O último domingo (25) foi histórico para o Brasil por conta de um feito de Rosana Thorlay. A jogadora cravou o Evento #5 (US$ 500 Ladies NLH Championship) da WSOP Online e se tornou a primeira representante tupiniquim do sexo feminino a conquistar um bracelete.

Quer dobrar seu depósito no GGPoker? Conheça a imperdível promoção “SuperPoker em Dobro”

Recentemente, Rosana Thorlay deu uma entrevista ao SuperPoker, falando sobre sua relação com o esporte da mente. Além disso, ela contou sobre a sensação de conquistar a cobiçada joia, seus planos para o futuro e muito mais. Confira a entrevista completa:

– Conte um pouco sobre sua história no poker

Eu comecei a jogar mais ou menos em julho de 2018, jogava só live. Passei 2019 inteiro jogando só live, até teve um período que eu tentei jogar online, mas tive um resultado ou outro no live e aí foquei no live mesmo. No final de 2019, eu descobri que estava grávida, mas a minha ideia era continuar jogando live, só que em 2020 teve a pandemia e aí eu fiquei um período parada. Quando minha filha tinha mais ou menos um ano, eu voltei a jogar live.

No final de 2022, eu descobri que estava grávida de novo e aí joguei a minha gravidez inteira. Quando o meu filho nasceu em agosto do ano passado, eu falei “bom, preciso começar a jogar online, não tenho como ficar parada, tenho dois filhos e eu não estou com o pai deles”. Eu precisava de alguma maneira continuar ganhando dinheiro, então migrei pro online. Mais ou menos em julho, eu comecei a jogar no GGPoker, e aí foquei. Hoje jogo 90% dos meus torneios no GG.

– Qual foi sua primeira reação após vencer o torneio?

Foi uma sensação que não sei explicar, porque eu acho que não caiu a ficha ainda 100%. Só vai cair 100% quando o bracelete chegar, mas estou muito feliz, nem nos meus melhores sonhos eu imaginava ganhar um bracelete, ainda não assimilei muito bem.

– Como foi a reação de amigos/família após a vitória?

Foi muito especial. Na hora que acabou, minha família estava toda na sala, comemorei com eles, ficou todo mundo muito feliz, até porque eles sabem tudo que eu passo no dia a dia, minha mãe principalmente, e foi especial demais, muito especial.

– O que pode falar sobre sua trajetória no torneio?

No dia do torneio, no sábado, um amigo meu falou “e aí, você não vai jogar nenhum satélite?” E eu estava na rua com meus dois filhos, eu decidi arriscar. Engatei em dois satélites, um de 10 e um de 4 vagas. Acabou que eu peguei as duas vagas, e aí joguei o início do torneio mais solta. No fim não precisei dar o rebuy, deu tudo certo, joguei muito tranquila.

Passei super bem para o Dia 2 e consegui ir mantendo meu stack, crescendo aos pouquinhos, estava sempre ali no top 5. Uma curiosidade é que eu não pretendia jogar esse domingo, porque o aniversário do meu era na segunda, e o combinado era eu ir para casa de uma tia comemorar o aniversário dele. Era um domingo em família, e eu pensei “bom, não estava nos meus planos, mas eu vou jogar de lá, do celular, e quando começar a funilar, eu vou embora para casa.”

Só que começou a funilar muito rápido, e aí eu acabei ficando lá, com medo de cair a internet. Quando formou a FT, eu me tranquei no quarto, fiquei lá jogando o mais focada possível. Perdi uma mão gigante num blefe que eu tentei passar, e a menina tinha dois pares. Foi quando eu fiquei short que bateu um desespero, mas eu me mantive focada. Eu acordei muito, muito confiante, foi uma sensação muito diferente.

Em boa parte do tempo, eu pensava mais na questão financeira porque para mim eu o que importava. Eu tenho meus dois filhos que dependem de mim, então não pensava muito na “glória” de um bracelete, de ser a primeira mulher brasileira a conseguir. Confesso que eu não tinha nem me ligado disso, de ser a primeira mulher.

Aí abri a Twitch para assistir um pedacinho enquanto jogava, e bem na hora o Alan falou isso, e eu fechei, pois percebi que aquilo me causou uma certa ansiedade, um certo nervosismo. E aí consegui recuperar a liderança, dei uma bad na menina ali na hora de formar o HU. Na última mão, na hora que eu vi o showdown, eu falei, vai bater A e quando bateu no flop eu fechei o olho e falei “não quero mais ver nada”.

– Quais são seus próximos objetivos no poker?

Continuar jogando. Uma amiga me perguntou “vai tirar a folga?” e falei “que folga nada, tem folga não, bora jogar”. Então estou jogando e é isso, continuar jogando. Acho que a única coisa que eu preciso fazer um pouco mais é estudar mais, mas de resto é continuar jogando e buscando cada vez mais resultados. Nem imaginava ganhar um bracelete, não imaginava nada disso, então eu só pensava na questão financeira durante um bom tempo. A cada payjump eu ficava muito feliz. Só quero continuar conseguindo me manter nisso e ir crescendo.

– Para quem dedica essa vitória?

É muito difícil dedicar para alguém. Teve muita gente, desde o início, que acreditou em mim. Eu não vou falar nomes porque eu vou acabar esquecendo alguém e não vou ser justa, mas acho que teve muita gente no meu caminho que acreditou até quando eu não acreditava. Eu cansei de jogar amamentando o meu filho, que era um bebezinho quando eu comecei no online.

Em vários momentos eu estou aqui com o pequeno dormindo no colo, a pequena, mais velha, brincando do meu lado e querendo atenção. Se tivesse que dedicar a alguém, seria a eles dois, com certeza, que são a minha força diária, minha motivação maior. Foi muito difícil quando eu descobri a gestação do meu filho porque estava muito bem estabilizada no live aqui em Santos. Eu estava bem financeiramente, me mantendo super bem e quando eu descobri uma gravidez eu falei “meu Deus, o que eu vou fazer agora”. E se não fosse por ele, eu não estaria no online hoje e não teria conquistado esse bracelete.

Quer dobrar seu depósito no GGPoker? Conheça a imperdível promoção “SuperPoker em Dobro”

Confira o último episódio do Pokercast: