Apesar de ser um esporte da mente em que sexo, idade, religião ou condição social não importam, o poker ainda é majoritariamente masculino, com menos de 10% dos fields compostos por mulheres. Isso, somado à falta de respeito de alguns, gera atitudes reprováveis nas mesas, como explicou a jogadora Sasha Liu.
Em uma sequência de tweets, ela falou sobre situações absurdas que já viveu nas mesas.
“Hoje eu fui gravemente criticada na mesa e outro dia eu tive fichas e guardanapos sujos jogados na minha cara por alguém que eu stackeei. Eu não quero ampliar questões de gênero, mas estou disposta a apostar que eles não teriam feito/dito a mesma coisa se eu não fosse uma menina quieta.
Isso tem que parar! Enquanto eu tenho consciência que isso nunca acabará completamente, eu ainda queria trazer uma conscientização para a comunidade do poker. Conversar na mesa é ok, fazer bullying não. Já me disseram para voltar para a cozinha, voltar para a China, me chamaram de prostituta, de porco feio, e todos os tipos de nomes.
Em várias situações, aquelas pessoas não sentiram que fizeram algo errado no momento, e é por isso que conscientização é tão importante. Eu vi mulheres chorarem na mesa, incluindo eu mesma. Eu vi homens idosos sendo criticados por algum fortão indignado. Poker pode ser frustrante às vezes.
Eu sei que não consigo mudar o comportamento das pessoas, mas como uma comunidade precisamos dizer que isso não é ok. Sempre que vejo alguém sendo abusado verbalmente na mesa, eu sou frequentemente a única tentando parar isso, enquanto o resto da mesa fica em silêncio, permitindo que o bullying continue.
VEJA MAIS: Ben Yu e Daniel Negreanu avançam com os dois maiores stacks para o Dia 2 do Evento #38 da WSOP
Alguns podem pensar que “não é tão ruim”. Deixe eu te dizer, é tão ruim, é horrível, e acontece mais frequentemente do que você pensa, e você tem sorte de nunca ter sido um alvo fácil. Entenda isso e tenha a consciência. Existe uma falta de empatia compreensível no poker, mas ainda pode existir humanidade.”
Não demorou muito para que vários nomes da comunidade declarassem seu apoio a Sasha, como Justin Bonomo, Darryll Fish, entre vários outros. A jogadora Kym Lim corroborou as histórias contadas por Sasha, falando que também foi vítima de preconceito. “Eu fui acusada de trapacear com a casa, trapacear com jogadores, jogar com dinheiro do meu pai, fui chamada de prostituta burra, tive minha foto tirada e postada com xingamentos… em 10 anos já passei por tudo”.
O poker é um esporte democrático, mas esse aspecto do jogo precisa ser demonstrado na prática. Atitudes como as explicitadas pelas jogadoras mostram que ainda temos muito para evoluir, e afastam possíveis interessadas no jogo, que não querem sofrer com os abusos nas mesas.
A cobertura do SuperPoker na WSOP é patrocinada pelo Bodog e conta com o apoio do H2 Club e do BSOP. Clique aqui para abrir sua conta no Bodog.