A mesa final do Main Event EPT Monte Carlo ficou marcada por uma polêmica envolvendo o campeão Aleksandr Shevliakov. No entanto, nas longas 10 horas de jogo entre os 6 finalistas, muitas mãos revelaram coragem e técnica dos jogadores.
Sendo assim, o que vai ficar marcado nesta etapa monegasca do circuito europeu de poker é mesmo o possível “angle shooting” de Shevliakov contra Jamil Wakil. Essa jogada é definida quando alguém tenta burlar as regras para obter vantagem.
O possível “angle shoooting”
Supostamente foi o que fez o campeão ao tentar aumentar uma aposta feita por Wakil do UTG. O canadense fez um raise para 270 mil fichas na blind 120.000. No small blind, o russo aumentou para 360 mil fichas, algo que não é possível, já que não dobra o raise inicial.
Ele alegou não ter visto a primeira aposta, portanto foi obrigado a fazer um 3-bet mínimo de 420 mil fichas. Wakil se viu em uma posição difícil. Acreditando que se tratava de uma ação natural entre small e big blind, o canadense colocou todas as fichas no centro do pano.
Shevliakov pagou e apresentou AK do mesmo naipe, enquanto Wakil tinha QJ também do mesmo naipe. O board apresentou um K no river e sacramentou a primeira eliminação da mesa final, colocando toda essa polêmica em jogo.
Depois disso, o blefe magistral de Kokhestani
Todavia, não foram só jogadas controversas que ficaram nos holofotes desta mesa final. Quando restavam 4 jogadores no torneio, um embate pré-flop entre o dentista Khossein Kokhestani e o búlgaro Boris Angelov também chamo atenção.
Os blinds eram 100.000/200.000, com big blind ante. Kokhestani estava com uma saudável pilha de fichas no big blind, quase o dobro do stack de Angelov. No botão, o búlgaro fez um raise para 450.000 fichas tendo Ás e 7 de naipes diferentes.
Sendo assim, o ucraniano decidiu que iria aumentar essa aposta, aplicando uma 3-Bet para 1.500.000 fichas. A reação do jogador que havia sido vice-campeão do mesmo torneio em 2024, foi manter a agressividade naquela rodada.
Eu sei o que você está fazendo
Dessa forma, Angelov não desistiu e colocou pressão, fazendo uma 4-Bet para 2.600.000 fichas. Possivelmente ele acreditou que poderia fazer o adversário desistir, além disso, caso recebesse o call, jogaria em posição.
No entanto, o que ele não esperava era receber um outro aumento. Kokhestani fez uma 5-Bet para 4.000.000 fichas, impondo o respeito que julgava ser necessário. Depois de gastar um “time bank” e pensar por algum tempo, o búlgaro desistiu da jogada.
Como resultado, o jogador ucraniano não se conteve e mostrou o blefe, apresentando 42 de paus no centro da mesa. Um sorriso no canto da boca mostrava a satisfação do blefe, enquanto Angelov não acreditava no que tinha visto.
O embate final entre os dois
Após a eliminação do italiano Enrico Coppola em 4º lugar para € 337.900, chegou o momento de mais um embate entre Kokhestani e Angelov. Porém, desta vez, a jogada culminou com o fim do sonho búlgaro de novamente disputar um heads-up em Monte Carlo.
Os blinds estavam 125.000/250.000, com big blind ante. O ucraniano fez um raise do small blnd para 625.000 fichas com T de paus e 6 de espadas. No big blind, Angelov apenas pagou com um Ás de paus e um oito de copas.
O flop foi 2 de ouros, 7 de paus e 9 de paus. Kokhestani aplicou a c-bet e mandou 700.000 fichas, sendo pago mais uma vez. O turn foi um T de espadas que mudou toda a jogada, já que o ucraniano acertou o top pair e colocou o adversário em all-in.
Decisão difícil
Sem nenhum par, tendo apenas um Ás alto e as pontas para uma sequência, Angelov franziu a testa. Naquele momento, possivelmente ele já sabia dos blefes do adversário. Sendo assim, ele pagou a aposta e viu o river apresentar um 3 de espadas.
Contudo, a carta derradeira não foi suficiente para o búlgaro vencer a mão. Ele se despediu em 3º para um prêmio de € 439.200. Kokhestani deu trabalho no heads-up para o campeão Aleksandr Shevliakov, mas ficou em 2º e levou € 615.000.
