Quem começou no poker mais recentemente, pode até não conhecer, mas quem já está no meio há algum tempo, com certeza sabe o nome de Christian Kruel. Em uma época onde o poker ainda engatinhava no país, “CK”, ao lado de Raul Oliveira, foi um dos primeiros a falar sobre as técnicas e estratégias do jogo, produzindo materias que, à época, estavam à frente do conhecimento da maioria dos jogadores brasileiros.
Hoje, há mais de uma década no jogo e participando da WSOP Brazil Rio, o carioca olha com orgulho para a gigantesca proporção que o poker tomou, se sentindo responsável por uma pequena parcela dessa evolução. Melhor ainda, ele volta a jogar um grande torneio em casa, revendo amigos nas mesas e buscando colocar seu nome novamente em destaque. Apesar de não depender mais exclusivamente do poker, engana-se quem pensa que Kruel abandonou o jogo.
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No último ano, inclusive, CK mergulhou de cabeça nos estudos para se atualizar sobre as estratégias mais utilizadas atualmente. A ideia é seguir praticando o jogo que ama e que trouxe tantas alegrias durante mais de uma década, mas o jogador não faz questão de estar na mídia e investir em sua imagem, mantendo o estilo low profile que marcou sua trajetória no poker. Jogando o Brazilian Storm na WSOP Brazil Rio, ele concedeu entrevista ao SuperPoker falando sobre sua relação com o jogo. Confira.
Para você, um dos primeiros a levar poker a sério no Brasil, como é ver um torneio deste tamanho, no icônico Copacabana Palace?
Show de bola, eu estava pensando nisso hoje, quem diria que um dia teria uma WSOP aqui, né? É demais, eu fui uma pequena parte disso no início, mas a galera da organização está show de bola, o Copacabana Palace é marcante, escolheram muito bem, estão de parabéns.
O que o poker representa para você hoje?
Representa várias conexões que eu fiz, é ainda uma coisa que eu sou fascinado, não é minha atividade exclusiva mais hoje em dia, mas me dedico bastante, ainda consigo fazer uma grana extra. Poker é tudo, representa pra mim liberdade, independência e com esse dólar a quatro para um ainda dá para tirar algum (risos). Eu gosto, está cada vez mais difícil, mas neste ano dei uma estudada boa, o poker é grande parte da minha vida.
Como é voltar a jogar um grande torneio no Rio de Janeiro?
Muito legal, eu tive o prazer de cravar um torneio aqui no Rio que foi um dos maiores que teve aqui. Acho que esse aqui vai superar, estou aqui para prestigiar. É demais, era difícil imaginar isso aqui quando começou, há 10 anos, mas acho que é daqui para mais, acho que vai ser cada vez mais etapas e cada dia maiores. O poker ao vivo está crescendo muito, isso dá para ver mundialmente, você viu em Barcelona como estava, acho que vai explodir ainda mais do que isso.
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Nas mesas, o pessoal ainda te reconhece, pede foto, etc?
Nem tanto, a galera nova muita gente não conhece. Alguns conhecem, a galera da antiga respeita e tal, mas eu também sou muito quieto na mídia. Não sou muito de post no Instagram, acaba que me escondo, mas é meu jeito mesmo. Sempre tem um ou outro que fala, bate uma foto, mas não no nível das feras de hoje ainda, já foi o tempo disso.
Naquela época, vocês tinham noção do tamanho que o poker tomaria?
Não tinha mesmo, isso não tinha como projetar. Eu peguei o início de uma coisa que estava começando a crescer muito, que descobri através do gamão, mas realmente não tinha noção. Cada vez que crescia um pouquinho, eu e o Raul [Oliveira] já ficávamos felizes, mas não dava para imaginar essa proporção mundial toda, com certeza.
E como está seu jogo hoje? Se sente enferrujado nas mesas?
Não estou enferrujado não, estou jogando! Jogo diariamente, muita gente diz que estou aposentado, mas estou ganhando mais do que muita gente, Sharkscope está aí (risos). Eu estou quietinho ali, mas não to enferrujado não, pelo contrário, esse ano estudei GTO (Game Theory Optimal) bastante com a galera, vi que estava um pouco desbalanceado em algumas coisas, mas estou tranquilo, me sentindo bem.
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