Normalmente, a cerimônia de coroação do Jogador do Ano da WSOP, que ocorre durante a edição do ano seguinte, é um momento de celebração. Aquele que teve o melhor desempenho na temporada passada recebe os aplausos e o reconhecimento de seus pares, além de ter um banner com sua foto exposto de forma definitiva no Rio Casino & Hotel.

A cerimônia de 2018, no entanto, tem tudo para ser diferente e recheada de vaias. Isso porque o líder do ranking é Chris Ferguson, o “Jesus”, uma das pessoas mais odiadas do poker mundial devido ao seu envolvimento no escândalo do FullTilt Poker, que deixou milhares de jogadores no prejuízo, pelo menos até a compra do site pelo PokerStars.

Ferguson somou 898.46 pontos, em uma performance que contou com o número recorde de 17 ITMs, mas nenhum bracelete dourado. Apesar disso, ele chegou perto de conquistar a sexta joia em duas ocasiões, terminando com o vice-campeonato no Evento #72 ($10,000 Seven Card Stud Championship) e na quarta posição do Evento #51 ($10,000 Pot-Limit Omaha Hi-Lo 8 or Better Championship). A segunda colocação é de Ryan Hughes, com 876.35 pontos, seguido por John Monnette, com 865.21 pontos.

Chris Ferguson – WSOP 2000

Por liderar o ranking ao fim dos eventos da série em Las Vegas, Ferguson ganhou o buy-in de €10.000 para o Main Event da WSOP Europe. A parte europeia da Copa do Mundo do Poker acontecerá em Rozvadov, na República Checa, e contará com 11 eventos no total, dando a alguns jogadores a chance de ultrapassar “Jesus” no ranking e evitar o que seria uma cena constrangedora. Seis anos após a Black Friday, o pior dia da história do poker, o jogo pode acabar coroando um dos responsáveis pelo escândalo com uma das maiores honrarias desse meio.

Nas redes sociais, não faltaram comentários sobre o absurdo da situação. Um tweet do americano Nathan Meyvis foi um dos mais populares, ironizando a liderança de Ferguson e ressaltando o maior personagem da WSOP 2017: “Se Chris Ferguson ganhar o Jogador do Ano da WSOP, eles deveriam fazer um banner para ele como fazem para os outros, mas tampar com uma gigantesca imagem de John Hesp”.