Não existe nenhuma atividade tão inclusiva quanto o poker. Qualquer pessoa pode aprender o nobre jogo de cartas e se divertir. Mulher, homem, baixos, altos, magros, gordos e até mesmo deficientes físicos e visuais. A maneira indicada para atingir esse público com baixa ou nenhuma visão, é a dinâmica de um baralho em braile. Ele já foi apresentado ao público em edições passadas do BSOP, mas o H2 Sports Bar & Poker, em São Paulo, vai organizar um novo torneio com a inclusão dessas cartas.
Dessa forma, a atividade será no dia 26 de abril e vai contar com alguns participantes ilustres. Entre eles, o bicampeão paraolímpico do futebol de cegos, Gledson Barros. “É muito gratificante podermos realizar um torneio em um espaço apropriado e com esses itens especiais. Isso nos permite ter mais autonomia”, disse o medalhista de ouro nos jogos de Londres em 2012 e em Tóquio disputado em 2021 por conta da pandemia.
Como funciona o torneio inclusivo
Contudo, além do baralho em braile, as fichas também possuem valores maiores. Os croupiers são responsáveis pelo bom desempenho das jogadas, falando para os competidores exatamente quais as cartas comunitárias e ajudando na distribuição das fichas e na colocação das apostas de maneira correta.
“O H2 realmente se dispôs a fazer algo que nos proporciona independência. E no final das contas acaba sendo uma confraternização com uma premiação para quem se destacar”, completou Gledson lembrando que o torneio será disputado na modalidade Texas Hold´em, com buy-in, rebuy e add on no valor de R$ 100, para um stack de 25.000 fichas.
Outros participantes
Com isso, Gledson Barros terá a companhia na mesa de outros atletas paralímpicos. A organização divulgou que João Batista da Silva, especialista em corridas curtas e que disputou os jogos de 2004 e 2008, e Carlos José Bartô, fundista de sucesso que esteve em três edições de Paralimpíadas (Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-216) estarão no torneio.
“Esse evento reforça o quanto o poker é um esporte que pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente de gênero, crença, idade ou classe social. Comprova o quanto nosso esporte da mente é democrático. A edição de 2024 foi maravilhosa e estamos muito felizes em recebê-los novamente”, disse Luana Alves, gerente de Eventos do H2.
O fenômeno João Paulo Trindade
Dessa forma, um grande exemplo da inclusão do poker é o brasiliense João Paulo Trindade. Portador de ELA (Esclerose Lateral Amiótrofica) ele frequentemente disputas torneios de poker online e já fez parte inclusive de um time. Tudo isso graças a um dispositivo que capta as ações desejadas por ele através dos olhos. O jogador também já emocionou a todos no BSOP quando esteve presente e foi ajudado por um parente que olhava as cartas e fazia as ações solicitadas por ele através do piscar dos olhos.