A primeira etapa da história do WPT Brasil é patrocinada pelo Brasil Poker Live, braço brasileiro da gigante latino-americana Aconcagua Poker.
Quando o assunto é o cumprimento das regras em torneios de poker, poucos nomes são tão importantes quanto o de Matt Savage. O americano de 48 anos é de San Jose, na California, onde teve seu primeiro contato com o poker, há 25 anos. A paixão pelo jogo foi instantânea e deu início a uma carreira que levou Savage ao cargo de Diretor Executivo do WPT (World Poker Tour).
A realização do WPT Brasil trouxe Savage para o país pela primeira vez para ficar no comando do evento e a primeira impressão dele não poderia ter sido melhor. Trabalhador incansável, ele busca garantir que tudo corra bem no evento e que os jogadores tenham uma experiência inesquecível na estreia do circuito na América do Sul. Savage pode ser visto até ajudando a carregar mesas no salão do Infinity Blue Resort & Spa.
Além de seu papel no WPT, Savage foi o criador e é um dos diretores da Tournament Directors Association (TDA), que visa unificar as regras e procedimentos em torneios de poker. A associação serviu como inspiração para a criação da Associação dos Diretores de Torneios de Poker (ADTP), entidade brasileira que tem o mesmo propósito, buscando evitar a variação de regras entre diferentes eventos de poker.
Em um dos intervalos do WPT Brasil, Savage falou ao SuperPoker sobre sua trajetória no poker e a chegada do circuito no Brasil. Confira.
Como aconteceu seu primeiro contato com o poker?
Faz bastante tempo (risos), foi em 1992 em um cassino em San Jose, Califórnia. Eu entrei, comecei a jogar e logo percebi que as pessoas lá estavam ganhando mais dinheiro do que eu, que trabalhava em uma empresa de alarmes. Então eu decidi tentar arranjar um trabalho lá, comecei vendendo fichas, depois fui dealer, floor, diretor assistente e cheguei a diretor de torneios. Foi quando eu comecei a participar de vários torneios e perceber que as regras eram diferentes em cada lugar que eu ía, por isso eu decidi criar a Tournament Directors Association (TDA), em 2001.
Trabalhando na organização de torneios, você ainda joga poker?
Eu jogo o máximo que posso, mas não consigo jogar tão frequentemente. Na maioria das vezes jogo durante o verão, que é quando o WPT dá uma pausa. Eu gosto de jogos Limit, então você não encontra muita oferta, mas como trabalho em Los Angeles tento jogar um pouco quando estou lá.
Como surgiu a ideia de trazer o WPT para o Brasil?
Estamos tentando fazer o nosso circuito ser mais global, ser realmente o World Poker Tour, ao invés de acontecer apenas nos Estados Unidos, Canadá ou Europa. A nossa empresa-mãe é na China, então expandimos para lá também, fomos para a África do Sul, Índia, mas também queremos deixar nossa marca aqui na América Latina, por isso viemos para o Brasil pela primeira vez. Há alguns anos, já fizemos um evento na Costa Rica, mas nunca na América do Sul, então acredito que isso é importante para expandir e marca e, obviamente, está sendo um sucesso.
E qual é a sua impressão até agora?
É insano, eu nunca esperava ver tantos jogadores, especialmente jogadores que eu não conheço. Em qualquer lugar que eu vou, mesmo na China, Índia ou África, eu conheço muitos jogadores, mas cheguei aqui e eu não conheço ninguém. É incrível que existam tantos jogadores desconhecidos, é difícil ver que você não conhece ninguém, mas também é animador saber que existem tantas pessoas apaixonadas por poker.
Dá para dizer que será o primeiro WPT Brasil de muitos?
Definitivamente. Nós iremos para Punta del Este, no Uruguai, e estamos trabalhando em outros acordos no momento. Espero que voltemos para o Brasil e que seja ainda maior da próxima vez, é um ótimo lugar para estar, existe muita paixão por aqui e você ouve bastante isso sobre jogadores brasileiros e pessoas brasileiras no geral, então estou feliz que o WPT finalmente veio para cá.