Nesse último final de semana, os amantes do esporte da mente tiveram uma oportunidade única: questionar e pedir conselhos para uma das principais referências do poker nacional, o craque Will Arruda.

Os fãs não perderam a oportunidade e encheram a caixa de perguntas do jogador, que respondeu mais de trinta questionamentos. Os assuntos foram os mais diversos, início na carreira, como separa a vida pessoal da profissional e os assuntos relacionados ao 4-Bet Team, time em que é um dos sócios.

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No início da trajetória no poker, Will revelou que seu principal mentor foi o americano Matthew LaGarde. “O nick dele era ‘mlagoo’. Me ajudou a organizar todas as minhas ideias há uns 9/10 anos”, o jogador continuou. “Parou após a Black Friday. Sua principal característica: nunca estava errado pós-flop”.

O sócio do 4-Bet Team também contou que os livros sobre estratégia do jogo foram essenciais no início da carreira. “Li o Harrington on Hold’em, também o volume II e III. Não foi uma vez, mais sim três! Além disso, comprei todos os livros de poker da Amazon e devorei”.

Will Arruda

Apesar de hoje não ser mais recomendado o estudo por meio desta ferramenta, Will contou que os livros contribuíram muito para o início da jornada. “Eu tinha 18 anos, bankroll micro e não poderia quebrar. Então, só comecei a jogar real money depois de ter estudado muito. Esse método hoje em dia iria falhar absurdamente, mas isso me deu uma vantagem muito grande na época. O segundo salto foi quando conheci o meu sócio, Caio Brites, ambos melhoramos demais, respirando poker e fundamos o Sng Team Pro há uns 12 anos, que depois virou o 4-Bet Team”.

Assim como a maioria dos jogadores, o craque também teve momentos em que não estava sendo lucrativo. “Minha downswing foi algo entre US$ 80.000 e US$ 100.000. Já aconteceu umas duas ou três vezes há sete anos”, compartilhou.

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Will também contou porque anda um pouco afastado do grind online. “Meu trabalho principal é cuidar do time. Jogar mais iria comprometer meu trabalho: criação de conteúdo, aulas e administração geral do time. De qualquer forma, jogar faz parte do trabalho para não virar leão de treino, acabo jogando mais em série, ou quando quero testar algo”.

O jogador continuou falando sobre. “Cravar um torneio é muito bom, mas depois de um tempo essa sensação passa, assim como de uma viagem ou uma compra. Transformar um jogador em vencedor é um prazer muito mais duradouro. Criei tudo, muita gente espera e precisa do conteúdo. O que torna isso tudo muito prazeroso”.

Will Arruda – BSOP Millions – Crédito: Carlos Monti

Questionado sobre o quão longe os jogadores brasileiros estariam em comparação com os principais craques do circuito mundial, ele foi categórico. “Longe? Hoje em dia temos diversos jogadores que não devem nada aos gringos. Essa mania de achar que o ‘gringo é melhor’ é uma tremenda bobagem.

Will Arruda finalizou dando uma valiosa dica. “Não seja um leão de treino, saber aplicar o que sabe. Tem muita gente que conhece muito, mas não sabe aplicar. Então, fica estudando, tira dois ou três dias para estudo e na hora do jogo é só canelada”.