Um dos jogadores que desembarcou na Cidade do México para a disputa do Latin American Poker Tour foi o craque português Rui Bouquet. Visando as grandes séries online, entre eles o WCOOP (World Championship Of Online Poker) no PokerStars, o dono do nick “Silden4filho” chegou mais cedo para descansar antes da maratona.
O profissional revelou que disputar os torneios do LAPT Cidade do México não foi coincidência. “Eu costumo pesquisar no HendonMob, filtro por valor de buy-in e fui ver o que aparecia, pois na Europa não há grande publicidade destes eventos. Achei interessante o cronograma e consegui coincidir as datas, pois não sei quando terei outra oportunidade novamente”.
“O field está muito bom. Não há nenhum torneio de US$ 2.500 na Europa assim, com a proporção recreativos e profissionais. O Super High Roller teve um field um pouco mais duro”, comentou sobre o field da competição.
Rui vem aproveitando muito bem a oportunidade de jogar na América do Norte. Nos dois primeiros dias da série, o jogador conquistou o título do High Roller Single Day e o vice-campeonato no Super High Roller, o torneio mais caro do cronograma.
O profissional explicou a escolha pelo México para disputar as grandes séries online. “A questão do horário é muito boa, o clima também ajuda e nesta altura ainda é mais fresco, não é como em maio, que já é mais quente”.
Fazer bonito em um evento do PokerStars não é novidade para o português. O primeiro grande título da carreira foi na França, no PokerStars Festival Lille, há sete anos. O jogador relembrou que a conquista foi um marco na carreira, pois estava competindo profissionalmente há apenas dois meses.
A decisão de dedicar 100% do poker não foi nada fácil. “Na época, eu optei pela medicina, pois tinha apenas 18 anos e tinha notas para ingressar no curso, não sabia o que fazer na vida, pensei ‘por que não?’ Nunca tinha sonhado em ser médico. Tentei abandonar no quarto ano, mas fui incentivado a terminar pelos meus amigos”.
Após se formar, o jogador dividia a atenção das consultas com as mesas de poker. “Eu entrei na Polarize Poker, mas já jogava e estudava há vários anos, porém comecei a crescer e acumular dinheiro que desse pra viver depois do curso”, e continuou recordando a rotina na época. “Eu ia para o centro de saúde de manhã e às 18h começava a jogar. Ia para as consultas cheio de sono, não trabalhava bem e voltava pro grind e não conseguia dar o meu melhor. Chegou em um momento em que tive que decidir: levar o poker como um hobby ou abandonar a medicina”.
Quando tomou a decisão, o profissional do Evolution Poker não teve apoio dos amigos e nem da família. “Só houve um amigo que me apoiou. Todas as outras pessoas perto de mim só me diziam ‘você é maluco, o que vai fazer da sua vida?’. Minha mãe sempre me ligava, mas a partir daí foi perdendo o contato. A gente quase deixou de se falar, ela ficou muito triste”.
Entretanto, após seguir a orientação da psicóloga, de compartilhar as coisas positivas do poker com a família, um episódio marcou e muito a sua carreira. “Um dia depois de ter ganho o torneio em Lille, estava jogando o Main Event e eu mandei a notícia para a minha mãe, que tinha vencido o torneio. Ela respondeu a mensagem em uma palavra ‘espetacular’. Eu comecei a chorar na mesa, tinha sido a primeira mensagem positiva sobre poker que havia recebido dela”.
Embalado com resultados no circuito live. O jogador encerrou a entrevista comentando sobre a expectativa com as grandes séries. “Sem criar expectativas, mas já criando. Esse período é sempre uma grande oportunidade. São grandes torneios. É tentar criar boas rotinas e jogar. Serão seis dias por semana e folgar na sexta-feira”.
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