Se conquistar o big hit já é um momento incrível para qualquer jogador de torneios, imagine então levar a maior premiação da carreira jogando ao lado de um grande amigo. Quem passou por essa experiência foi Bruno Desimoni, que jogou o 3-handed da Final Milionária na WSOP Uruguai ao lado de João Fera.
Bruno conseguiu o vice-campeonato, levando US$ 300 mil após um acordo no heads-up, enquanto Fera ficou na terceira posição e embolsou pouco mais de US$ 100 mil. A amizade é tanta que, pouco mais de uma semana antes do início do torneio, ambos tinham trocado uma porcentagem dos possíveis lucros entre si.
Amigos e companheiros de Samba Team, eles ficaram até hospedados no mesmo quarto em Punta del Este, junto com Kelvin Kerber e Ramon Sfalsin. Curiosamente, os quatro jogadores chegaram entre os 24 primeiros colocados do torneio, gerando a brincadeira de que “o quarto regulou”.
Em entrevista ao SuperPoker, Bruno falou sobre o resultado, a alegria de fazer o 3-handed com Fera, a importância do Samba no resultado e muito mais. Confira.
Em um dos últimos grandes torneios do ano, você conquistou o big hit da carreira. Qual a sensação?
A melhor sensação possível! Só quem joga poker sabe o quanto é difícil o dia a dia, tem que ter estômago pra lidar com as traves, continuar dando o seu melhor consistentemente e saber que uma hora as coisas vão acontecer. Essa hora chegou, esses momentos que fazem tudo valer a pena, todos os anos de estudo, todos os momentos difíceis de traves de torneios grandes, bolhas de premiação, são superadas pela sensação de um hit desses.
Como foi fazer o 3-handed com seu amigo e companheiro de time, João Fera?
Foi bom demais fazer esse 3-handed com o João. No dia do contra Samba x 4bet no futebol, depois do jogo eu estava conversando com o João e ele falou que tinha certeza que ele ia acertar alguma coisa no live nesse final de ano, eu olhei pra cara dele e falei a mesma coisa. A gente estava com tanta convicção que ia dar bom pra um dos dois que, antes de começar os torneios, resolvemos trocar uma porcentagem dos nossos possíveis lucros. Nós jogamos juntos o torneio de equipes do Millions e, depois de estar em primeiro de quatro jogadores, acabamos tomando umas pancadas do baralho e ficando em quarto lugar. Foi meio frustrante na hora, mas logo depois eu falei pra ele: “pelo menos a gente runnou mal nesse que é menor, alguma coisa maior vai acontecer ainda” (risos). Mal sabíamos que seria no maior torneio de toda a reta e que estaríamos os dois no 3-handed.
Qual a importância do Samba Team no resultado?
Eu jogo pro Kelvin [Kerber] desde antes do Samba existir, estamos juntos desde o início do time. Tudo que sei a respeito de poker aprendi com o Samba. Sou muito grato a eles Kelvin, Chev [Guilherme Cheveau], Kova [Fabiano Kovalski] e Hélio [Neves]. Agradeço a todos os meus companheiros de time, aprendo muito com eles todos os dias também.
O que achou da estrutura do torneio?
A gente fica mal acostumado com a estrutura do Campeonato Brasileiro que é muito boa em todos os aspectos. Esse é o primeiro ano que vim jogar a Final Milionária, pelo que o pessoal falou nos anos anteriores a estrutura tinha alguns problemas, mas esse ano eles melhoraram muito, dealers, baralho, estrutura de blinds, etc. Estava tudo bem bom sim!
Como avalia o heads-up contra o argentino?
Eu não me considero um bom jogador de HU deep, mas o argentino era recreativo, eu tinha mais experiência que ele para jogar. Tentei jogar potes pequenos e ir bastante pro pós-flop, que era, no meu ponto de vista, onde teria mais vantagem. Jogamos por volta de 2 horas de HU e não consegui encaixar uma mão grande melhor que a dele, além dele ter jogado bem o heads-up, simplesmente parecia que era o dia dele.
Terminando o ano com um grande resultado, quais são seus planos para 2018?
Fico aqui em Punta até dia 18 ainda, vou jogar toda a grade da WSOP Uruguai, tentar mais um bom resultado e buscar o anel. Essa foi a terceira trave pelo anel da WSOP, tenho dois terceiros e um segundo agora, a próxima não escapa! Quero me programar pra jogar mais torneios live em 2018, esse ano foi o primeiro ano que eu joguei torneios live fora de São Paulo, que é onde moro. Tenho sentido mais prazer no live que no online e acabou que meus melhores resultados do ano foram no live. Mas vou manter o foco no trabalho com o Samba e Sambinha, quero continuar formando jogadores que é uma coisa que também tenho bastante prazer em fazer, inclusive quem estiver interessado em se profissionalizar estamos com processo seletivo aberto.
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