O aspecto mental do poker é algo que deve ser trabalhado a exaustão. Em níveis profissionais, a imensa maioria dos jogadores possuem uma técnica bastante apurada e estratégias bem definidas. A definição de grandes torneios acaba sendo por conta dos detalhes mentais do jogo, quem consegue se sobressair neste lado tende a ser um craque bem lucrativo no longo prazo e com vitórias importantes.
Diante desse cenário, surgem os profissionais terapêuticos especializados em poker, psicólogos esportivos como Bárbara Rossi, que atua na área clínica há mais de 15 anos. Em publicação nas redes sociais ela contou cinco efeitos no cérebro de um jogador ao perder uma partida de poker. Conhecer esses sintomas pode fazer com que o atleta da mente consiga dominar as emoções e não entrar em colapso.
Segundo Bárbara Rossi, a derrota no poker pode ativar algumas áreas do cérebro, principalmente aquelas relacionadas aos sentimentos abaixo.
- Estresse
- Frustração
- Aprendizado
1 – Ativação da amígdala (resposta ao estresse)
Ainda de acordo com a psicóloga, perder uma rodada no jogo pode ativar uma estrutura cerebral chamada de amígdala. Ela responde ao medo e frustração na nossa atividade cerebral. “Isso pode gerar reações como raiva, ansiedade ou até mesmo o impulso de recuperar rapidamente a perda, o que pode levar ao “tilt”, escreveu Bárbara.
A definição desse estágio é quando o jogador passa a realizar ações onde ele tem a consciência que não são as melhores. Mesmo sabendo que aquela atitude não é a correta, o atleta da mente passa a fazer jogadas que não são lucrativas e não buscam ganhar o máximo de fichar, ou perder o mínimo possível.
2 – Liberação de cortisol (o hormônio do estresse)
Um outro efeito que basicamente desencadeia o malfadado “tilt” é a liberação de cortisol, hormônio responsável pelo estresse. “Altos níveis desse hormônio podem prejudicar a tomada de decisões, aumentar a impulsividade e dificultar o raciocínio lógico, essencial para o poker”, afirmou a psicóloga na publicação sobre o assunto.
3- Redução da dopamina (impacto no sistema de recompensa)
As vitórias e reconhecimentos conquistados em diversos segmentos da vida são associadas a liberação de dopamina no cérebro. Esse é um neurotransmissor ligado ao prazer e a motivação, fundamental para o bem-estar. “Quando um jogador perde, ocorre uma queda brusca na dopamina, o que pode levar a sentimentos de desânimo”, contou Bárbara.
A especialista mental ainda afirmou no texto que esse sentimento pode levar a comportamentos de risco, atitudes impensadas visando recuperar a sensação de prazer. Um bom exemplo disso é jogar torneios mais caros, fora do bankroll, ou ainda extrapolar em drogas e bebidas alcóolicas.
4 – Ativação do córtex pré-frontal (reflexão e aprendizado)
Uma outra maneira de encarar um revés no jogo, ou na vida, é utilizar essa derrota para aprender. Essa atitude é muito utilizada por jogadores mais experientes que conseguem assim ativar o córtex pré-frontal. De acordo com Bárbara Rossi, essa região cerebral é responsável pelo controle racional das emoções e do aprendizado.
“Quando bem treinado, o cérebro consegue analisar a derrota como uma oportunidade de ajuste estratégico, reduzindo reações emocionais negativas”, complementou a especialista na postagem que estamos usando como base para identificar as reações após uma derrota no poker.
5 – Papel do hipocampo (memória de adaptação)
Outro fator cerebral ativado é o papel do hipocampo. Essa estrutura fica localizada nos lóbulos temporais e lida com a memória e o aprendizado. Ela é a responsável por registrar as jogadas e os erros cometidos. “Um bom gerenciamento emocional, ajuda a transformar a perda em um aprendizado”, escreveu Bárbara.
Ela ainda reforçou que um cérebro desregulado pode reforçar padrões negativos. Essa afirmação é extremamente perigosa para um jogador de poker, já que as decisões são sempre feitas com muita pressão e precisam ser o mais próximo do ideal possível. Por fim, é sempre importante lembrar que além da técnica é importante treinar o lado mental.
