No último domingo (3), Gabriel Borges conseguiu alcançar a segunda mesa final de Sunday Million em apenas um mês. Curiosamente, em ambos os torneios o brasileiro acabou sendo eliminado na quinta colocação e desta vez faturou US$ 65.110.
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Logo após o resultado, o jogador deu uma entrevista e contou que a sequência de resultados veio no seu recomeço no poker. O profissional havia se afastado do esporte por causa da depressão e retornou após superar a doença.
Durante a mesa final, Gabriel conseguiu executar um grande blefe e acumular valiosas fichas. Confira:
A convite do SuperPoker, Gabriel explicou os motivos que o levaram a fazer a jogada. Confira:
“Nessa mão específica, você consegue argumento para as três linhas: você pode foldar pré-flop, por causa de mesas difíceis em que o field está usando ranges mais restrito, o UTG deveria estar abrindo mais tigth por ser FT, o fold poderia ser uma boa opção. Nessa mesa, eu tenho duas opções, eu posso 3-betar ou fletar.
Tem gente que vai achar o flat ruim porque o small blind é chip leader, pode squezar muito, só que a mesa está muito fácil, os caras eram muito malucos, mas no geral fracos. Eu acho que dá para 3-betar, já que você tem bastante fold equity pré-flop, pois que o UTG, provavelmente, está abrindo mais do que deveria. No jogo, eu decidi pela segunda opção, pois achei que jogaria bem pós-flop em posição, os caras iam errar mais e o small blind não ia squezar tanto.
O small blind e o big blind também pagam. Após o flop, a mão roda em check, não tem sentido nenhum em betar, tenho que dar check behind, eu tenho A-high em um pote multiway, não extraio de nada pior, tenho backdoor e equidade para realizar, quero ver turn e river e tenho posição.
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Após o turn, com o oito eu sigo e qualquer carta de ouros eu faço o nut flush. Com o bet de meio pote do big eu só vejo uma opção neste turn, que é o call e tentar realizar minha equidade, não faz sentido eu dar raise, porque não faço nenhuma mão melhor largar e, às vezes que ele shova, deixo de ver um river que muitas vezes é bom para mim.
O river bate um 4 de copas, não completa meu flush, e ele beta 11.700.000 em um pote de 26.000.000 e deixa 17.000.000 para trás. Basicamente, no river eu não tenho nenhum valor de showdown, não posso dar call, só que a minha mão é o melhor blefe possível, porque eu tenho o valete na mão que bloqueia os straight e o A em ouros que bloqueia o nut flush. Obviamente, eu não bloqueio o straight flush e é um blocker muito bom, pois eu tenho muita fold equity por ser mesa final do Sunday Million, eu cubro o adversário, se ele paga e perde, é eliminado.
Com isso, eu resolvo blefar e shovo river. O adversário pensa um pouco e folda. No geral, eles vão foldar tudo, mesmo com o flush ele não está em uma situação favorável, muito difícil ele pagar, por isso eu acho o melhor combo para blefar. Além do que eu não tenho só bluffs nesse spots, tenho flushes suficientes, tenho todos TJs, QJs, KQs, KJs, AXs que jogam exatamente assim e que justifiquem esse blefe.
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Creio que o pós-flop não tem muito o que discutir, não tem muito segredo, do jeito que eu joguei, o shove river é bom, o questionável das opções é o pré-flop, tem gente que vai falar que o fold é bom, o 3-bet é o melhor ou que o flat é a opção mesmo. Você consegue argumentos para as três linhas.
Outro ponto, eu não bloqueio nada do bet/fold do range dele de mãos que ele não quer dar check/call como dois pares e eu bloqueio o nut range dele. Acredito que tem muitas mãos que ele quer dar bet pra escolher size, ao invés de dar check/call com dois pares, trincas ou até straight”.
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