Desde o começo da WSOP um nome despontou como o grande vilão. Martin Kabrhel, principal jogador de poker da República Tcheca era sinônimo de problema nas mesas do Horseshoe & Paris. Ele chegou a tirar do sério profissionais conhecidos com a demora em tomar ações.
Sendo assim, o mesmo foi até punido durante o Evento #5. Naquela oportunidade, a organização determinou que ele teria 10 segundos em todas as rodadas para jogar. Apesar de todos esses problemas, o desempenho do europeu na série sempre foi muito bom.
E para coroar os recentes resultados obtidos, ele conseguiu conquistar o quarto bracelete da carreira nesta quarta-feira (02). A cravada veio no gigantesco Evento #75 US$ 1.000 Mini Main Event, onde superou um field de 10.794 entradas e angariou uma forra de US$ 843.140.
Dessa forma, essa foi a primeira joia conquistada por Kabrhel em Las Vegas. As outras três que ele já tinha foram vencidas em torneios da WSOP Europa. O melhor brasileiro na disputa foi André Berlanda, eliminado em 95º para uma recompensa de US$ 8.300.
Como ele conquistou esse título?

O dia final do Mini Main Event reuniu os últimos 5 sobreviventes no torneio. Kabrhel iniciou a reta decisiva com o segundo maior stack, atrás apenas do americano Alexander Yen. Os dois se enfrentaram inclusive no heads-up derradeiro.
Após a eliminação de Vadsim Lipauka em 3º lugar, o mano a mano final começou com o tcheco tendo um pouco mais que o dobro de fichas do adversário. O duelo foi equilibrado, tanto que Yen conseguiu retomar a liderança em algumas oportunidades.
No entanto, Kabrhel logo voltou a ter o maior castelo de fichas quando recebeu um 99 e dobrou para cima do A2 do adversário. Na mão final, o europeu recebeu AK contra o A4 do americano e o board não encontrou os outs salvadores do americano.
Ademais, na entrevista após o título o chamado vilão dessa WSOP brincou com o fato de ter recebido apoio dos torcedores. “Todo mundo me ama”, disse ele. Carismático, o tcheco também fez piada com o bracelete, dizendo que gostaria que ele tivesse mais alguns diamantes.
Confira a premiação da mesa final
- 1º Martin Kabrhel (República Tcheca) – US$ 843.140
- 2º Alexander Yen (Estados Unidos) – US$ 566.170
- 3º Vadzim Lipauka (Bielorrússia) – US$ 426.550
- 4º John Ishak (Hungria) – US$ 323.460
- 5º Bartlomiej Swieboda (Polônia) – US$ 246.900
- 6º Lucas Lew (Argentina) – US$ 189.710
- 7º Allan Tirel (França) – US$ 146.740
- 8º Katie Lindsay (Estados Unidos) – US$ 114.260
- 9º Christopher Davis (Estados Unidos) – US$ 89.577
Polêmico, mas cheio de resultados

Segundo o “The Hendon Mob”, Martin Kabrhel agora possui quase US$ 16 milhões em recompensas na carreira. O título do Main Event lhe colocou como líder na corrida para o ranking de jogador do ano neste verão na WSOP.
Até mesmo porque o desempenho dele na série vem sendo invejável. Ele chegou na premiação em 8 torneios diferentes, sendo que fez 5 mesas finais. Antes dessa cravada, a maior recompensa havia sido no Super High Roller de US$ 250.000.
Naquele torneio vencido por Seth Davies, o tcheco terminou em sétimo. Esse resultado garantiu a ele uma forra de US$ 674.359. Ao todo nesta WSOP, Martin Kabrhel já conquistou em premiações mais de US$ 2 milhões.
Por fim, o próximo objetivo dele é o Main Event com buy-in de US$ 10.000. Questionado nas entrevistas sobre qual dia ele pretende engatar na longa maratona, o campeão mais uma vez preferiu fazer piada. “Vou ver qual dia é mais GTO”, disse ele aos risos.