Poker

Produtor americano alfineta indústria do poker: “criativamente falida”

Dustin Iannotti é o CEO da “Artisans On Fire” e escreveu um duro texto sobre como a produção de conteúdo sobre poker está contando a história de maneira errada

Atualizada em

© Dustin Iannotti escreveu um longo texto criticando a indústria do poker (Foto: Reprodução Instagram @dustini)

O mundo é feito de histórias. São elas que cativam as pessoas, trazem aspectos que tornam o público atraído, se veem representado em uma narrativa. O poker é um diamante bruto neste quesito, mas segundo Dustin Iannotti, CEO da “Artisans On Fire”, uma produtora americana, essa joia não vem sendo bem lapidada pelos principais sites e jogadores. O conceituado profissional da mídia escreveu um duro texto nas redes sociais sobre o assunto.

Sendo assim, ele inclusive foi compartilhado pelo craque canadense Daniel Negreanu. O dono de seis braceletes da WSOP foi citado no texto de Iannotti e concordou com o produtor. “Se você não se importa com os personagens do que está assistindo, então aquilo não vai prender sua atenção – a não ser que você já faça parte do nicho”, escreveu o “Kid Poker” nas redes sociais.

PUBLICIDADE

Menos mãos, mais histórias

Dessa forma, boa parte do texto de Iannotti insiste que a indústria do poker deveria focar nas pessoas, no chamado “storytelling”, e menos nas mãos disputadas. Segundo ele, a maneira como vem sendo propagado os conteúdos sobre poker não atraem novos jogadores, sendo útil e atrativo apenas para quem já faz parte do meio. Ele exemplifica citando a série “O Gambito da Rainha”, exibida na plataforma de streaming Netflix.

“O Gambito da Rainha fez mais pessoas se interessarem por xadrez em oito semanas do que o poker conseguiu em oito anos”, escreveu Iannotti afirmando que as vendas de xadrez cresceram e a procura por escolas também. Tudo por conta de uma história ficcional. Ele também dá exemplos de outros esportes, como o MMA, golfe e automobilismo que de acordo com ele produzem histórias melhores que a indústria do baralho.

PUBLICIDADE

Efeito Moneymaker

Sammy Farha

Dessa forma, em determinado momento do texto, o produtor recorda de Chris Moneymaker, um contador que venceu o Main Event da WSOP 2003 e criou o que é chamado de efeito Moneymaker, atraindo milhares de adeptos ao jogo. “Um sobrenome perfeito… Enfrentando um jogador cuja imagem está no dicionário ao lado do termo ‘jogador de poker’… Um cigarro apagado pendendo da boca… O filho da mãe mais frio e durão”, escreveu se referindo a Sammy Farha.

Contudo, ele acredita que histórias como essa são verdadeiros exemplos de “storytelling”. Ele segue afirmando que não vê valor em um “mago matemático dando 3bet com J7s”, mas que os sites não enxergam dessa maneira. “Os criadores de conteúdo de poker brincam de dança das cadeiras, reciclando os mesmos 250 mil espectadores de sempre”, concluiu afirmando que as plataformas investem milhões otimizando um lobby, mas não gastam com boas histórias.

Cartas na mesa 2

Concluindo, um dos filmes mais celebres do poker é “Rounders”, traduzido para o português como “Cartas na Mesa”. A comunidade do baralho sempre pede uma continuação, mas Iannotti é enfático no pensamento. “Não precisamos de Rounders 2. Precisamos que criadores e empresários apaixonados por esse jogo incrível se unam para criar conteúdo que supere tudo que Rounders já alcançou”, finalizou. E você? O que pensa sobre isso?

PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM