Pouco mais de um mês antes da WSOP começar uma postagem nas redes sociais ganhou destaque. Em abril, o cineasta Dustin Ianotti escreveu que o poker precisa de histórias, de vilões e heróis. E parece que o destino atendeu este pedido na série mundial.
Isso porque neste verão em Las Vegas, o cenário do mais nobre jogo de cartas se deparou com um vilão e tanto. O tcheco Martin Kbrhel, número 1 em ganhos no país europeu, próximo dos US$ 15 milhões no currículo, ganhou este “ingrato” título.
Primeiro foram as longas demoras na tomada de ações, algo que refletiu inclusive em uma punição durante o Evento #5. Naquela oportunidade, vários jogadores reclamaram da postura do tcheco, inclusive o campeão do torneio, Caleb Furth.
Depois, vieram as extensas e provocativas conversas na mesa. Ele chegou a tirar do sério jogadores como Alex Foxen e até mesmo Daniel Negreanu. Em determinado torneio da WSOP, o dono de 7 braceletes berrou no salão: “alguém faz ele calar a boca”.
Os vídeos fazem sucesso
Contudo, os vídeos publicados nas redes sociais de jogadas envolvendo Martin Kbrhel estão fazendo sucesso. A verdade é que o público do poker ama “odiar” um jogador. Essa postura desbocada do tcheco está muito popular.
Ademais, outra hipótese para colocar ele como vilão é a forma de se comunicar em inglês. O sotaque ao se expressar é bastante parecido com o do personagem Teddy KGB fala no famoso filme “Rounders”, traduzido para o português como “Cartas na Mesa”.
Dessa forma, ele provocou Michael Moncek ao eliminar o jogador no Super High Roller. O vídeo mostra Kbrhel parecendo uma metralhadora de palavras durante a jogada. Ele colocou o adversário em all-in depois de acertar uma sequência e foi pago no river.
Entretanto, o “Texas Mike” não ficou ofendido com a provocação. Através de uma postagem no X (antigamente conhecido por Twitter), o jogador americano escreveu que achou a atuação do tcheco “superdivertida” e que “o poker precisa de vilões”.
O herói que faltava
Mas se a WSOP encontrou um vilão logo na primeira semana, faltava ainda um herói. No poker, ele não usa capa nem tem poderes, mas fez Kabrhel largar a melhor mão. O ocorrido foi na bolha do Super High Roller, torneio com entrada de US$ 250 mil.
O americano David Peters colocou o tcheco em all-in no board 88J39 com três cartas de espadas. Kabrhel tinha a melhor mão, uma trinca de 8, já que segurava T8 de copas, enquanto o agressor estava com o maior par, tendo um AJ de naipes diferentes. Veja a jogada clicando aqui.
Por fim, talvez pressionado pelo dinheiro, o vilão da WSOP desistiu e chegou na mesa final. Ele acabou eliminado em sétimo para US$ 674.359. Já o herói desta jornada, David Peters, sucumbiu na sexta posição, recebendo US$ 826.348.
