Dono de 5 braceletes da WSOP, Yuri Martins é indiscutivelmente o jogador de poker mais importante do Brasil. Ele está classificado para o dia 4 do Main Event da WSOP com 117.000 fichas, cerca de 20 big blinds, mas foi uma mão no final do dia 2 que o surpreendeu.
Sendo assim, o craque tupiniquim recorreu as redes sociais para relatar a jogada. O nome do adversário não foi divulgado, mas Yuri explicou que ele não jogou da melhor maneira possível. Segundo ele, o desfecho seria o mesmo se o oponente tivesse tomado outra atitude.
Posteriormente as primeiras explicações, o brasileiro voltou as redes sociais. Através de tabelas de range do “GTO Wizard”, ele mostrou qual deveria ter sido a conduta do adversário dele na jogada. Apesar de perder fichas importantes, essa mão não prejudicou tanto Yuri.
Como foi a jogada?

Contudo, o relato de Yuri começou afirmando que a jogada foi fora do normal. “Perdi um pote grande, bem estranho inclusive”, disse o brasileiro antes de descrever a jogada. Na blind 1.000/2.000 com big blind ante, ele tinha cerca de 210.000 quando o adversário no hijack abre um raise para 5.000.
Ademais, o pentacampeão da WSOP estava no cutoff e filou AK. Ele decidiu fazer uma 3-bet para 14.000. Ainda segundo Yuri, o adversário em questão era dono de um stack bem menor, com cerca de 80.000 fichas, o que seria 40 big blinds.
Dessa forma, o vilão pagou a aposta e eles viram um flop TT8 com todas as cartas de naipes diferentes. O brasileiro mandou uma c-bet de 25% do pote e novamente foi pago. O turn foi um A de paus, formando um flush draw. “Eu tinha o K de paus”, contou Yuri.
Entretanto, na continuação da jogada o nosso herói seguiu apostando, dessa vez colocando 40% do pote. “O stack dele já era cerca de 50% do pote”, alertou o brasileiro que após o river bater um 5 sem completar o flush viu o mais estranho ocorrer.
O desfecho surpreendente

Após o river, o jogador em questão saiu liderando all-in. “Pensei um pouco, em todas as decisões grandes gosto de pensar um pouco, mas me parece um call bem tranquilo. Dei o call e ele tinha TT fazendo uma quadra”, relatou.
Definitivamente este não era o desfecho que o brasileiro esperava. Ele explicou que iria perder essa mão de qualquer maneira, mas que com o jogador em questão não poderia ter apenas pago a 3-Bet, o correto seria que ele fosse de all-in pré-flop.
“Isso mostra o quão passivo os caras são nesse torneio, e o quanto você pode se aproveitar, 3betando muito mais que a teoria. É uma mão que é um all-in muito claro de hijack contra cutoff, e ele optou jogar de call”, explicou Yuri.
Por fim, o principal expoente do poker nacional ainda finalizou a aula gratuita nas redes sociais abordando outro tema. Para ele, alguns jogadores tomam atitudes passivas pensando em diminuir a variância, mas não é exatamente isso que ocorre.