O crescimento do poker no Brasil na última década fez com que cada vez mais nomes ganhassem fama, com legiões de seguidores nas redes sociais e impérios de cursos, times e mais. Ainda que vários craques possam ser citados, provavelmente nenhum construiu uma imagem tão forte quanto André Akkari. O nome do paulista costuma ser conhecido até por aquele seu amigo, que não acompanha de perto o poker, mas já ouviu falar em algum lugar.

Os motivos estão longe de ser um segredo. Segundo o HendonMob, são quase US$ 2,4 milhões em resultados ao vivo na carreira, quarta maior marca entre os brasileiros, incluindo um bracelete da WSOP que o colocou de vez nos holofotes. Akkari também está entre os mais antigos embaixadores do PokerStars que seguem com o site, em uma relação na qual ambos aparentam grande satisfação, provada pela recente renovação do contrato por mais cinco anos.

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Um dos pioneiros no desenvolvimento de cursos e times de poker no Brasil, ele tem o QG Akkari Team como uma de suas principais marcas, mas é um empreendedor em série. Seu histórico possui empresas de diversos tipos, como um restaurante japonês, uma criação de cachorros da raça Golden Retriever, e incluindo de forma mais recente times de eSports dos jogos Counter Strike e League of Legends.

Talvez a maior prova do status que Akkari alcançou seja sua amizade próxima com Neymar, principal estrela da Seleção Brasileira e uma das maiores celebridades do Brasil no momento. As férias curtidas na Bahia com o craque do PSG e sua turma de “parças” gerou o que o PokerStars Team Pro batizou de “Bahia Vibes”, uma energia positiva que teria feito a diferença no belo desempenho durante o PCA. Seja isso real ou não, o fato é que foram mais de US$ 80 mil em premiações do craque nas Bahamas.

André Akkari - PokerStars Players Championship

André Akkari – PokerStars Players Championship

Durante o evento, Akkari concedeu longa entrevista a Victor Marques, falando de peito aberto sobre todos esses assuntos e mostrando grande otimismo com o futuro do poker mundial e brasileiro. Confira.

Agora, além dos seus outros negócios, você acaba de renovar por cinco anos com o PokerStars. Não sei se você vai lembrar, mas teve uma vez que conversamos sobre isso em Vegas há uns três anos e você disse que estava querendo, não parar, com o poker, mas dar uma diminuída. Você mudou de planos?

Não, mas naquela época eu tinha um contrato com o PokerStars com obrigações que, pelo momento de vida e carreira que eu estava, pelo tanto que eu entregava, era o máximo que eu podia ter. Aquilo era maçante para caramba, eu era obrigado a jogar cinco dias por semana online, cumprir todos os eventos que me mandassem cumprir. Na vida é assim, quando você não tem tanto para entregar, não é tão importante quanto poderia, as pessoas vão te cobrando e você tem que fazer, todo mundo tem chefe nessa vida né?

Mantendo aquele aquele contrato, chegou uma hora que dava canseira demais, ficava muito cansado. Quem não joga poker online profissionalmente, às vezes não consegue enxergar. Quem não teve a rotina que eu tive de 2006 até 2014 jogando seis dias por semana, sem nunca ter um domingo, quem não faz isso não, tem a noção do que eu estou falando. Para mim era muito difícil, então eu tinha dois caminhos, ou diminuir essa entrega e acabar perdendo o benefício de ser patrocinado ou tentar crescer no que eu faço e aí meio que igualar as posições, pedir o que eu queria para ficar confortável.

Eu consegui fazer isso, crescer nas coisas que eu representava, na forma em que eu era embaixador do PokerStars e aí me deu condição de pedir para eles alguns benefícios. Trocar, na verdade, posições com coisas que me deixavam mais confortável e que eles ficariam felizes também se eu continuasse entregando. Eles aceitaram e aí a relação foi ficando melhor e foi me dando mais tesão de continuar na batalha. Hoje, estou com um contrato que me deixa feliz demais para fazer as coisas que quero, que para eles são muito importantes. Eu sou sempre muito preocupado em entregar para caramba, sou neurótico com isso e fica todo mundo feliz. Então meu plano agora é executar esse contrato de cinco anos felizão.

O que são essas coisas que você tem que entregar agora?

