Quem esteve no Golden Hall do Sheraton WTC em São Paulo neste sábado (26), acompanhou o embate mais emocionante de todos os tempos. Em disputa estava nada menos que o inédito bicampeonato Brasileiro de Poker entre João Bauer e Marcelo Mesqueu.

Após o encerramento do late register de todos os torneios e os competidores serem eliminados fora da premiação em alguns, a situação era a seguinte: o goiano estava na decisão do 10-Game Championship e no Dealers Choice Mixed Game, enquanto o carioca seguia na semi FT do Last Chance DeepStack Turbo e também na competição de Mixed Game.

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Bauer foi campeão do 10-Game Championship e eliminado do Dealers Choice, enquanto Mesqueu deixou a disputa do Last Chance na 11ª colocação e alcançou a decisão do último torneio. Com apenas Marcelo seguindo em um torneio a conta era muito simples, o jogador precisava alcançar o heads-up.

E o jogador buscou o bicampeonato de forma consecutiva bravamente. Porém, no Pot-Limit Omaha 5-Cartas, Mesqueu foi eliminado na terceira colocação, consagrando João Bauer campeão brasileiro. Junto com o inédito bicampeonato, o profissional faturou R$ 250 mil em prêmios, todos os buy-ins da temporada 2023 do BSOP e um pacote de viagem especial oferecido pelo PokerStars.

O campeão fechou a temporada do ranking 2020/2021/2022 com impressionantes 3.818 pontos, um recorde no circuito, contra 3.813 do adversário, separados por apenas cinco pontos. “Isso aqui é minha vida”, falou o emocionado campeão. “Eu consegui colocar o meu nome na história do BSOP. Acho que é muito difícil pensar no circuito e não pensar em João Bauer, por tudo que eu já conquistei, já fiz e agora ainda mais”.

O profissional começou o BSOP Millions na terceira colocação. Para alcançar a impressionante performance, foram 14 ITM’s, quatro mesas finais, três pódios e dois títulos. “Lembra do número que te falei?”, questionou o jornalista Alan Ferreira, sobre os 1.100 pontos que almejava. “Tive que passar ele, pois ele foi pouco. Tive que fazer mais de 1.200”.

O campeão começou a enaltecer os adversários. “Mesqueu fez oito ITM’s, não deixou ser fácil. Nunca percorri uma maratona deste tamanho, ser o primeiro bicampeão não tenho palavras, principalmente, pela dificuldade que foi, quantidade de torneios e de retas. Estou muito satisfeito por isso tudo” e completou. “Nunca tinha vivido isso”.

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“Eu achava que poderia ser mais fácil, mas com certeza eles entregaram. Falei muito do Mesqueu, mas o Celso fez uma temporada muito boa desde o início, estando na ponta. Foram dois caras que lutaram até o último instante, eu só consegui passar porque fiz um BSOP Millions perfeito”, exaltou os adversários.

Bauer falou como foi manter a concentração no torneio, enquanto via o adversário alcançar duas retas finais simultâneas. “Isso aconteceu durante toda a etapa. Eu fazia um torneio, ele ia lá e fazia outro, alcançava uma mesa final e ele conseguia seis ITM’s. Eu ganhava um torneio e ele fazia mesa final. Minha felicidade é que eu fiz tudo que eu podia”.

O jogador revelou que não ficou nada satisfeito em ter que torcer contra o oponente. “Infelizmente, tive que torcer contra. Uma das coisas que eu não gosto nesse jogo é fazer isso. Principalmente um cara que eu tenho um carinho grande, pelo que ele já fez, a forma que ele entrega, o cara mais disciplinado desse salão e não é de agora”.

“Eu tenho um carinho muito grande por ele, sei o quanto ele se dedica a isso. Se você olhar todas as etapas, aqui estava mega focado, mas não estava assim nas outras. Eu não estava tão disciplinado, enquanto ele no início. É um cara muito focado, que está se propondo a vencer. Infelizmente, tive que torcer contra até o final para conseguir ser campeão”, seguiu elogiando o adversário.

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O bicampeão brasileiro comentou o momento chave para focar em disputar o bicampeonato nacional. “Foi o terceiro lugar no [Main Event] BSOP Millions. Lá eu posso correr atrás. Vou em todas as etapas, claro, que não foram como essas, mas é isso”.

João Bauer encerrou emocionado. “Ofereço esse título para meu filho, minha família, minha mãe, minha esposa, para a minha irmã. Poxa, treze dias longe do meu filho, nunca fiquei tudo isso, estou feliz”.

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