Renan Bruschi tinha um currículos muito respeitado no poker mundial e, em julho, terminou como o líder do ranking mensal do poker online, onde é conhecido como “InterneTT93o”. O que já era uma uma trajetória de muito sucesso recebeu a coroação com o primeiro bracelete de WSOP para o craque de Gaurama (RS).
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O título no The Big 500 da WSOP Online rendeu US$ 150.326 para o criador do NeTTeam. O prêmio está longe de ser o maior da carreira do brasileiro, que soma cerca de US$ 7,2 milhões em resultados online, segundo o PocketFives, mas trouxe o objetivo tão desejado de terminar no topo de um evento da Copa do Mundo do Poker.
Em entrevista ao SuperPoker, Renan falou sobre a vitória, sua trajetória no torneio, a boa fase na carreira e a importância do NeTTeam em sua jornada. Confira a entrevista:
Renan, depois de tantos anos de carreira, como é ter a jornada coroada com um bracelete?
É bem recompensador, porque era uma conquista que no início da carreira a gente almejava bastante, ganhar a World Series, ter um bracelete.
Antes da WSOP começar, você fez uma enquete perguntando aos seguidores quantos braceletes você levava (1 ou 2). Estava com um sentimento que desse ano não passava ou era confiança no trabalho?
Uma mistura dos dois, bastante autoconfiança, sabendo que estava fazendo as coisas certas, estudando bastante, trabalhando bastante. Até antes de lançar a enquete, eu pensei colocar 2 ou 3 [braceletes], porque estava muito otimista para as séries mesmo, o combinado da live e online. Por que não acreditar em três?
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Como é manter o foco no objetivo, no caso o bracelete, após perder um HU logo no começo da série?
Ao longo dos anos, a gente não se abala mais com essas traves. É claro que não dá pra negar que sente ali na hora, fica um pouco triste, mas é momentâneo, em questão de minutos estamos prontos para a próxima. A gente como profissional não pode se permitir ficar amargurando e remoendo traves, vices, terceiros.
Quando restavam apenas três mesas, você levou uma bad beat com KK. Chegou a passar pela cabeça que seria mais uma amarga trave na carreira?
Antigamente eu remoía bastante isso, ficava pensando, no big hit que não veio, na trave que não entrou. Atualmente, a cabeça é bem diferente, a gente encerra o dia e no outro está pronto para mais uma batalha, sempre preocupado em jogar em alto nível, tomar as melhores decisões, e não tanto com o resultado final.
Vocês são acostumados a levar essas pancadas do baralho, mas em uma reta final de WSOP elas acabam doendo mais?
Querendo ou não, todas essas pancadas em retas finais são lembradas, mas fazem parte, tem que aceitar isso como natureza do jogo. Ano passado, na semi do WCOOP, pagando US$ 1,5 milhão se não me engano, que perdi um pote de CL ou top 2 com AA para QQ do “Xunecas”, o português. Faz parte da natureza do jogo, temos que entender que remoer o passado não vai mudar nada.
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Chegando à mesa final entre os maiores stacks, qual foi a estratégia?
Vai muito da distribuição de stack dos outros oponentes. Acho que comecei a mesa final com segundo ou terceiro maior stack e depois consegui tomar a liderança, então permite pressionar mais, colocar nosso ritmo. Até porque uma mesa final de World Series, fields grandes, geralmente tem oponentes fracos também, é bem polarizada a mesa final, então a gente consegue imprimir um bom ritmo, principamente exerçando pressão nos recreativos, nos menos experientes.
Na reta final, você enfrentou o compatriota Rafael Furlanetto. Como você avalia esse momento do poker brasileiro?
O Brasil tem muitos jogadores bons, caras competentes que estão todo dia no pano, todo dia estudando. É o melhor momento do poker brasileiro, sem dúvidas, várias conquistas em todas as séries mundiais, ranking do PocketFives, sempre o Brasil está no topo.
Existe uma mão que você considera crucial nessa jornada até o título?
Não me recordo de uma mão crucial assim, que impactou diretamente na vitória. Acredito que a blind war contra o Furlanetto, a mão que formou o HU, foi bem importante a eliminação dele e formar com o oponente mais fraco do que ele.
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Você é o criador do NeTTeam e por muito tempo você não teve sócios. Qual a importância do time no resultado?
Sem dúvidas, as discussões diárias com os colegas de time, principalmente os que jogam mais caro, tem uma maior qualificação técnica, agregam demais para o nosso jogo. Também ter que ensinar poker para outras pessoas, transmitir conhecimento, conteúdo de qualidade, nos leva a estudar mais horas e isso impacta diretamente na qualidade do nosso jogo, na performance.
Para encerrar, quer deixar um recado para quem te acompanha e torce por você?
Queria agradecer a todos que torceram, acompanhei a mesa final ali na Twitch e a galera bem engajada, poucos haters. A comunidade estava realmente envolvida e quero agradecer muito ao pessoal que acompanhou e torceu, toda energia boa é bem vinda.
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