João Bauer publicou um vídeo que gerou polêmica na comunidade do poker, afirmando que é muito difícil ter uma carreira longínqua contando apenas com seu lucro nas mesas. Entre os que discordam da afirmação do goiano está Max Lacerda, do Metagame, que publicou um vídeo-resposta dando sua opinião sobre o tema.

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Primeiro, vale ressaltar que Bauer fez sua carreira nos torneios de poker, enquanto Max é profissional de cash game, o que explica, em parte, as diferentes opiniões. Max começou exaltando a trajetória e os resultados de Bauer e concordando que viver de poker é realmente uma missão complicada. “É uma forma difícil de fazer uma vida fácil, nesse ponto estou com o João”, disse.

A discordância começa quando Bauer afirma que uma carreira a longo prazo precisa contar com outras fontes de renda. No momento em que o goiano diz que não conhece nenhum nome que viva só do lucro nas mesas, Max explica: “É por esse motivo aqui que eu realmente quis fazer esse vídeo, vou dar um exemplo prático para vocês”.

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Na sequência, Max entrou em um dos grupos de elite no Discord do Metagame, fazendo uma contagem de quantos jogadores dali vivem apenas do jogo e quantos tem outras rendas relacionadas ao esporte da mente. Na amostra analisada, 15 jogadores viviam exclusivamente do lucro nas mesas, enquanto 11 possuíam outras fontes de renda.

Max Lacerda fez a contagem no Discord do Metagame (Reprodução/Youtube)

Max Lacerda fez a contagem no Discord do Metagame

Para Max, o problema da análise de Bauer pode ser ampliado também para uma “forte crítica à comunidade brasileira do poker”, como definiu na descrição do vídeo. “O pessoal considera a comunidade do poker apenas como jogadores de torneio”, disse. “Para torneios, concordo com o João Bauer, mas existe um mercado gigantesco chamado cash game. Inclusive, o normal, se você for pesquisar biografias de pessoas que começaram no poker nos anos 70, 80, 90, ser profissional de poker estava subentendido que você jogava cash game. Ser profissional de torneios é uma coisa extremamente nova, dos anos 2000”.

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O profissional de cash game cita seu sócio Leonardo Soares, conhecido como “Roqueiro”, como um exemplo. “Não é um dos nomes que vocês veem saindo em notícia, porque ele não joga torneios, mas é um cara que está na labuta desde 2010, vivendo exclusivamente dos ganhos do poker”, explicou. “É um grande problema, no Brasil, desconsiderar essa parte gigantesca que é o mercado de cash game”.

Leonardo Soares foi exemplo citado por Max Lacerda (foto: Metagame)

Leonardo Soares foi exemplo citado por Max Lacerda (foto: Metagame)

Max concorda com a afirmação de Bauer de que o mercado de poker oferece muitas outras formas de ter uma fonte de renda. Quando o goiano fala sobre variância, o sócio do Metagame ressalta: “Um jogador vencedor em torneios pode ficar um ano sem ganhar, você tem noção do que é isso?”, destacou. “No cash game, isso vai ser uma coisa extremamente rara. Falando de jogadores bons, profissionais, com experiência, metodologia, jogadores que sabem o que estão fazendo. Você pode ficar três ou quatro meses perdendo, mas se ficar um ano, provavelmente você não é um jogador vencedor”.

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Max e João concordaram em diversos pontos do debate, principalmente na possibilidade de ter outras fontes de renda no poker e no fato de a vida de profissional ser, de fato, difícil. Considerando que Max foca no cash game, e João conhece mais da vida dos torneios, é possível dizer que ambos têm razão e apresentaram argumentos válidos sobre o debate. E você, concorda mais com quem?

Assista ao vídeo completo de Max Lacerda

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