O uso do celular em uma mesa de poker possui uma regra clara: não é permitido usar o dispositivo, ou aparelho eletrônico similar, enquanto o jogador tem cartas vivas. Por outro lado, o debate sobre o uso por um jogador que já foldou, ou entre mãos, virou uma grande polêmica após episódio ocorrido nesta terça-feira (23).

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Tudo começou no WPT Gardens Championship, onde Andrew Esposito foi acusado de acessar um solver, nome popular dos softwares de análise de mãos de poker, enquanto estava na mesa. Um oponente, Peter Cross, reclamou bastante da atitude, fazendo o floor ser chamado, e a cena explodiu no Twitter após ser compartilhada por Josh Arieh.

O debate se formou rapidamente entre aqueles que dizem que esse tipo de sofware não pode ser acessado na mesa, em qualquer momento, e os que defendem a proibição do uso apenas enquanto o jogador estiver envolvido na mão em curso. No Twitter, Andrew confirmou que acessou o solver em seu celular, mas não durante a mão.

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“Eu estava envolvido em uma mão cerca de 10 a 15 minutos antes, heads-up”, escreveu o jogador do Texas. “Eu me senti em um spot muito esquisito, mas acabei foldando. Querendo revisar o spot anterior, eu abri o aplicativo do GTO Wizard”. Em entrevista ao PokerNews, Esposito acrescentou que “Eu não acho que está claro [se é contra as regras]. Acho que deveria ter uma regra definitiva”.

O Gerente de Torneios do Gardens Casino, Cavin Quintanilla, aparece no vídeo conversando com Esposito. Ele comentou a situação no Twitter, explicando que o caso foi resolvido. Esposito recebeu uma advertência para não repetir a atitude. “Eu lidei com a situação na mesa, o problema foi resolvido e não tivemos maiores problemas. Vejam a regra #5 da TDA (Tournament Directors’ Association).

A regra citada diz que os jogadores não podem usar dispositivos durante a mão, não podem ouvir áudio sem fones de ouvido, e que qualquer dispotivio utilizado não pode criar uma vantagem competitiva. Apesar da definição, o debate sobre onde a linha deve ser traçada tem bons argumentos dos dois lados.

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Entre aqueles que defendem a permissão do uso entre mãos, muitos dizem que é praticamente impossível fiscalizar uma política de não uso de softwares de poker, principalmente em torneios grandes. Além disso, nada impede um jogador de se afastar da mesa e consultar o conteúdo que deseja, portanto seria impossível impedir com eficiência esse tipo de uso. Do outro lado, há quem diga que o acesso a esse tipo de softwares na mesa vai contra o espírito e etiqueta do jogo, além de beirar a trapaça.

Alex Livingston escreveu: “Em um mundo perfeito, eletrônicos não deveriam ser permitidos na mesa quando qualquer um tivesse uma mão ativa. Remove qualquer preocupação com trapaças e é muito melhor socialmente. Isso nunca acontecerá, então tudo deveria ser permitido se você não tem cartas. É impossível fiscalizar.” Matt Berkeu concordou: “1.000x isso”, disse sobre o post de Alex.

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Uma das posições mais contundentes foi a de Benjamin Rolle. Mesmo no caso de Esposito, em que não houve uso de solver durante a mão, o alemão pediu uma punição exemplar. “Isso é trapaça. Não há o que questionar. Esse cara precisa ser banido imediatamente. Além disso, porque não há um delay implementado em alguns desses solvers? Nojento”.

Para Sam Grafton, a conclusão do debate é clara: “Não use recursos entre as mãos. Quando há cartas vivas, fique fora de qualquer auxílio. Quando é um intervalo, você pode checar algo. É muito óbvio como deveríamos nos comportar”.

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