Eu tenho ainda obrigatoriedades, nas linhas do contrato tem coisas que eu preciso jogar, horas que preciso cumprir, mídias que preciso fazer, mas é basicamente jogar e representar o poker e a marca da melhor forma possível. A estratégia do PokerStars desde o começo, o primeiro Team Pro, desde o Chris Moneymaker lá atrás, sempre foi fazer que as pessoas dessem suporte a uma marca de um jogo que não era muito bem visto.

As pessoas aliviavam essa situação, você pega um Negreanu, por exemplo, as pessoas podem falar mal do poker em algum lugar, mas falar mal dele é difícil, o próprio Moneymaker. Foi a substituição de um esporte, que não era tão bem visto, por pessoas. Eu fui fazendo esse trabalho, então essa é a minha obrigação hoje, seguir representando o esporte poker da melhor forma possível e, a cada vez que eu representar e conseguir ser o Akkari que eu venho sendo, conectar o PokerStars a isso, para ele ser beneficiado.

André Akkari - PokerStars Caribbean Adventure

André Akkari – PokerStars Caribbean Adventure

Tivemos aqui nas Bahamas o PSPC e o Brasil esteve entre os países que mais trouxe gente para cá, como você se sente sobre isso, se sente responsável?

Eu me sinto, obviamente, um dos responsáveis. Tem muita gente trabalhando para isso acontecer, vocês do SuperPoker, as transmissões, nós com resultados, mídias sociais, mas acho que o principal é que o Brasil teve um momento ímpar, diferente do mundo inteiro, porque no Brasil não podia se jogar.  No mundo inteiro pode se jogar poker tranquilamente, porque tem cassino, então ninguém quer saber se é jogo de habilidade ou de azar, tá lá e joga, ninguém precisava ficar batalhando, defendendo isso. O Brasil teve que defender e quando tinha que mostrar a legalidade, tinha que se aprender. Tem alguns caras que são preconceituosos aqui no meio do poker, que acham que brasileiro é tudo grosso, mas mesmo os mais radicais, que mais acham que brasileiro joga mal, até eles sucumbiram, quitaram o discurso. E quem achava que o brasileiro já jogava direitinho, hoje está achando que é o melhor jogador do mundo, e na verdade é.

Não tem times como tem no Brasil, não existe 4-bet’s, Samba’s, Akkari Team’s e o caramba, e o Akkari Team nem dá para colocar na mesma categoria que os dois, porque são gigantes e lucrativos bizarramente. Tem times no mundo, na Europa, nos Estados Unidos, mas não do nível desses caras. Não tem cursos no mundo como no Brasil, não tem gente que paga para aprender poker como no Brasil, então isso daí fez com que o poker explodisse, a gente enchesse o PSPC e vai continuar assim. Hoje em dia, no PokerStars pelo menos, que é onde tenho a informação oficial, o Brasil é o que mais ganha no poker, não tem nenhum país que ganha mais que o Brasil, proporcionalmente.

Trabalhamos para isso acontecer, [Igor] Federal, eu, você, Vitão, todo mundo trabalhou muito, os times empreenderam e as pessoas viram a oportunidade. Eu vi a oportunidade de ganhar dinheiro com curso, o Rafa [Moraes] com time, e explodiu. É uma indústria que se movimentou por uma vertente, um caminho, que nos outros lugares não foi tão bem sucedido assim.

Lembro que na Global Poker League, que você até foi capitão do time [São Paulo Metropolitans], falavam “queremos esportificar o poker” e no Brasil já tínhamos feito isso muito antes né?

Já sabíamos tudo, o caminho inteiro, fizemos muito melhor do que todo mundo.

Pelo jeito eles não pegaram tanta informação com a gente, porque não continuaram…

Exatamente, mas na verdade é contracultural, não adianta. Quando você discute se poker é habilidade nos Estados unidos, cara não quer nem debater. No Brasil não, não tem jogo, nesse aspecto é um país terrível, conservador demais, retrógrado pra caramba, nesses pontos. O resto todo é maravilhoso, mas para isso é muito ruim, mas nós estávamos na hora certa e no momento certo e “deu nóis” (risos).

Deu nóis, definitivamente, e aqui está mais uma prova que os trabalhos foram muito bem feitos. André, você se vê daqui a 10 anos de que maneira?

