Gustavo Vascão chegou muito perto de conquistar um feito histórico no BSOP São Paulo do ano passado. Campeão do Main Event na etapa de Curitiba, a penúltima de 2017, ele chegou para a estreia da nova temporada confiante, e novamente chegou ao heads-up no Evento Principal. Ao jogador de Brasília (DF), restava apenas superar Tiago Magalhães para se tornar o primeiro bicampeão da história do circuito.
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Após iniciar o mano a mano decisivo com larga vantagem, Vascão viu Tiago dobrar logo nas primeiras mãos e diminuir a diferença. Ainda assim, o recreativo teve uma oportunidade para garantir o torneio, após o adversário de Rondônia arriscar todas suas fichas em um blefe com T-High no river. A mão ficou marcada na história do BSOP. O blefe não só garantiu um bom pote para Tiago, como também abalou a confiança de Vascão, que precisou se contentar com o vice e o prêmio de R$ 244.700, enquanto o campeão levou R$ 404.500.
Com o início de mais um BSOP São Paulo, o SuperPoker conversou com Vascão sobre o fatídico momento. O brasiliense topou sem problemas falar sobre a dolorosa mão. Além de destacar que a principal tristeza com a derrota foi não ter levado o Platinum Pass reservado para o campeão, ele fez questão de enaltecer o mérito do adversário na jogada.
Assista à mão em questão e confira a ação capturada na cobertura do Mebeliska.
Mão no Mebeliska
Confira a explicação de Gustavo Vascão
“Essa mão tem muito a questão técnica, mas também um fator externo, que vem do live, que é muito importante. Quando começou o heads-up, eu estava na frente 6 para 1. Nessa hora, ele tinha ganhado uma ou duas mãos, eu já tinha dobrado ele, então estava uns 4 para 1, mais ainda uma vantagem muito considerável. Tanto que se eu desse o call e perdesse, nós ficaríamos parecidos em fichas.
Eu tinha montado uma estratégia de não fazer potes grandes, tanto que completei muito do small blind, mesmo com uma mão mais forte, como A9, eu só completava. Quando eu acerto o A, dou check para esconder meu valor, mas dobrou o 3. Nessa hora, o 3 está no range dele, então eu opto pelo check também. No river bate uma blank, ele deu check novamente e eu fui value betar para extrair algo de um 4 que ele tenha acertado ou coisa assim.
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Ele me volta all in e eu começo a pensar, até debati essa mão com ele. Pensei que ele não me voltaria blefando, por isso considero que foi mérito total dele. Acabei optando pelo fold, porque achei que ele não tivesse a capacidade de me blefar. Tem um detalhe importante, quando formamos a mesa não oficial, ele chega para mim e fala “Caramba, essa é a maior premiação ao vivo da minha vida”, e eu fiquei com isso na cabeça. Eu pensei que ele não iria me blefar valendo R$ 100 mil de payjump, valendo o título.
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Conversando com o Tiago e foi exatamente ao contrário. Por ele já estar muito satisfeito com o que tinha ganhado, me passou esse blefe. Por isso enalteço que é mérito total dele, ele estava desapegado e eu achei que era o contrário, o grande detalhe da mão é isso, não achei que ele tinha a capacidade de me blefar.
Essa mão foi crucial para a minha derrota, porque ali eu saí um pouco do foco. Demorei para voltar, ainda consegui recuperar ficha, mas no final ele acabou acertando boas mãos e levou o título. Para finalizar, na hora eu value beto e ele overpota o river. Eu apostei 60% para tomar call de um 4, até de um K-high, mas quando ele me volta eu começo a pensar se vale a pena. Com certeza eu estava dando o 3 para ele, dois pares maiores, algo nesse sentido. Achei que ele só voltaria trincado, fullado, algo assim. Outro detalhe importante é que ele mostrou o blefe, daí é que me deixou fora do ar.”
O que você achou da jogada? Você teria dado esse call?
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