A boa fase de Fábio Sousa é inegável. Na última etapa do BSOP, em Recife, ele ficou com o título do Main Event. Depois, foi para Las Vegas jogar a WSOP, participou de três torneios e ficou ITM em dois, sendo um deles o Main Event, em que terminou na 92ª colocação, ficando pela terceira vez entre os três melhores do torneio. Mesmo sem ser um jogador profissional, ele já se aproxima dos US$ 400 mil em resultados ao vivo na carreira.
De volta para o Brasil, Fábio já partiu para a disputa do BSOP São Paulo, se inscrevendo no 1-Day High Roller. Olhando o ranking do BSOP, fica fácil entender porque ele mal decansou entre um evento em outro. Após ser o grande campeão da etapa de Recife, ele entrou no pilotão da frente, estando atualmente na quinta posição com 840 pontos. O líder Marcelo Mesqueu aparece com 1.535, enquanto Affif Prado tem 1.249.
Outro detalhe interessante da trajetória de Fábio no Main Event da WSOP é que ele jogou bastante tempo na mesa de John Hesp. O inglês se tornou o grande personagem da série neste ano, chegando na mesa final jogando o primeiro grande torneio de sua vida, e trazendo um aspecto divertido para o torneio, incorporando todos os estereótipos do chamado “tiozão”. Hesp, inclusive, chegou a ganhar um pote do brasileiro dando call pré-flop de J2 e trincando o valete no turn.
Fábio falou sobre o Main Event da WSOP, a briga pelo ranking do BSOP e a experiência de dividir a mesa com Hesp. Confira.
Atual campeão do BSOP, reta final do Main Event na WSOP, você vem cheio de confiança para esta?
Com certeza. Venho de cabeça em pé, acabei caindo de uma maneira que eu não gostaria, errei no final, mas nos 5 dias consegui jogar um excelente jogo. Estou bem feliz, agora é corrigir esses erros e bola para frente, buscar novos resultados.
Olhando agora para sua performance no Main Event da WSOP, o que você acha que deu errado?
Foi praticamente uma hora em que tudo deu errado. Perdi um KK x QQ all in pré-flop, abro uma parada que o “tiozão” que chegou na mesa final me paga com J2 e dobra o valete no river, eu tenho dois pares no board, ali acabei perdendo uns 16 big blinds. Depois em outro tentando blefar perdi bastante stack e caí pra 30 big blinds. Ainda estava no jogo, mas acabei tendo um descontrole emocional. Ali era hora de ter respirado, levantado, até deixado pingar, porque estava no fim do Dia 5, mas bola para frente. Acho que o aspecto psicológico me derrubou nesse final, vou trabalhar isso para voltar forte ano que vem.
Você jogou bastante tempo na mesa com o John Hesp, que acabou sendo o grande personagem da série, o que achou dele?
Ele joga no instinto, acaba que ele acerta segundo, terceiro par e já sai donk betando. Joguei bastante com ele no Dia 5, ele chegou no segundo nível do dia na mesa, já estava grande, e estava a mesa toda querendo pegar ele. O problema é que ele estava acertando broca, trincando. Acredito que tenha sido isso o Main Event todo, porque ele era bem fraco. Enfim, não consegui pegá-lo, perdi fichas numa hora importante para ele, mas faz parte, agora é corrigir alguns erros e seguir forte.
Começar a etapa defendendo o título do Main Event traz uma motivação extra?
Com certeza, estou num momento muito bom de jogo. Acabei conquistando a última etapa do BSOP e logo em seguida fui para Vegas, joguei 3 torneios, fiz 2 ITMs, no Main Event pelo terceiro ano fiquei entre os 100 primeiros, então é motivo de orgulho e vejo que estou no caminho certo. Tenho me dedicado, treinado, e apesar de não ser profissional e não viver do jogo, eu faço com que ele se banque, seja lucrativo, isso é importante. Então estou com a confiança lá em cima para buscar um bom resultado, vou com tudo para o Main Event.
Estando entre os primeiros no ranking, esse passa a ser seu grande objetivo neste ano?
Claro, tanto é que vim aqui desde o primeiro dia, já que subi bem no ranking. Hoje estou em quinto, então vim para disputar quantos eventos puder. Claro que vou priorizar o Main Event, mas com certeza vou jogar o máximo possível de torneios para brigar pelo ranking, esse é o objetivo final.