Se Deus quiser mais magro, né? (risos) Eu me vejo jogando poker, invariavelmente, não tem a mínima chance de eu não jogar poker, mas o meu tesão é movimentar gente. Eu sou empreendedor por natureza e gosto de saber que uma ideia ou uma ação que saia da minha cabeça, movimente a vida de outras famílias. Então me vejo empreendendo, como empreendo hoje, jogando poker e continuando a representar um jogo que é legal demais, que não vai salvar o mundo, mas me divirto para caramba, fez minha vida mudar. Se eu conseguir fazer a vida de mais pessoas mudar através de uma parada que mudou muito a minha família… Imagina quantas famílias têm igual eu estava em 2005.

Temos um grupo no Telegram das pessoas que compraram o curso, com 600 pessoas, e a galera está maluca para aprender, porque se virar profissional de poker, muda a vida do cara. É muito legal saber que você mudou a vida das pessoas, muito prazeroso para mim fazer isso. Que nem o menino que ganhou o pacote da Inagame para vir pra cá, entrou aqui chorando, a família dele torcendo. O Padilha, que estava agora na reta final, bateu na nossa porta vendendo Nextel. E quem é ele hoje, o tamanho do moleque, não só físico (risos), mas ele ficou muito grande, é muito inteligente, bom de jogo, e começou sem saber o que era small blind e big blind, em 2006 ou 2007. É muito legal saber que você mexeu na vida dele, da Amanda, da família dele, é irado. De novo, não salva as crianças da África, não salva o mundo, mas é legal demais, quero continuar fazendo isso daqui a 10 anos.

André Akkari - BSOP Millions

Sua relação com o Neymar é muito próxima e ele gosta muito de poker e de algumas outras coisas que você gosta muito, como futebol, obviamente, e o eSports. Como é sua relação com o Neymar?

É a melhor possível. Para entrar bem na sua cabeça como ela é, ela é igual a minha com você, é carinho para caramba, risada demais o tempo inteiro, chorando de falar besteira. É sem interesse, não tem amizade para pegar dinheiro, você não tem amizade comigo para jogar poker, eu não tenho amizade com você para dar entrevista, é legal demais. O moleque é fora da curva, igual você é fora da curva, ele é muito inteligente, sagaz, bizarramente coração bom. Isso é algo que nunca vai ser exposto de um jeito que o recompense né, que o valorize pelo que ele faz, mas é surreal o coração do moleque.

Vou te dar um exemplo, o Brasil ia jogar contra o Paraguai às 21h45 no Itaquerão, acho que teve um jogo há uns três anos atrás, que ele fez dois gols. Dá 20h estou na minha casa comendo pizza e ele me liga, e eu estou sentado esperando começar o jogo dele na televisão (risos). Eu “o que aconteceu?” e ele “como você está?”, falei “tô bem, vou comer uma pizza, mas o que aconteceu?”. Ele disse “nada mano, só liguei para saber se você está bem, antes do jogo sempre ligo para as pessoas que eu gosto pra ter energia positiva”. Pô, achei demais. Ele detecta que alguém precisa de uma coisa e tem muita sensibilidade para saber como ajudar, sabe que as pessoas às vezes ficam sem graça, então ele procura um caminho e ajuda. Ele me usa às vezes pra ajudar alguém, me diz “vamos mexer na vida daquele moleque ali?” e eu “vambora, o que podemos fazer?”, ele articula para fazer o bem, é demais.

Você é um cara que gosta muito de mexer com a vida das pessoas e quando você faz de maneira positiva, que na maioria dos casos é o que acontece, é uma satisfação muito grande. Mas, às vezes, os haters vêm. Quando eu comecei a trabalhar na TV Poker Pro, você falava “não liga para os haters” e hoje vejo que você dá um pouco de espaço para eles, ou se refere a eles como nunca se referiu, porque você passava batido antes.

Se eu faço hoje é por humor, por sacanagem. É difícil das pessoas acreditarem, mas juro que nada me afeta, nada que o cara fale. Lógico que alguns passam dos limites às vezes, comigo é muito pouco, quando você vê caras maiores que eu…

O próprio Neymar…

O Neymar é o ápice né, de polarização, de pessoas que adoram ele, tatuam ele no corpo, e pessoas que odeiam o cara, acham ele a pior pessoa do mundo, é surreal. Eu faço na resenha, tipo assim escrevo “hoje é o dia do hater, manda uma mensagem que vamos conversar”,  daí eles mandam e eu bloqueio (risos). Não dá para você gastar energia tentando entender como funciona a cabeça de todos os seres humanos. As pessoas fazem coisas que são inexplicáveis, então como eu não tenho capacidade técnica para mexer isso, eu simplesmente dou risada e sigo minha vida.

