O roteiro da mesa final do Main Event da WSOP Brazil parece ter sido escrito pelos profissionais de Hollywood. Teve de tudo: profissional começando com tudo e impondo uma incrível vantagem, mas no final, o recreativo Chris Porás conquistou uma gigantesca virada e se sarou o grande campeão do torneio.
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Por ter superado o grandioso field de 835 jogadores em quatro dias de disputa, o campeão embolsou a gigantesca forra de R$ 500.000. Além do prêmio, o campeão ainda levou o anel de campeão da WSOP. “A emoção é tão grande que ainda não caiu a ficha”, começou o campeão. “Mais tarde, tomando aquele whisky em casa, dar aquela relaxada, acho que começa [cair a ficha]. Por enquanto, estou na adrenalina da concentração da mesa, é maravilhoso”.
Confira a mão que decretou o título de Chris Porás:
Chris comentou o quanto representa conquistar um título na Copa do Mundo de Poker. “É a WSOP, é a principal referência de torneio no mundo. Eu jogo há dez anos, não sou profissional, mas sou regular é um sonho, pra mim vai ficar pra vida toda”.
O campeão começou a mesa final com o segundo lugar em fichas, mas viu Pedro Madeira, líder em fichas, ampliando a vantagem. O profissional do 4-bet Poker Team foi o responsável pelas três primeiras baixas e já possuía metade das fichas em jogo no 5-handed.
Chris também comentou o início frenético. “Ele só me deixou um pouco chateado, pois uma das estratégias que eu tinha quando vim pra cá era não entrar muito em risco. Tinha dois jogadores mais shorts e a ideia era fazer fichas com eles, tentar me expor mais com eles. Quando começaram a cair e não era eu que estava eliminado, era o próprio Gusma, fiquei preocupado, ali eu assustei um pouco”.
A decisão seguiu com o ritmo rápido de baixas e logo no primeiro break, após os dois primeiros níveis, o 4-handed estava formado. Gusma retornou do break com quase três vezes mais fichas que o segundo maior stack, que ainda era Chris. Entretanto, logo na primeira mão, Yerickson Sanchez eliminou Matheus Mayer na quarta colocação, tornando o brasileiro recreativo o short stack do 3-handed.
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Foi no momento mais difícil no torneio, que o jogador de São Paulo começou a reação. Conseguindo coletar potes em sequência, o jogador foi desfazendo o cenário adverso e, rapidamente, assumiu o segundo lugar em fichas. Instantes depois, foi o responsável pela eliminação do venezuelano Yerickson Sanchez, mas chegou ao heads-up com uma desvantagem enorme, já que o adversário possuía o triplo das fichas.
Antes do início do duelo final, Chris se viu como um vitorioso. “Terceiro e segundo lugar já era um sonho, não tinha muito o que perder”, e seguiu. “Às vezes, a gente vê em grandes competições, geralmente, quem é o preferido sente um pouco a pressão, eu acho. Na hora, foi só tentar ser mais sangue frio, mudar a estratégia e continuar o jogo”.
“Eu tive que inverter a estratégia. Quando eu tinha menos, tentei fazer ficha, não deixar ele pressionar, pois eu sei que ele é profissional e joga muito bem. A ideia não era bater, mas tentar levantar, quando eu cresci, a tática era outra: pressioná-lo”, comentou sobre a tática no início do confronto.
Seguindo à risca o planejado, Chris conseguiu ir desfazendo o cenário adverso lentamente. Foi necessário uma hora de duelo final até o recreativo assumir a dianteira no chip count. Cerca de 20 minutos depois, foi a vez do paulista impor a vantagem de três para um.
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Com o cenário favorável, Chris precisou de mais 20 minutos para confirmar a vitória. Na mão final, os finalistas viram o flop T42 e se envolveram em all in. No showdown, o jogador com mais fichas se viu em vantagem com A4 contra 94. Turn e river não mudaram a situação, decretando o título de Chris Porás.
Na hora de dedicar o título, o jogador se emocionou. “Quero oferecer para o pessoal do Boteco do Tonico, que jogamos toda segunda-feira. Até não estou indo muito lá, mas o pessoal me mandou muitas mensagens, agradecer todo mundo mesmo pelo apoio, aos demais amigos também. Queria dedicar para minha família também, pois quando ela não apoia, fica difícil”, disse com a voz embargada.
Confira classificação da mesa final:
1º – Chris Porás – R$ 500.000
2º – Pedro Madeira – R$ 301.000
3º – Yerickson Sanchez (Venezuela) – R$ 214.260
4º – Matheus Mayer – R$ 161.330
5º – Ricardo Duarte – R$ 127.290
6º – Carlos Alberto – R$ 95.540
7º – Gustavo Lima – R$ 68.010
8º – Yuri Souza – R$ 47.100
9º – Jacques Ortega – R$ 37.260
A WSOP Brazil acontece de 20 a 26 de outubro no Hotel Unique. Para conferir o cronograma completo, clique aqui.
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