dealers do país. “Foi uma satisfação enorme, porque no início eu tinha o sonho de viver disso. Depois, de participar de pelo menos uma etapa do BSOP, chegar lá e conquistar isso foi uma felicidade enorme. Ver meu nome na lista foi inexplicável, um sentimento diferente, algo muito bom”.

José Carlos e equipe do Nordeste Poker Series eleita top 20 do BSOP em 2017

José Carlos também apontou qual o principal desafio nesta carreira. “Precisamos estar sempre se renovando, buscando as novidades, o que está acontecendo no mundo do poker. Porque no meu ver, o Brasil é um dos países mais avançados nessa questão e sempre está buscando algo novo para melhorar o jogo. Sempre busquei ver como os floors e diretores do BSOP se comportam, pergunto sobre situações, sempre buscando tirar a melhor lição”.

Questionado sobre quem ele se inspira no trabalho, o diretor não titubeou. “Sempre me espelhei no Samir Zein, Diretor de Torneios do BSOP. Quando tive o primeiro contato com o evento, não ouvi coisas boas a respeito dele, devido a rigidez, mas com a gente aqui do Nordeste não foi assim. Sempre se mostrou brincalhão, tentou interagir com a gente e isso facilitou muito a nossa entrada no circuito, algo que foi de grande valia na minha evolução como profissional. Poder estar perto, trabalhar e aprender com ele”.

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Em um esporte em que os personagens principais são os jogadores, o potiguar é um grande exemplo em que é possível obter êxito fora das mesas. Zé contou que ainda possui muitos objetivos na profissão. “O sonho de todo Diretor de Torneio é ser floor do BSOP, é o ápice de qualquer um. Esse é o meu sonho e estou trabalhando para isso”.

José Carlos encerrou contando da responsabilidade de dirigir um torneio da dimensão do Nordeste Poker Series. “É muito grande, sempre que está se aproximando uma etapa, vem aquele frio na barriga de estar trabalhando em um evento tão grandioso para a nossa região. Vem aquela apreensão de tudo dar certo, de solucionar todas as situações de maneira correta”, e concluiu falando da importância da competição para a popularização do esporte na região. “Quando o evento surgiu, era uma ideia inovadora na região, muito grande. Graças a Deus deu muito certo e isso influenciou positivamente na minha carreira e de muitos outros profissionais”.

O Nordeste Poker Series tem o patrocínio do Brasil Poker Live, braço brasileiro da Rede Aconcagua Poker. Envie email para registros@aconcaguapoker.com para criar sua conta.