Eu nunca fiz isso em toda minha vida, nunca peguei um teclado e fui escrever algo negativo para alguém de graça, entrar no post de alguém e xingar. A relação com o hater é uma que não tem fim, na minha análise pelo menos. Eu pego quinto em Barcelona e ganho US$ 400 mil, eu sou ruim, eu pego segundo no HORSE e não sei jogar HORSE, se não tinha pegado primeiro. Se eu ganhasse o PSPC aqui e US$ 5 milhões e, duas semanas depois não ganhasse mais nada, era ruim de novo, então não tem limite. Eu sou ruim porque só tenho um bracelete, tinha que ganhar dois, não tem o que fazer. Eu não mexo, mas quando mexo é para dar risada.

André Akkari - BSOP Floripa

André Akkari – BSOP Floripa

Como você vê o Brasil para os próximos anos?

Vejo explosão, porque finalmente estão chegando pessoas ali que tem algum tipo de intelectualidade, capacidade para, em Brasília, fazer alguma articulação para o jogo andar, chegar nos cassinos. O poker não está nem direta, nem indiretamente relacionado com o jogo de azar, ele simplesmente acontece em cassinos, como aqui em Bahamas tem um resort gigantesco e tem cassino também.

Como tem música também…

Música, teve show de humor e tudo mais. Mas quando isso bomba, facilita as coisas para o poker, como facilita para as lutas do UFC e tudo mais. Então vejo que o poker, mesmo sem ter cassino, sem ter pessoas que se interessem por esse tipo de target, que montem cassinos para fazer um grande torneio lá dentro, coisa que o Brasil não tem até hoje, ele já bomba. Por isso, quando tiver isso será fantástico, quando tiver a proteção jurídica para as empresas que querem investir no Brasil. Agora, por exemplo, estão legalizadas as apostas esportivas. Não vai dar seis meses para as camisas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo estarem com os patrocinadores disso. Futebol um mercado em que está todo mundo quebrado, Corinthians não tem dinheiro para nada, então o futebol não anda, vemos caras ruins jogando. Daí quando tem uma torneira que pode abrir para favorecer isso, os caras fecham, não deixam correr a água. Então acho que vai ser demais nos próximos anos para o jogo no Brasil, para o poker, para mim, para você, que virou referência, para todo mundo.

Queria que você falasse agora sobre os eSports, você entrou no poker por paixão e é algo que você tem uma grande aptidão para executar, não só jogando, como abrindo outros negócios. Você se vê assim nos eSports ou sua relação com eles tem outra premissa, outro ponto de partida?

A relação com os eSports nasce do meu tesão de jogar e ver jogo. Eu gosto de assistir jogo, apostar em jogo, sou jogador por natureza. Eu sou tão jogador, na minha opinião, não de qualidade, mas de fanático pelo jogo, que só o poker não me satisfaz, preciso de mais jogo. O máximo que posso me envolver com jogo, eu me envolvo. O eSports veio por isso, comecei a brincar de Counter Strike, a jogar, conhecer as pessoas, comecei a torcer demais para os caras, na época, da SK, o “Coldzera”, “Taco”, “Fallen”, galera toda, e aí percebi que tinha uma chave ali que plugava muito com o poker. A galera que pratica eSports no mundo inteiro é que nem eu, eles gostam de jogo, e de repente não tem um jogo na vida deles que poderia virar profissão, dar dinheiro, enquanto o poker faz centenas de milhares de pessoas viverem dele. Quando vi essa conexão, resolvi entrar no mercado de eSports. Hoje em dia, estou com a CNB, que é um time de League of Legends, estou feliz para caramba, estou com a Fúria, time de Counter Strike no Estados unidos, também muito feliz, Inagame bombando os cursos do ˜Cold˜ e do ˜Taco” de CS, mas eu continuo ruim pra caramba jogando (risos).  Melhorei por causa da Inagame, mas não tem a mínima relação no meu jogo com o que faço no poker. Eu adoro, curto demais, jogamos todo dia.

André Akkari – BSOP Millions

André Akkari – BSOP Millions

Você sempre fala muito de João Simão, Decano, são grandes amigos seus e meus também, mas quem você vê de nomes no poker brasileiro para bombar, não só em 2019, mas nos próximos anos? Tem o Rafa [Moraes] que é muito seu amigo também, mas esses três já são uma realidade…

Os nomes que não são tão grandes assim, midiaticamente, que eu vejo que tem os componentes necessários para explodir são o Renato Kaneoya, esse japonês maluco que está aí, o Cavalito [Alexandre Mantovani], o Kelvin [Kerber] é um cara que é do batalhão de elite, mas ele não sai tanto para o jogo quanto o Rafa, eu, no sentido de viajar o circuito, pegar avião e tudo mais, porque ele é muito focado no negócio dele. O próprio Padilha… esses caras  vão ser o sucesso do poker nos próximos anos, ganhar muita coisa, virar grandes nomes. Se eles ficarem famosos ou não, daí depende da perspectiva do cara, se ele quer se envolver com coisas midiáticas ou não, mas pra jogo em si eles vão explodir, tecnicamente são muito fortes.

Quando eu falo isso, pega um [Thiago] Crema “da vida”, por exemplo, o que ele sabe de jogo de poker… é bizarro falar isso, porque vão achar que eu sou louco, mas o [Justin] Bonomo, o Fedor [Holz], eles não sabem o que o Crema sabe, ele é muito bom, Will Arruda é muito bom. A diferença é que, midiaticamente, esses caras jogam uns eventos tão caros com backers que sustentam eles, que ficam sendo os deuses gregos do jogo, mas não tem a ver com a parte técnica do jogo. Claro que eles são muito bons, muito feras, e começam a ter vantagens contra caras como o Padilha, Kelvin e Crema por experiência, porque a experiência de mesa faz diferença. Como eles não saem para jogar eventos de US$ 100 mil, US$ 1 milhão, US$ 250 mil de buy-in, quando eles encontram esses deuses gregos aí fica ruim, porque eles têm muito traquejo de mesa, estão em casa. Se você pegar a técnica mesmo, caras como Crema, Rafa, Will, Hugo do Akkari Team, que é muito bom de jogo tecnicamente, o dia inteiro estudando, esses caras são muito bons.

Acho que o Brasil está mega protegido para o futuro, assim como outros países, Portugal, por exemplo, vai dar trabalho demais. Se você for analisar a entrelinha, vai ver que é o mesmo comportamento do Brasil. Portugal sofre com o poker, legalização, regulamentação, eles têm que batalhar, aprender, fazer coaching, porque se não promoverem isso, não deixam eles jogar. O cassino fecha a porta para eles, o governo fecha a porta, então eles montaram times, estudaram… O Naza é muito bom, Sousinha, RuiNF, esses caras são muito bons de jogo, em um país que tem quantas vezes menos gente que o Estados Unidos?

Tem 10 milhões de habitantes lá (risos)…

Estados Unidos tem 300 e e tantos, entendeu? Portugal trouxe 16 jogadores, se não me engano, para cá, oito passaram pro Dia 3 e quatro para o Dia 4, proporcionalmente é muita gente. Os governos no final das contas, sem querer,  acabaram ajudando a qualidade técnica das pessoas envolvidas, que tiveram que aprender, desenvolver coisas técnicas, empreender, e ficaram muito bons. Se esses grandes nomes que eu falei saírem para jogo em torneios grandes, viram ali top 3 mundial, certeza, não tenho a mínima dúvida. Tomara que eu esteja lá, voltei bastante a estudar também, umas coisas chatas demais (risos), você já viu o PIOSolver? Aquela parada é difícil demais (risos).

O Akkari Team também tem muita aula, estudei por ali, comprei o RayseYourEdge e assisti o vídeo dos caras, esse “bencb” é bom demais tecnicamente, então fico aprendendo e vou me virando. O que eu acho que tenho vantagem para compensar o que não tenho  de qualidade técnica como eles é que tenho mais experiência de mesa, mais traquejo, eu acho, do que quem fica trancado no PIOSolver. Não significa que eu não tenha que aprender, nem que eles não tenham que sair mais pra jogo.

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